(Sunny/Getty Images)
Luísa Granato
Publicado em 5 de março de 2020 às 06h00.
Última atualização em 5 de março de 2020 às 17h07.
São Paulo – No Brasil, cerca de 13 mulheres foram assassinadas por dia em 2017, segundo a edição de 2019 do Atlas da Violência. Ao todo, 4.936 mulheres foram mortas, o maior número registrado desde 2007.
E de acordo com os dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), em 2018, a cada 2 minutos uma mulher foi vítima de violência doméstica, totalizando 263.067 casos. Com números preocupantes sobre a realidade das mulheres brasileiras, o mês de março, quando ocorre o Dia Internacional da Mulher (dia 8), não é para celebração, muito menos um mar de rosas.
O tema da violência contra a mulher foi levantado durante uma das reuniões do grupo de diversidade da Vivo que discute questões de gênero. Entre funcionários e líderes da empresa, todos concordaram que as organizações têm um papel importante para começar conversas.
No dia 24 de março, a Vivo terá palestras para seus mais de 32 mil colaboradores, 55% homens e 45% mulheres, com especialistas sobre violência contra a mulher e como combatê-la, contando com representantes da ONU, da Promotoria Pública e de outras empresas que consideram exemplares.
Segundo Niva Ribeiro, vice-presidente de Pessoas na Vivo, a companhia precisa representar a sociedade e também criar discussões acerca de seus problemas.
“Precisamos ter conversas maduras para criar um ambiente de respeito. Cada vez mais, vamos qualificar e amadurecer temas que são pertinentes para a sociedade e que têm seu impacto dentro da empresa. A sociedade vem com os preconceitos estruturados, já abrimos conversas em outras ações e agora vamos falar sobre violência contra a mulher”, fala a VP.
Com dois anos da atuação do grupo de diversidade da empresa, Ribeiro conta que é possível ver grandes mudanças na empresa, que começam com o treinamento dos líderes sobre diversidade e se estende para contratações conscientes em todos os níveis de profissionais, desde mais mulheres como técnicas para instalação telefônica até 25% de representatividade dentro do conselho de administração.
Entre as ações inovadores da empresa que surtiram efeito, está a necessidade da presença de candidatas entre os finalistas para qualquer vaga aberta e vínculo da meta de diversidade da empresa ao bônus de seus executivos.
“Adotamos várias ideias dos grupos de afinidade sobre raça, gênero, pessoas com deficiência e LGBTQ+ para que as pessoas se sintam confortáveis para trabalhar aqui. Como espaço de amamentação para quem retorna da licença-maternidade e o uso do banheiro pela identidade de gênero”, comenta Ribeiro.
Junto a ação de março, a empresa também oferece um canal anônimo e administrado por uma empresa terceira que dá assessoria jurídica para funcionárias vítimas de violência.