Ilustração - Mão tenta alcançar dinheiro (Bruno Luna/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 19 de março de 2013 às 13h54.
São Paulo - Os juros cobrados de pessoas físicas e jurídicas caíram. Na prática, o que se percebeu foi que os bancos agora adotam políticas de crédito mais restritivas. Anunciam crédito mais barato, só que o consumidor tem tido dificuldades para obtê-lo.
O motivo é simples: antes com amplas margens, o mercado de crédito era lucrativo, pois os bons pagadores facilmente cobriam a inadimplência dos demais. Agora, com menos lucro a cada operação, os bancos se veem obrigados a analisar melhor os clientes e descartar os ruins.
Se você teve um pedido de crédito recusado, é porque foi considerado um mau pagador. Calma, isso não é, necessariamente, um problema. Com a queda de juros o governo esperava um aumento do crédito e do consumo, mas não conseguiu. Porém, fez o brasileiro perceber que, se quiser ter acesso à bênção do crédito mais barato, deve fazer uma importante lição: precisa provar ao sistema financeiro que é bom pagador.
Isso se faz com o tempo, acumulando histórico de pontualidade nos pagamentos, de reservas para emergências, de respeito à integridade de seu cadastro (sem emprestar nome a terceiros, por exemplo) e de menor recorrência ao cheque especial e a outras formas de crédito fácil.
No mundo dos juros mais baixos, é preciso cuidar melhor de seu dinheiro, educar-se financeiramente. Com o tempo perceberemos que, se os brasileiros se mobilizarem nesse sentido, essa terá sido uma grande conquista com a intervenção do governo nos juros. Do ponto de vista de quem aplica, a mudança vai no mesmo sentido.
Muitos bancos anunciaram queda nas taxas de administração de fundos, o que não passa de ficção. Os fundos que reduziram suas taxas foram os mais caros. Por exemplo, fundos de renda fixa baixaram taxas de administração de 3,5% para 2,5% ao ano. Deixaram de ser péssimos para ser apenas muito ruins.
Se o custo já era proibitivo, é o tipo de investimento a ser desconsiderado. Pouco muda entre os investimentos de melhor qualidade, como Tesouro Direto e fundos mais eficientes.
A queda nos juros nos convida a deixar a renda fixa e investir em renda variável, como ações, imóveis e compra e venda de qualquer coisa que conheçamos bem. O único investimento que não dá mais certo no Brasil é deixar o dinheiro parado. Daqui para a frente, renda fixa é só para emergências.