Carreira

O agronegócio como você conhece morreu – e aqui está a prova

Setor que é considerado a “principal locomotiva da economia brasileira” está passando por uma revolução, mas carece de profissionais qualificados para consolidá-la; entenda

Agricultores urbanos acompanham as estatísticas de crescimento de alfaces orgânicas em estufa de LED rosa (Thomas Barwick/Getty Images)

Agricultores urbanos acompanham as estatísticas de crescimento de alfaces orgânicas em estufa de LED rosa (Thomas Barwick/Getty Images)

Isabel Rocha
Isabel Rocha

Jornalista

Publicado em 24 de fevereiro de 2023 às 09h30.

“Se antes quem não desejava estudar ficava trabalhando no campo, hoje isto se inverteu: somente quem estuda, consegue ficar”. Esta é uma das conclusões do estudo Profissões Emergentes na Era Digital, realizado pela Agência Alemã de Cooperação Internacional em parceria com o Senai.

No trecho em destaque, os especialistas estão se referindo aos impactos que a tecnologia teve sobre o agronegócio (um dos setores mais afetados pela digitalização nos últimos tempos) – e sobre como isso tem invertido o “status quo” no campo e evidenciado a necessidade de atualização por parte dos trabalhadores e proprietários rurais.

“A digitalização está ampliando as oportunidades de emprego, porém para profissionais mais qualificados. Profissionais nesta área precisam de conhecimentos para utilização dos softwares existentes para o processamento de todas as informações da propriedade e tomada de decisão, mas com constante atualização, já que os programas e equipamentos ficam rapidamente defasados”, diz outro trecho do relatório.

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A nova era do agro

Drones, telemetria, georreferenciamento, softwares de gestão, machine learning, pulverização inteligente, blockchain e soluções que visam reduzir os impactos ao meio ambiente são apenas alguns exemplos de tecnologias que romperam a barreira dos grandes centros urbanos com a promessa de aumentar a produtividade – e potencializar os lucros – do agronegócio nos últimos anos. É o que chamamos de Agricultura 4.0.

Assim, além da evidente necessidade de requalificação dos profissionais da área, o avanço tecnológico também impactou diretamente a lógica do mercado de trabalho no setor. Veja, abaixo, alguns exemplos de como isso acontece na prática.

1. Surgimento de novas profissões

Considerando que boa parte dos pequenos produtores com idade acima dos 50 anos pode encontrar dificuldade para acessar as novas tecnologias, a demanda por profissionais capazes de orientá-los nesse processo de digitalização dos negócios cresceu – e já começou a criar oportunidades de emprego em carreiras que, há pouco tempo, nem existiam. Alguns exemplos são:

  • Agricultor urbano;
  • Operador de drones;
  • Cientista de dados agrícolas;
  • Técnico em agricultura digital;
  • Engenheiro agrônomo digital;
  • Engenheiro de automação agrícola;
  • Designer de máquinas agrícolas;
  • Técnico em agronegócio digital.

Vale destacar que, apesar da crescente demanda por estes profissionais no mercado, ainda há poucas pessoas qualificadas para atuar nestas novas posições. E que isso faz com que os salários ofertados sejam bastante competitivos.

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2. Permanência dos jovens no campo

Com a digitalização do setor, o êxodo rural tem dado lugar a um movimento de permanência (ou retorno) da população mais jovem ao campo.

“A digitalização pode atuar como um vínculo social, viabilizando a permanência de pequenos agricultores em áreas remota, evitando o êxodo às grandes cidades, especialmente das novas gerações mais vinculadas com as tecnologias digitais”, diz outro trecho do relatório Profissões Emergentes na Era Digital.

3. Trabalhar com agro, sem sair da cidade

Se por um lado a aproximação do agronegócio com a tecnologia estimula a permanência do jovem no campo, por outro, ela também viabiliza que moradores de grandes centros urbanos que se interessam pelo setor, mas que não desejam se mudar para o campo, trabalhem na área.

É o caso, por exemplo, dos profissionais que trabalham nas chamadas AgriTechs (startups especializadas em buscar soluções inovadoras para o setor), geralmente localizadas nos principais centros comerciais do país.

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4. Oportunidade para diferentes áreas de formação

Outra grande evidencia dos impactos positivos que essa revolução tecnológica trouxe para o setor é que, na era do “agro digital”, já não é preciso ter formação em agronomia, veterinária ou áreas correlatas para se destacar. Na verdade, há oportunidades para profissionais de praticamente todos os setores, como engenheiros, economistas, administradores, geógrafos e outros.

Carreira no Agronegócio

De olho nas grandes oportunidades que esse movimento tem proporcionado, a Agroadvance apresenta, em parceria com a EXAME, a série Carreira no Agronegócio.

Durante os encontros, que acontecerão de maneira virtual entre os dias 13 e 21 de março, vamos te mostrar como a revolução tecnológica está transformando a principal locomotiva daa economia brasileira – e como você pode se qualificar para surfar essa onda.

As inscrições já estão abertas! Para garantir a sua vaga e acompanhar a série gratuitamente, basta realizar a sua inscrição aqui.

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