Atletas da LOUD durante treinamento (LOUD/Flickr)
Trabalhar no mundo dos games pode parecer distante, ainda mais para aqueles que não possuem as habilidades necessárias para atuar de forma competitiva como atleta ou são oriundos de carreiras que não sejam da área de programação ou tecnologia.
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Entretanto, dado o crescimento exponencial do setor no Brasil e no mundo, as empresas desse mercado buscam cada vez mais expandir e, como consequência, contratar.
De acordo com os dados mais recentes da Newzoo, principal consultoria sobre o mercado de videogames e eSports, apenas em 2021, a indústria global de games movimentou US$ 175,8 bilhões.
E o lado competitivo do cenário nunca esteve tão em voga. Dados do eSports Charts, site especializado no mercado de eSports, mostram que em 2021 os campeonatos oficiais de League of Legends, um dos principais jogos competitivos do momento, somaram 664.156.489 horas assistidas - aumento de quase 13% em comparação a 2020.
O pico de audiência aconteceu durante a final do Worlds 2021, o Campeonato Mundial, disputada em 6 de novembro entre a chinesa EDward Gaming (EDG) e a sul-coreana DWG KIA. Foram 4.018.728 espectadores simultâneos – o equivalente a 50 Maracanãs lotados.
Mas, se você é um profissional do meio executivo e sempre trabalhou em áreas consideradas mais tradicionais pelo meio empresarial, saiba que esse gigante mercado de eSports pode estar atrás de você.
A Loud, uma das principais organizações de eSports do Brasil, fundada em 2019 por Bruno Oliveira Bittencourt e Jean Ortega, está com vagas abertas para as mais diversas posições dentro da companhia - com cargos que fogem totalmente do estigma da carreira de games. E essa aposta dialoga diretamente com os planos futuros da marca: profissionalização e internacionalização.
"Sempre pensamos em como podemos trabalhar nosso jogadores, profissionais e influenciadores no 360, Tentar alavancar a carreira a todo momento. Mas sempre visando nesse futuro, tanto da Loud como do cenário brasileiro do eSports como um todo. Nesse nosso mercado, é difícil achar pessoas com qualidades específicas, então focamos em manter essas boas pessoas por perto", explica Bruno "PlayHard" Bittencourt, CEO da Loud, em conversa com a EXAME.
Seja em influência, seja em competitividade, a Loud se mostra como o principal player do país nesse universo.
O modelo de divisão de funcionários da companhia é um mix interessante: conta com o lado profissionalizante dos seus atletas nas mais diversas modalidades (as modalidades no eSports são os diferentes jogos que possuem modo competitivo); uma extensa rede de influenciadores parceiros da Loud e uma gama de profissionais "tradicionais" que dão suporte e estrutura para que as duas primeiras frentes possam se desenvolver.
"Para exemplificar, o nosso time League of Legends (LoL) conta com 17 profissionais apenas na comissão técnica, sem falar dos atletas e, como cada jogo tem suas especificidades, é impossível ter uma regra geral de atuação. No caso no LoL, há um técnico individual para cada jogador, além de um coach geral. Fazendo um paralelo com o futebol, é como se tivéssemos um preparador específico posição do mapa, assim como há preparadores de goleiro, por exemplo", explica o CEO.
A Loud ainda conta com uma rede de apoio para os atletas, com fisioterapeutas, médicos e psicólogos. E, como analisa Bruno, as vezes essas carreiras de pro player e influenciador podem se sobrepor, se misturar ou até mesmo se completar.
"No nosso projeto de Loud, desde o início, quando falamos de influenciadores e pro players, nós temos uma menor rotatividade de pessoas no nosso ecossistema. A pessoa pode se desenvolver em diversas áreas. Não necessariamente ela precisa se manter no mesmo caminho nesse mundo do eSports", exemplifica.
A Loud tem um próprio exemplo desse caso: Victor Augusto, conhecido como 'LOUD Coringa', é um ex-jogador profissional de Free Fire da Loud que se tornou streamer e influenciador e hoje soma mais de 10 milhões de seguidores em suas redes sociais - principalmente no YouTube e na Twitch.
