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Mercado de trabalho no fundo do poço? Pessimismo só cresce

Mau humor toma conta do mercado e nos próximos três meses pessimismo reina, segundo pesquisa do ManpowerGroup

Queda:  em curto prazo não há  projeção de melhora do mercado  (Thinkstock)

Queda: em curto prazo não há projeção de melhora do mercado (Thinkstock)

Camila Pati

Camila Pati

Publicado em 15 de junho de 2016 às 12h32.

São Paulo — Para os próximos três meses, a expectativa de novas contratações entre empregadores brasileiros é a mais pessimista já registrada pelo ManpowerGroup em sua pesquisa trimestral. 

Termômetro das tendências e das atividades do mercado de trabalho, o levantamento com 850 executivos de recursos humanos no Brasil apresenta o pior índice de intenção de contratação desde que o começo da medição em 2009: -15%.

O percentual é resultado líquido da expectativa de emprego e é calculado com base na porcentagem de gestores que esperam aumento nas contratações, subtraído pelo percentual daqueles que, por outro lado, projetam diminuição.

Chegamos ao fundo do poço? Difícil responder, diz Nilson Pereira, presidente do ManpowerGroup Brasil. “Não sei se é o fundo do poço porque a tendência é de queda, houve piora em relação à última pesquisa e já se podia esperar um pouco mais de estabilidade”, diz Pereira. Na comparação trimestral, esse índice recuou 4 pontos percentuais e na variação anual a queda já chega a 9 pontos.

Ele atribuiu o pessimismo geral no mercado ao cenário político e econômico desfavorável (e incerto) do país. “Em curto prazo, percebemos que o clima é ruim para novas contratações”, diz. O mau humor, de acordo com a pesquisa, é mais explícito entre as pequenas e médias empresas, com índices de -16% e -20%, respectivamente. Entre as grandes companhias, a perspectiva é menos derrotista: -7%.

Os setores mais e menos mal-humorados

As perspectivas de emprego são mais negativas para quem trabalha na área de construção, serviços, indústria e transportes. A estimativa de emprego na área de construção é a pior da pesquisa, -28%. Em serviços o índice é de -20% e indústria e transportes chegaram ao patamar de -19%.

Se os resultados entre as empresas de construção não surpreendem, o pessimismo na área de serviços chamou a atenção. “Costumeiramente o setor tinha uma tendência melhor, mas agora já está começando a sofrer os efeitos da crise”, diz Pereira.
Já a área de finanças e seguros e os setores de administração pública e de educação têm os índices menos desfavoráveis, variando entre -6% e -7%.

“Os setores de finanças e seguros são mais estáveis, empregam muita gente e fazem uso da tecnologia”, diz o presidente do ManpowerGroup. Outro ponto que ele destaca é em relação ao resultado um pouco melhor na área de educação. “Entendo o resultado como um efeito do desemprego, as pessoas buscam mais capacitação”, diz.

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