Encontro reuniu líderes jurídicos dos EUA para discutir o avanço da IA (Arquivo/Getty Images)
Redatora
Publicado em 18 de novembro de 2025 às 12h00.
A adoção de inteligência artificial deixou de ser assunto de laboratório e virou pauta urgente para as grandes bancas de advocacia. A constatação apareceu de forma direta em um retiro fechado nos EUA, que reuniu sócios de firmas globais, executivos de legaltechs e especialistas em ética profissional. As informações foram retiradas de Business Insider.
No encontro promovido pelo The LegalTech Fund, em tradução livre "Fundo de Tecnologia Jurídica", o debate não era mais se os escritórios deveriam usar IA, mas como comprar, implementar e financiar essas ferramentas.
A mudança de postura tem origem fora das firmas: clientes passaram de desconfiados a exigentes. Escritórios que antes eram orientados a evitar o uso dessas tecnologias agora precisam provar que adotam sistemas capazes de gerar eficiência mensurável.
A estrutura societária, que distribui lucros anualmente, restringe investimentos de longo prazo. Já a lógica de horas faturáveis reduz incentivos para ferramentas que diminuem o tempo de trabalho.
Soma-se a isso a fragmentação dos processos de compra e as exigências rigorosas de confidencialidade, e o resultado é um ambiente em que a inovação avança lentamente.
A chegada da IA acelerou tudo. Segundo advogados ouvidos no evento, clientes agora questionam quais sistemas estão em uso, como as equipes foram treinadas e de que forma as economias aparecem nos contratos. A ordem se inverteu: em apenas dois anos, o “não use” virou “use — e prove que funciona”.
Essa mudança redefine a lógica das carreiras jurídicas. Firmas estão criando grupos internos, adquirindo licenças em escala e treinando sócios para abordar o tema com clareza.
A discussão sobre quem arca com os custos, escritórios ou clientes, ganhou força, assim como alternativas de financiamento, entre elas os modelos de organizações de serviços compartilhados, que permitem a entrada de capital externo sem ferir regras profissionais.
No encerramento, uma pergunta ecoou em um dos debates: o que permanecerá exclusivamente humano na prática jurídica?
Entre respostas bem-humoradas, de happy hour a júris, surgiu uma certeza prática: a inteligência artificial já faz parte do presente, e compreender seu uso deixou de ser diferencial para se tornar condição de sobrevivência profissional.
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