Neymar: nem só o seu futebol é notícia (Marcelo Regua/Reuters)
Da Redação
Publicado em 29 de setembro de 2015 às 12h42.
Matéria de importante jornal traz a seguinte manchete:
“Neymar comprou Porsche 2011 de maneira irregular, afirma Receita”
A fim de sintetizar a informação do texto, o jornalista redige três períodos:
a) “A empresa que cuida da imagem de Neymar faz um pedido de um Porsche Panamera para a Select Import.”
b) “A empresa Select Import intermedia a negociação e, pelo serviço, recebe R$ 60 mil.”
c) “First importa o carro de Neymar ao Brasil e formaliza a venda para a empresa que cuida da imagem do atleta.”
Contrariando o folclore de que o presente do indicativo só deve ser utilizado para ações que ocorreram “no momento em que se fala”, o redator faz uso coerente da universalidade de tal tempo. É o presente do indicativo um excelente recurso para a descrição/narração de um fato.
No entanto, em um dos trechos, há um deslize muito comum, envolvendo um dos verbos.
Em nossa Língua, cinco verbos finalizados em –IAR são conjugados irregularmente: mediar, ansiar, incendiar, odiar (e suas variações). Na prática: eu medeio, tu medeias, ele medeia - exatamente como o odiar.
A grande questão aqui é que o verbo intermediar deve seguir o parâmetro do mediar, ou seja, eu intermedeio, tu intermedeias, ele intermedeia. A palavra “intermedia”, aos olhos da norma, não existe em nossa Língua.
Pensando na “regularização” do texto : A empresa intermedeia a negociação e recebe R$ 60 mil reais.
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