"Se conseguimos realocar bons funcionários que estejam alinhados com os valores e as propostas da Loud para outras áreas, é um sinal de que estamos no caminho certo".
"Muitas vezes o atleta pode ser maior do que o próprio time. A Loud é um ótimo exemplo de como uma empresa pode ser uma grande construtora de marcas. Existem vários estilos de jogos diferentes, e em cada ‘modalidade’, você tem a sua personalidade de relevância maior", diz Guilherme Camargo, professor de Gameficação Aplicada na ESPM e coordenador da Pesquisa Games Brasil, principal relatório sobre o setor no país, à EXAME.
"Gosto de usar o esporte offline como parâmetro. É só pensar: quem pratica efetivamente o futebol? A maioria acaba assistindo jogos, programas de debates, e o mercado de eSports acaba surfando nessa cartilha. Por mais que você não esteja jogando, você está acompanhando alguém na Twitch, no YouTube, é uma forma de terceirizar a diversão através do seu aspecto esportivo", complementa Guilherme.
Em um acelerado ritmo de expansão e profissionalização da marca como um todo, a Loud já busca por profissionais que possam impulsionar ainda mais esse crescimento.
"Para cada estilo de trabalho precisamos observar de uma forma diferente. As pessoas que entendem muito de games não terão necessariamente as habilidades de um sênior para lidar com equipes e times. Precisamos de pessoas que saibam gerir processos, liderar times com eficiência, abraçar os modelos tradicionais de empresas escalveis, mas sem perder a essência do que é a Loud", explica Bruno.
Para que a Loud cresça e se mostre como uma importante e competitiva empresa no cenário nacional, é fundamental que o mercado empresarial olhe para a empresa com bons olhos - e isso tem conexão direta com a contratação desses executivos.
"Por conta desse um crescimento exponencial, houve a necessidade da profissionalização das pessoas que fazem parte desse universo, para você mitigar riscos, trazer mais processos para dentro da empresa. Alguém que consiga escalar o modelo de negócio. É muito importante contar com um profissional que tenha uma vivência em empresas grandes", explica o professor Guilherme.
"Assim, acionistas, investidores e outros parceiros, possam ver o quão profissional o setor está se tornando, para tirar aquele estigma que videogame é coisa de adolescente. Chega um momento que é preciso ter gente com mais background e network para fora dos universo dos games. Nem todo gamer vai ser um grande profissional na indústria dos games", continua.
A procura por esse tipo de profissional mais capacitado vem com ofertas poderosas: o salário de um head/diretor na Loud chega aos R$ 35 mil mensais.
Já a faixa salarial de posições mais abaixo da linha hierárquica, mas ainda fundamentais para o sucesso empresarial da empresa - como coordenadores e managers - ficam entre R$ 4 mil e R$ 10 mil.
"No momento, estamos em uma busca por posições mais sênior, até mesmo do C-Level, como CMO, CFO, CHO. Nesses primeiros três anos, foi bem legal a forma de escolher trabalhar, mas para os próximos, precisamos tentar compartilhar a visão do nosso negócio com esses executivos. É bem importante pra gente, como uma empresa familiar, conseguir trazer pessoas mais competitivas dentro do olhar do empresarial", diz o CEO da Loud.
Diretor de produção, diretor de VOD, editor de vídeo (redes sociais), coordenador de roteiro, roteirista (short vídeos), produtor, analista financeiro sênior, analista de FP&A sênior e analista de recursos humanos sênior são apenas algumas das posições que a Loud está buscando preencher no momento.
Todas as vagas da empresa possuem a possibilidade de trabalho remoto, a não ser as posições que atuem diretamente no staff dos times profissionais e aquelas responsáveis pela parte técnica e operacional dos centros de treinamento dos atletas.
Como benefícios, a empresa oferece reembolso em consultas médicas, um auxílio extra para o home office, gratificação pelo batimento de metas e entrega de projetos, além de um auxílio transporte e outro para educação.
Todas as vagas abertas na Loud no momento podem ser conferidas na página oficial da empresa na plataforma Gupy.
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