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Mulheres ganharão tanto quanto homens - daqui a 136 anos

O avanço para reduzir a desigualdade salarial entre os gêneros em todo os Estados Unidos desacelerou desde 2001


	Desigualdade: muito se debate sobre como interpretar a desigualdade salarial entre os gêneros
 (ImageegamI / Thinkstock)

Desigualdade: muito se debate sobre como interpretar a desigualdade salarial entre os gêneros (ImageegamI / Thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 22 de setembro de 2016 às 16h47.

Nova York - As mulheres de Nova York têm a menor desigualdade salarial de todos os 50 estados dos EUA e recebem US$ 0,89 por cada dólar que seus colegas do sexo masculino ganham.

Dificilmente isso soará como uma boa notícia -- até que se vejam os números de Wyoming.

Apelidado de Estado Igualitário, cujo lema é “Igualdade de direitos”, Wyoming é um lugar onde ser mulher não compensa muito -- na verdade, nesse estado paga-se às mulheres apenas US$ 0,64 por cada dólar do salário de um homem, a pior proporção nos EUA.

O avanço para reduzir a desigualdade salarial entre os gêneros em todo o país desacelerou desde 2001, de acordo com “The Simple Truth About the Gender Pay Gap”, um relatório publicado na quinta-feira pela American Association of University Women (AAUW).

Se a mudança persistir nesse ritmo, as mulheres dos EUA ganharão o mesmo que os homens por volta de 2152, de acordo com o relatório do grupo.

Ao mesmo tempo, no entanto, a proporção de renda entre homens e mulheres em todo o país foi de 79,6 por cento no ano passado, a menor em dados ajustados à inflação que remontam a 1960. E a perspectiva para a paridade difere drasticamente entre os estados.

Muito se debate sobre como interpretar a desigualdade salarial entre os gêneros.

Quem usa como prova de discriminação o tão citado dado estatístico de que nos EUA as mulheres ganham US$ 0,78 para cada dólar recebido por um homem (o número está mais para US$ 0,80) não está usando a mesma medida para a comparação, argumentam alguns pesquisadores que citam diferenças na quantidade de horas trabalhadas e na escolha profissional, entre outras.

O ceticismo em relação a esse indicador é válido, disse Catherine Hill, vice-presidente de pesquisa da AAUW. Esse número é abrangente e mistura muitas coisas, como idade e ocupação.

Ela disse que esse número é mais interessante para evidenciar tendências, como a redução da diferença salarial durante as décadas de 1980 e 1990, “quando as conquistas acadêmicas das mulheres atuaram como um motor”, e a estagnação da linha que marca essa diferença nos últimos 15 anos.

Após levar em consideração a idade, a ocupação e outros dados, ainda resta uma diferença salarial que não pode ser explicada, disse a professora de Economia de Harvard Claudia Goldin.

“Mas”, acrescenta ela, “não sabemos o suficiente para afirmar que uma desigualdade salarial entre os gêneros se deve à discriminação”.

Hill, da AAUW, disse que, após monitorar 11 fatores, o relatório conclui que existe uma diferença de 7 por cento um ano depois que as mulheres se formam na faculdade.

“Isso nos diz que outra coisa está acontecendo”, disse ela. “Sim, as escolhas que fazemos têm um peso grande nisso, mas também se trata das escolhas que as pessoas pressupõem que nós faremos”, como nos ausentar do mercado de trabalho para criar os filhos ou cuidar de outros familiares.

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