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'Não vamos mais usar o dólar em nossos negócios com a China', diz CEO da Chilli Beans

A guerra comercial entre os EUA e a China fez com que a empresa de Caito Maia apostasse pela primeira vez em pagar seus fornecedores chineses em renminbi. Entenda a estratégia

Caito Maia, CEO da Chilli Beans: “Há 30 anos nós somos ‘apadrinhados’ pelo mercado chinês. A Chilli Beans está onde está porque a China nos ajudou e acreditou em nós” (Leandro Fonseca /Exame)

Caito Maia, CEO da Chilli Beans: “Há 30 anos nós somos ‘apadrinhados’ pelo mercado chinês. A Chilli Beans está onde está porque a China nos ajudou e acreditou em nós” (Leandro Fonseca /Exame)

Publicado em 10 de agosto de 2025 às 08h01.

Última atualização em 10 de agosto de 2025 às 08h42.

A guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, que ganhou palco global em maio deste ano, trouxe uma oportunidade de negociação para a Chilli Beans. Pela primeira vez, em uma história de 28 anos, o fundador e CEO Caito Maia começou a pagar seus fornecedores chineses em renminbi, e segundo ele, essa mudança não é pontual.

“De forma alguma é uma estratégia pontual. Queremos continuar mantendo esta prática. A ideia é que o uso do dólar não volte nunca mais”, afirma Maia.

A adaptação ao renminbi tem gerado ganhos significativos para a empresa, principalmente em termos de câmbio. Caito revela que o recálculo de rotas iniciado pela guerra comercial foi uma oportunidade para a Chilli Beans, porque, com os ganhos financeiros dessa nova estratégia, a empresa se posiciona de forma ainda mais competitiva no mercado global.

“A ideia é que o uso do dólar não volte nunca mais e que façamos todas as transições diretamente com a China: em termos de moeda, compra, comércio, tudo”, diz Maia.

Ásia: um mercado promissor para um CEO de visão

A Chilli Beans não para por aí. Além da China, a expansão na Ásia já conta com pontos de venda na Indonésia, país que será um dos alvos do CEO da Chilli Beans. “Já estamos na Indonésia, com 10 pontos espalhados pelo país e vamos colocar energia nessa expansão”, diz Maia.

“Nossa parceria com a China não é de hoje. Há 30 anos nós somos “apadrinhados” pelo mercado chinês: fomos levados para lá, apresentados para as fábricas e temos os mesmos parceiros há 25 anos. É uma relação comercial extremamente ganha-ganha, saudável, ética e bacana com o país. A Chilli Beans está onde está porque a China nos ajudou e acreditou em nós”, diz Maia.

Com uma meta clara de alcançar 3.200 lojas nos próximos cinco anos, a marca brasileira tem planos ousados, incluindo o projeto Eco Chilli, que visa levar contêineres sustentáveis para cidades com menos de 50 mil habitantes.

O futuro da Chilli Beans: uma marca em expansão

Com um faturamento de R$ 1,4 bilhão por ano e planos de crescimento agressivos, Caito Maia e a Chilli Beans têm um futuro promissor pela frente. Com expansão para novos mercados internacionais e um foco crescente na inovação e sustentabilidade, a marca brasileira se prepara para alcançar novos patamares, com a ambição de dobrar o número de lojas nos próximos cinco anos.

Para se destacar em um mercado competitivo, Maia deixa um conselho tanto para empresários, quanto para funcionários:

“Não se contente em fazer o que todo mundo faz. Tenha coragem. Tenha atitude. Faça diferente. É assim que você se destaca no mercado”, afirma o fundador da Chilli Beans durante o podcast “De frente com CEO”, da EXAME.

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