Carreira

Mexer ou não mexer no plano de previdência? Eis a questão

Com a queda nos juros, migrar para um plano mais agressivo é tentador. Porém, antes de tomar a decisão, é preciso fazer as contas

Caneta e calculadora (Divulgação/Imovelweb)

Caneta e calculadora (Divulgação/Imovelweb)

DR

Da Redação

Publicado em 11 de março de 2013 às 14h33.

São Paulo - A queda na taxa básica de juro, a Selic, traz um grande desafio para quem investe em previdência privada. Se considerarmos o juro na casa dos 7,1% ao ano e descontarmos a inflação, teremos um juro real de 1,8% a 2%, ante 6% e 7% em 2011. Esse percentual remunera a aplicação do investidor. Basta olhar os números para perceber que investir em previdência ficou menos atraente.

Isso porque a maioria dos fundos de previdência está atrelada à renda fixa, que permite um lucro menor no longo prazo, se comparado ao investimento em ações. Com juro rendendo menos e a inflação na casa dos 5,5% — uma suposição baseada na atual projeção para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) —, o dinheiro aplicado hoje valeria cerca de um terço daqui a dez anos. 

“Para boa parte dos investidores, ainda não caiu a ficha de que as condições para o futuro mudaram”, diz Gilberto Poso, superintendente de varejo do HSBC.

“A queda dos juros reduz o ganho para o segurado e aumenta os desafios das administradoras de planos na busca por maior rentabilidade”, explica Leonardo Lourenço, superintendente da Mongeral Aegon Seguros e Previdência. Mas a migração pode ser penalizada, em especial para o investidor que não tem benefício fiscal.

Em uma análise simplista, a primeira alternativa seria trocar o plano de previdência menos agressivo por outro com maior exposição à renda variável e, no longo prazo, tentar aumentar o ganho.

“Mas cada caso é um caso”, diz Samy Dana, professor de finanças da Fundação Getulio Vargas de São Paulo. “A tendência é mudar de plano, mas há custos embutidos nisso que talvez não compensem”, afirma. “Afinal, o juro no Brasil ainda é alto e, dependendo do planejamento do fundo, há chances de ganho com renda fixa”, diz. 

Entre as desvantagens de mexer no plano de previdência está o fato de algumas administradoras cobrarem a taxa de migração — quando o investidor decide trocar o plano, de PGBL para VGBL, ou rever o percentual de exposição ao risco contratado. Além disso, existem as taxas de administração, que podem chegar a 2% e corroer parte dos lucros.

A mudança pode afetar ainda o tamanho da mordida do Leão lá na frente. Ao fazer a troca, é possível que a Receita Federal entenda que você está começando um outro plano e reinicie a contagem do tempo da aplicação. Portanto, analise tudo com cuidado.

Acompanhe tudo sobre:Edição 173ImigraçãoJurosPrevidência privada

Mais de Carreira

O segredo para unir marketing e vendas (e tomar decisões que realmente funcionam)

Black Friday: EXAME libera maratona de aulas sobre inteligência artificial com 90% de desconto

Redes sociais: conheça 8 dicas para transformar o seu perfil no melhor cartão de visitas

Do esporte para o cacau: a trajetória ousada do CEO da Dengo Chocolates