Escritório do Google (GOOGL34) na América Latina (Leandro Fonseca/Exame)
Luísa Granato
Publicado em 23 de dezembro de 2021 às 10h00.
Última atualização em 27 de dezembro de 2021 às 11h16.
“O que é aquilo ali?”, exclama a diretora de Recursos Humanos do Google para América Latina, Ana Carolina Azevedo, ao encontrar um canto novo no escritório da empresa americana de tecnologia em São Paulo.
A surpresa tem uma razão: é a terceira visita da executiva ao escritório após o início da pandemia, quando o local ficou totalmente fechado, e depois de uma reforma para se adequar às novas exigências sanitárias da empresa.
“O que fizemos aqui no escritório foi reformar o refeitório, refazer toda a parte de alimentação. Também aumentar a distância das mesas. Temos um padrão global do Google para distanciamento de mesas”, explica a diretora.
Ao acompanhar a visita exclusiva para a EXAME ao local, a surpresa que levou à exclamação acima revelou uma arquibancada escondida no andar reservado para as equipes de tecnologia e com uma vista privilegiada da Avenida Brigadeiro Faria Lima. Um lugar ideal para conversas casuais, reuniões rápidas ou mesmo para trabalhar sozinho com uma vista.
Após a reforma, o escritório manteve o “jeito Google” de trazer uma decoração mais aconchegante e parecida com a do lar e misturar com conceitos da cidade e cultura local. Não existem salões infinitos de estações de trabalho, mas andares cheios de cantos peculiares com nomes como “feijoada” e “moqueca”.
Com o distanciamento de mesas, a empresa fica com menos estações de trabalho no escritório, apesar de terem expandido a área total e o tamanho da equipe. Um crescimento que continua em 2022: no momento, o Google Brasil tem mais de 100 vagas de emprego abertas.
Apesar do escritório ter reaberto em novembro, a ida ao local continua limitada e de caráter voluntário. No próximo ano, com a nova variante da Covid-19, um retorno definitivo ainda não teve data marcada.
O Google definiu que irá retornar com o modelo híbrido de três dias presenciais para boa parte dos funcionários. Algumas funções, como as do escritório de engenharia em Belo Horizonte, terão a possibilidade ficar no modelo totalmente remoto.
“Com grupo vindo três vezes na semana, termos um giro maior no escritório. Mas não serão sempre as mesmas três vezes por semana. Existe um planejamento para o espaço com base no crescimento de três anos, à medida que tivemos um nível de ocupação maior, o time começa a buscar outros espaços complementares”, explica Azevedo.
Essa busca não significa uma mudança, mas o uso de novos hubs de trabalho na cidade. A diretora dá como exemplo o uso do Google Campus, localizado próximo da Avenida Paulista, que poderá entrar na distribuição da equipe.
Mesmo sem data para o retorno, a empresa já tem um sistema (desenvolvido dentro de casa) para reserva de mesas, controle da ocupação e designação de lugares que aproximem os funcionários de seus respectivos times.
Para Azevedo, o modelo de trabalho daqui para frente é um território completamente novo. Essa é uma abordagem essencial para ter sucesso no novo modelo híbrido. “Não será nem igual ao que era antes da pandemia, nem igual ao que aprendemos durante o home office. Vamos ter que reaprender como trabalhar”.
Mesmo a empresa tendo processos e estruturas propícias para o trabalho remoto, como o uso de documentos na nuvem e colaborativos e o próprio Google Meet, ela conta que a transição na pandemia não foi fácil.
Tentar reproduzir a rotina do modo presencial em casa exauriu os funcionários com muitas reuniões, o que levou ao aprendizado que pausas deveriam fazer parte de uma rotina completamente nova. Para o modelo híbrido, a diretora prevê um desafio semelhante.
“Se me perguntar o impacto disso em cinco anos, é difícil dizer. Eu acredito que a empresa vai continuar tendo um pé no escritório, pois a gente valoriza a colaboração e a socialização, mas vamos cada vez mais abrir caminhos para estar presencialmente e remotamente de maneira igual”, diz.
Um caminho importante será o de reeducar líderes e liderados para esse novo momento.
“Os processos da empresa precisam estar amarrados de forma que permitam que as pessoas façam o uso da flexibilidade com responsabilidade”, afirma.
Assim, da mesma forma que ela treina os funcionários para operar com autonomia, o mesmo acontece com os gerentes para que transmitam expectativas com clareza para que o time tenha o meio ideal para fazer sua entrega.
Com o trabalho híbrido, a liderança ganha novas responsabilidades na hora de conduzir as equipes:
“Precisa acontecer um alinhamento bom no começo do período, manter uma comunicação com uma frequência de updates do processo e não ter uma surpresa no final. Também tem que pensar na valorização do time, a forma de construir relacionamentos e engajar. É toda a parte mais sutil e soft da performance. Manter um vínculo de confiança e boa comunicação será essencial para todos”, explica.
Cada andar tem uma área central com pequenas cozinhas com chá, café, frutas e lanches variados disponíveis.
Nesse lugar, também é possível se reunir com a equipe ou fazer uma pausa. Sofás espalhados por todo escritório e salas mais reservadas também garantem momentos de descompressão ou de maior concentração.
No último andar fica o refeitório, que tem ligação com um mezanino cheio de assentos confortáveis para relaxar. Confira as fotos:
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