Carreira

Na órbita da Apple

Saiba quais são as carreiras e quem são os profissionais que ganham a vida no Brasil criando produtos e serviços para os sofisticados brinquedinhos de Steve Jobs

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 17 de maio de 2013 às 19h36.

São Paulo - Já pensou em trabalhar na Apple? Pelo menos aqui no Brasil, trabalhar na empresa pode não ser exatamente ter um crachá da companhia comandada por Steve Jobs, mas isso não significa que não exista gente fazendo carreira à base de maçã — ícone da gigante de tecnologia.

Desde que o iPhone foi lançado, em 2007, o número de empregos gerados pela Apple no Brasil aumentou. Isso não quer dizer que se ampliaram as vagas no escritório brasileiro da companhia. No país, a Apple mantém uma estrutura pequena, com menos de 50 pessoas, basicamente comercial, e abre poucas oportunidades de trabalho.

As carreiras mais interessantes estão nos escritórios de desenvolvimento de aplicativos para o iPhone e também para a sensação iPad, embora o tablet ainda nem tenha sido lançado no Brasil.

Hoje, segundo a Apple, há 4 800 desenvolvedores brasileiros cadastrados no iPhone Developer Program. Mas, para os donos das produtoras de software, o número de profissionais ativos é bem menor, cerca de 1 500, e é difícil encontrar quem conheça bem a linguagem Objective C, ou ObjC, presente no iPhone e no iPad.

O salário de um desenvolvedor de aplicativos da Apple parte de 3 000 reais, mas chega a 6 000 reais rapidamente, e os craques do mercado não ganham menos do que 9 000 reais. A possibilidade de crescimento nas empresas é grande, uma vez que o mercado está em expansão e faltam especialistas.

Na trajetória de carreira mais comum, o profissional começa como estagiário e cresce na companhia, chegando a gerenciar grupos de desenvolvedores. Breno Masi, dono da Fingertips, de São Paulo, fundada há dois anos, emprega 27 funcionários. Entre eles, há 15 desenvolvedores.


Os clientes da empresa são Positivo, CVC, Petrobras, Net, Santander e Porto Seguro Seguros. “Profissionais que trabalham nessa área têm possibilidade de crescimento rápido”, diz Breno. “Temos, inclusive aqui na empresa, um rapaz de 16 anos que é um gênio e trabalha como aprendiz.” Boa  parte das pessoas que hoje ocupam cargos de chefia em escritórios de desenvolvimento tem trajetórias de carreira como essa. 

Outra opção de carreira é abrir o próprio negócio, sozinho com ou com sócios. Seja qual for a situação, domínio da língua inglesa é item de primeira necessidade, pois a comunicação geralmente ocorre nesse idioma. Normalmente, os desenvolvedores de aplicativos são empresas de pequeno porte.

Na maioria dos casos, os donos tocam o negócio com poucos funcionários e estagiários. A Fingertips, por exemplo, é uma das maiores e não chega a 30 empregados. As companhias são jovens como seus donos e têm políticas de carreira pouco estruturadas. A maioria foi aberta há dois anos, quando começou a venda do iPhone no Brasil.

O clima é propício para quem é informal, empreendedor e tem iniciativa, além de flexibilidade para jogar em várias posições. Algumas empresas são especializadas em aplicativos da Apple, mas muitas constroem programas em outras linguagem, especialmente Java. Começar a carreira também é fácil.

A Apple não exige nenhuma certificação para o profissional trabalhar como desenvolvedor. Todas as informações sobre a linguagem estão no portal da empresa, numa área própria para os desenvolvedores postarem seus trabalhos. 

Ao mesmo tempo em que o mercado de desenvolvedores cresceu, a Apple abriu oportunidades em sua rede de revendedores. Há os canais de venda premium, que empregam consultores em vendas e profissionais de assistência técnica, geralmente formados em comunicação social, marketing, computação e engenharia.


Na maioria dessas revendas, são realizados workshops sobre os produtos da Apple e, em algumas, há um treinamento feito no escritório da empresa, em São Paulo. A MyStore tem cinco lojas no estado de São Paulo, quatro na capital e uma em Campinas, e há previsão de inauguração de uma sexta ainda neste ano.

Cada uma tem entre 15 e 20 profissionais contratados. “Os contratados têm um login e acesso a um sistema em que podem aprender sobre os novos produtos, trocar experiência e tirar dúvidas”, diz Fernanda Buschmann, diretora de marketing da MyStore.

A Apple gera empregos também em grandes revendedores, que têm lojas dedicadas à marca, como Fnac, Saraiva, CTIS Digital, Americanas.com, Submarino, Ponto Frio e Fast Shop.

E dentro da Apple? A Apple, em geral, é fechada. Os executivos falam pouco. Os lançamentos são cheios de especulação. O rumor vigente dá conta de que o iPad chega ao Brasil para as vendas de Natal. São poucas vagas, mas a Apple contrata no Brasil. Em julho, ela procurava um gerente de distribuição.

Segundo um profissional que já participou de um recrutamento, o nível de exigência é alto: experiência no mercado brasileiro, arrojo e, claro, inglês perfeito fazem parte. Mas não se anime, além de poucas, as vagas são concorridas. O poder de atração da maçã é grande.

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