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'Nossa meta é dobrar de tamanho', diz CEO da Chilli Beans que vê oportunidade na guerra comercial

À frente da marca, Caito Maia planeja chegar a 3.200 lojas em cinco anos, expandir na Ásia e impulsionar o mercado brasileiro com novos formatos e produtos

Caito Maia, CEO da Chilli Beans: "Essa guerra comercial nos forçou, de modo natural, a recalcular a rota” (Leandro Fonseca /Exame)

Caito Maia, CEO da Chilli Beans: "Essa guerra comercial nos forçou, de modo natural, a recalcular a rota” (Leandro Fonseca /Exame)

Publicado em 14 de agosto de 2025 às 08h05.

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Caito Maia trocou o sonho de viver da música pelo empreendedorismo, mas garante que o espírito do palco nunca saiu de cena.

“A música me deu identidade. E isso se traduziu na personalidade apimentada da Chilli Beans”, disse, durante o podcast De Frente com CEO, da EXAME.

Criado em uma família sem histórico de negócios, ele começou vendendo óculos para bancar a carreira artística. O que nasceu como um “instinto de muambeiro”, como ele mesmo define, se transformou em um dos maiores cases do varejo brasileiro: 1.400 lojas, R$ 1,4 bilhão em faturamento e planos ousados de crescimento.

Dobrar de tamanho

O objetivo para os próximos anos é de alcançar 3.200 lojas até 2030. A estratégia envolve fortalecer três frentes: a Chilli Beans Vermelha, a Ótica Chilli Beans — voltada para óculos de grau — e o projeto Eco Chilli, que utiliza contêineres sustentáveis para atender cidades com menos de 50 mil habitantes. “A gente sempre pensou grande e seguimos assim”, afirma o CEO.

Guerra comercial abre portas no Brasil 

A disputa comercial entre Estados Unidos e China também trouxe um movimento estratégico para a companhia. Pela primeira vez, a Chilli Beans fechou negócios pagando fornecedores em moeda chinesa - e a mudança veio para ficar.

“De forma alguma é uma estratégia pontual. Queremos continuar mantendo esta prática e não voltar ao dólar”, afirma Maia. “Isso nos trouxe ganhos de câmbio e abriu portas para negociar de forma mais direta.”

Com fornecedores na China há 25 anos, o empresário garante que a relação é de confiança e parceria. A meta agora é expandir a presença no continente asiático, onde já conta com 10 pontos de venda na Indonésia.

"Essa guerra comercial nos forçou — de modo natural — a recalcular a rota”, diz Caito.

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Cultura com personalidade

Para Caito, cultura organizacional é mais do que benefícios no papel. “Não adianta ter mesa de ping-pong se o time está estressado. O que importa é respeitar as pessoas como elas são”, diz.

A empresa adota modelo híbrido e horários flexíveis, mas valoriza a convivência presencial — inclusive criando uma Diretoria de Felicidade para cuidar do bem-estar e promover escuta ativa. “Perguntar ‘tá tudo bem com você?’ muda tudo”, afirma.

Liderança sem palco

Conhecido por sua participação no Shark Tank Brasil, o CEO já está confirmado na próxima temporada. “Eu aprendo mais do que ensino. Não é só dinheiro que ajuda, é dividir experiência”, diz.

O espírito prático também está no livro ‘Se parar, o sangue esfria’, que revela os bastidores da empresa e reforça a importância de mostrar a realidade, e não apenas a parte glamourosa do empreendedorismo.

Conselho aos jovens

Observando a nova geração, Caito alerta para a pressa em buscar sucesso.

“Vejo uma geração muito startup: quer ser milionária, quer escalar rápido. Mas falta paciência e identidade com a empresa.”

O conselho do empresário é: “Demorei 10 anos para dar certo. Não desista em dois anos. E tenha atitude - é isso que faz você sair da curva.”

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