Executivas: mulheres avaliadas apresentavam mais empatia do que os homens (Thinkstock)
Camila Pati
Publicado em 8 de março de 2016 às 15h11.
São Paulo – Estudo divulgado hoje pelo Korn Ferry Hay Group enterra o estereótipo de que a mulher tem mais dificuldade do que os homens na hora de gerir suas emoções no trabalho.
Ancorada no inventário de Competências Emocionais e Sociais (ESCI, desenvolvido pelo professor Richard E. Boyatzis e pelo psicólogo e escrito Daniel Goleman, autor de "Inteligência Emocional”, a pesquisa mostra que a mulheres superam os homens em quase todas as habilidades intangíveis investigadas. A base de dados utilizada foi ampla: contou com informações coletadas entre 2011 e 2015 de 55 mil profissionais de todos os níveis hierárquicos em 90 países.
A ferramenta ESCI mede 12 competências emocionais e sociais: orientação para o resultado, adaptabilidade, coaching e mentoring, gestão de conflito, empatia, autoconhecimento emocional, liderança inspiradora, influência, entendimento organizacional, otimismo, trabalho em equipe e autocontrole emocional.
A maior diferença entre eles e elas está no autoconhecimento emocional. De acordo com o Hay Group, as profissionais utilizam 86% mais consistentemente esta competência do que os homens. Os resultados indicam que apenas 9,9% deles demonstraram autoconhecimento, em comparação a 18,4% das mulheres avaliadas.
Entre as mulheres, a empatia apareceu 45% mais frequentemente do que entre os homens. Elas também demonstraram ser mais competentes em relação a coaching, mentoria, capacidade de influência, de liderança inspiradora, gestão de conflito, entendimento organizacional, adaptabilidade, trabalho em equipe e orientação para resultado. Também um pouco mais otimistas do que eles, as mulheres só empatam com os homens em controle emocional.
A pesquisa é importante para mostrar a necessidade de mais mulheres em postos de comando, segundo o escritor Daniel Goleman, que além de psicólogo e escritor é também o codiretor do Consórcio para Pesquisas de Inteligência Emocional nas Organizações, da Universidade Rutgers de New Jersey.
Ele sugere que as empresas encontrem meios de identificar estas competências em suas executivas com o objetivo de oferecer oportunidades de crescimento a estas mulheres.
A iniciativa pode trazer bons resultados para a organização já que o estudo também mostrou que líderes que não demonstram consistentemente qualquer competência de Inteligência Emocional tinham duas vezes mais funcionários planejando sair da empresa nos próximos 12 meses em comparação com aqueles que demonstram uma ou mais competências.