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Mulheres ainda são demitidas por gravidez, alerta Banco Mundial

A economista-chefe do banco disse que o impacto da Covid-19 foi “muito regressivo”, atingindo os mais vulneráveis com mais força, como mulheres e meninas

Mulher grávida com máscara no rosto (Strelciuc Dumitru/Getty Images)

Mulher grávida com máscara no rosto (Strelciuc Dumitru/Getty Images)

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Bloomberg

Publicado em 8 de março de 2021 às 18h05.

Ainda existem quase 40 países onde mulheres podem ser demitidas simplesmente por engravidar, disse a economista-chefe do Banco Mundial, Carmen Reinhart, em debate sobre como a pandemia tem dificultado às mulheres escaparem da pobreza.

Em programa da Bloomberg Television que também contou com a participação de Ceyla Pazarbasioglu, diretora de estratégia e políticas do Fundo Monetário Internacional, Reinhart disse que o impacto econômico da Covid-19 foi “muito regressivo”, atingindo os mais vulneráveis com mais força, como mulheres e meninas.

Reinhart vê grandes retrocessos em educação, pois meninas que estão deixando a escola “não vão voltar”, disse Reinhart no Dia Internacional da Mulher. Ela citou um relatório no final do ano passado segundo o qual a pobreza extrema deve aumentar pela primeira vez em mais de duas décadas, com uma proporção desproporcionalmente alta de mulheres entre os novos pobres.

A pandemia contribuiu para o aumento da violência contra as mulheres e tem reforçado a desigualdade de gênero em muitos países. Em média, as mulheres possuem cerca de 75% dos direitos legais dos homens, de acordo com o Banco Mundial.

Embora as leis tenham melhorado em alguns países, mulheres em muitas nações ainda enfrentam limites legais em oportunidades econômicas, como restrições a viagens sem um tutor, segundo a instituição.

Pazarbasioglu, do FMI, disse que é muito importante ter “uma lente feminina nas políticas”.

“É isso que estamos pressionando em nossa vigilância, em nossos empréstimos, em nosso trabalho analítico e em nosso desenvolvimento de capacidade”, afirmou.

Pazarbasioglu disse que é preciso garantir que os orçamentos favoreçam a igualdade de gênero e que no setor informal, que emprega muitas mulheres, “as políticas sejam direcionadas a essas atividades importantes nas quais as mulheres carregam o maior fardo”.

Pazarbasioglu e Reinhart escreveram um artigo de opinião publicado pela Bloomberg na segunda-feira, defendendo maior transparência nas finanças para ajudar a combater a crescente desigualdade internamente e no mercado global.

 

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