Carreira

Mulheres na ciência: como romper barreiras e construir oportunidades

No Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, diretora da Unesco fala sobre o progresso que está sendo alcançado à medida que mais mulheres ingressam nas áreas científicas

Marlova Jovchelovitch Noleto, diretora e representante da Unesco no Brasil: “A igualdade de gênero na ciência ainda é um grande desafio em todo o mundo” (Unesco /Divulgação)

Marlova Jovchelovitch Noleto, diretora e representante da Unesco no Brasil: “A igualdade de gênero na ciência ainda é um grande desafio em todo o mundo” (Unesco /Divulgação)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 11 de fevereiro de 2025 às 11h29.

Tudo sobreMulheres
Saiba mais

Por Marlova Jovchelovitch Noleto, diretora e representante da Unesco no Brasil

Atualmente, apenas um em cada três cientistas no mundo é mulher. A falta de igualdade de gênero na ciência não apenas afeta as mulheres, mas também limita o progresso científico e prejudica o desenvolvimento dos países e seus esforços para construir sociedades justas e igualitárias.

Com o objetivo de promover a igualdade de gênero na ciência e na tecnologia, bem como de alertar sobre o papel fundamental que as mulheres desempenham nessas áreas do conhecimento, estabeleceu-se o Dia das Mulheres e Meninas na Ciência, celebrado em 11 de fevereiro. Apesar dos progressos conquistados desde a criação dessa data, há dez anos, a igualdade de gênero na ciência ainda é um grande desafio em todo o mundo e, por isso, continua sendo uma prioridade global da UNESCO.

Sabemos que as áreas de ciências, tecnologias, engenharias e matemática (STEM, na sigla em inglês) cada vez mais são consideradas essenciais para as economias nacionais, mas até o momento, a maioria dos países, independentemente de seu nível de desenvolvimento, não alcançou a igualdade de gênero nessas áreas. Menos de duas em cada cinco pessoas que se formam em alguma área de STEM são meninas e mulheres, e apenas 12% dos membros de academias nacionais de ciências de todo o mundo são mulheres.

Ademais, sabemos que essa disparidade não se deve à falta de interesse, mas à falta de oportunidades. Por isso, é preciso assegurar que a ciência seja adotada nos currículos desde cedo, iniciando na pré-escola, e que os professores utilizem métodos que envolvam os meninos e as meninas, de forma lúdica e divertida, na aprendizagem científica. Ao mesmo tempo, ainda temos um caminho a percorrer contra os estereótipos. Cada vez mais, é preciso ouvir as mulheres que desbravaram essas áreas para reescrever suas narrativas. Essas mulheres são uma inspiração para as meninas interessadas em ciências, assim como um exemplo das muitas oportunidades que as carreiras científicas podem oferecer.

A Unesco, em colaboração com diversos parceiros, tem desempenhado um papel relevante na promoção da participação de mulheres e meninas na ciência, por meio de iniciativas como o projeto "EDUCASTEM2030". Essa iniciativa busca transformar a educação nas áreas de STEM em um espaço mais inclusivo e acessível. O projeto tem funcionado como uma resposta direta às desigualdades enfrentadas por elas nessas áreas acadêmicas e carreiras profissionais. No Brasil, o EDUCASTEM 2030 já inspirou muitas meninas em Pernambuco, Bahia, Alagoas e Paraná.

A complexidade do século XXI requer abordagens multifacetadas e novas perspectivas, que exigem contribuições para a ciência, tanto de homens quanto de mulheres. Por isso, devemos garantir que as meninas sejam encorajadas quanto a suas aspirações de se tornarem cientistas; além disso, temos que derrubar as barreiras que impedem as mulheres de realizar todo o seu potencial na ciência, inclusive com acesso a posições e cargos de liderança.

Um progresso significativo está sendo alcançado à medida que mais mulheres ingressam nas áreas científicas, avançam rumo à excelência e passam a ocupar posições de liderança. Esse avanço não pode ser interrompido. Não podemos retroceder. Por meio de esforços conjuntos, de governos, lideranças políticas, sociedade civil e iniciativa privada, devemos seguir trilhando esse caminho de uma ciência sem fronteiras de gênero.

No Brasil, o EDUCASTEM 2030 já inspirou muitas meninas em Pernambuco, Bahia, Alagoas e Paraná. (Unesco/Divulgação)

Acompanhe tudo sobre:MulheresEducaçãoCiência de Dados

Mais de Carreira

Ele foi contratado pela Microsoft e revela estratégia número 1 que fez seu currículo ser escolhido

Como usar um bullet journal para gerenciar suas tarefas

10 profissões para quem gosta de engenharia de transporte

5 dicas para aumentar a produtividade em ambientes criativos