Business School São Paulo (BSP): custo médio de 24 000 reais (parcelados em 27 mensalidades) a 48 000 reais (parcelados em 32 mensalidades) (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 4 de abril de 2013 às 19h29.
São Paulo - Tem de 10 000 reais, de 20 000 reais, de 50 000 reais e de 200 000 reais. Para fazer no Brasil, nos Estados Unidos, na Europa. Para cursar duas vezes por semana durante poucos meses ou em tempo integral durante dois anos.
O menu para quem procura um MBA é farto e vem acompanhado de uma carta de opções de viabilização financeira igualmente ampla: há bancos que oferecem linhas de crédito específicas para essa finalidade com possibilidade de pagamento em até quatro anos, há escolas que têm suas próprias linhas de financiamento com prazos dignos de um empréstimo imobiliário (até 20 anos), há aquelas que permitem que você só comece a pagar meses depois de encerrado o curso e muitas que concedem bolsas de estudo seguindo os mais diferentes critérios.
Sem falar, é claro, no velho e bom pé-de-meia, ou seja, a economia que você pode começar a fazer anos antes de ingressar em um programa como esse enquanto acumula a bagagem de um bom currículo, fundamental para quem quer ser admitido em um dos cursos.
Para tirar o máximo de vantagem de um MBA sem se afundar em uma dívida ou se decepcionar com o retorno do investimento, a palavra de ouro é uma só: planejamento.
Antes de “quanto”, pense em “quando” e “onde”
Antes de se preocupar com o preço do MBA e como custeá-lo, você precisa decidir algumas outras variáveis: o “quando” e o “onde”. “Não recomendo o MBA para quem tem menos de cinco anos de experiência profissional.
Nos primeiros anos de carreira, deve-se focar em sua experiência prática. Assim, quando estiver mais maduro, poderá aproveitar melhor a experiência do MBA”, diz Armando Dal Colletto, diretor Acadêmico da Business School São Paulo (BSP).
Tendo uma ideia do “quando”, é hora de pensar no “onde”. Há MBAs para diferentes objetivos profissionais, conforme observa Patricia Volpi, uma das fundadoras do MBA Alumni Brasil, rede de contatos entre alunos e ex-alunos de MBAs internacionais.
“Eu recomendo que os profissionais se perguntem antes: ‘Quero atuar em qual área após o MBA?’, ‘As minhas empresas foco costumam contratar alunos de quais escolas?’, ‘O currículo dessa escola se ajusta às minhas necessidades?’. E por aí vai”, diz Patricia.
Mau investimento
Além dessa autoavaliação, é importante adotar alguns critérios para escolher entre as escolas disponíveis no mercado. O primeiro deles é entender que “não existe almoço grátis”. Há muitos cursos baratos no mercado, mas alguns darão a você apenas um diploma, e não necessariamente ajudarão a abrir portas na carreira.
Se por um lado são acessíveis no preço, por outro podem não acrescentar profissionalmente. Resumindo, você deve tomar cuidado para não fazer um mau investimento.
Cheque as referências e o currículo da escola. Veículos como o jornal inglês Financial Times e a revista americana Business Week, em parceria com a Bloomberg, costumam divulgar rankings das melhores escolas, entre as quais figuram hoje algumas brasileiras.
Empresas como a QS divulgam classificações mundiais das escolas. Verifique também se a escola é referendada pela Associação Nacional de MBA (Anamba). “Recrutadores sabem quais são os bons MBAs”, diz Armando, da BSP.
Pechincha
Tudo bem que é preciso tomar cuidado com as “pechinchas” entre os MBAs, mas também não precisa escolher o curso mais caro para obter os ganhos profissionais que procura. O Brasil hoje tem escolas com programas reconhecidos internacionalmente. Tudo depende de pesar os prós e os contras de realizar o curso aqui ou no exterior.
“Há uma diferença entre o profissional que quer seguir uma carreira de expatriado e aquele que quer obter uma experiência globalizada. É possível conseguir uma vivência global fazendo um curso no Brasil, com módulos de intercâmbio fora do país e com professores de outras nacionalidades”, diz Renato Guimarães Ferreira, coordenador do curso de especialização da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV-Eaesp).
À vista ou parcelado?
Mesmo no caso dos cursos brasileiros, mais baratos do que os do exterior, é importante analisar quanto de seu orçamento o pagamento mensal do MBA vai consumir. De acordo com o consultor financeiro Erasmo Vieira, tudo depende do orçamento de cada um e de suas condições de vida. Se é casado, se tem filhos, se tem dívidas.
Poupar para estudar, segundo Erasmo, é sempre a melhor opção. Mesmo que as economias não deem para pagar o valor total do curso, podem quitar parte dele, diminuindo o número de parcelas.
“Quem consegue, por exemplo, guardar 1 000 reais por mês e ainda economizar parte do 13º salário, das férias e da participação nos resultados poderá em um ano juntar, com disciplina, cerca de 15 000 reais, o que representa uma boa entrada para o pagamento de um MBA no Brasil com custo em torno de 35 000 reais”, diz o consultor.
Ele recomenda que o dinheiro seja aplicado em uma simples caderneta de poupança ou no Tesouro Direto, que é a venda de títulos públicos para pessoas físicas. “O ideal é escolher títulos do Tesouro com vencimento perto da data de início do MBA e com remuneração da inflação, para obter uma correção adequada”, diz Erasmo.
Para quem não tem tanta vocação para poupar, uma opção é buscar financiamento bancário. Algumas instituições têm linhas de crédito específicas para MBA e parcelam o pagamento em até quatro anos. Embora tenham juros mais baixos do que outras linhas, as taxas giram em torno de 2% ao mês, mas podem ser encontradas por 1,68%.
Financiamento no exterior
Se para pagar um curso na casa dos 30 000 reais é preciso planejamento e empenho, você deve estar se perguntando como é possível bancar um MBA no exterior que chega a custar cerca de 200 000 reais.
A resposta está nos programas próprios de financiamento e bolsa de estudo que a maioria das escolas internacionais oferece. “As instituições top dos Estados Unidos e da Europa oferecem até 100% de financiamento. E isso inclui não apenas o valor do curso e material, mas os custos de moradia e alimentação.
Os juros variam muito de escola para escola, mas não costumam ultrapassar 11% ao ano”, diz Marcelo Ambrozio Ramos, sócio da MBA House. Além dos juros baixos, o prazo de pagamento é semelhante ao de um empréstimo imobiliário e pode chegar a 20 anos.
As condições para conceder o financiamento também variam conforme a instituição. “Algumas podem exigir uma espécie de fiador que viva no país. Outras pedem que o aluno comprove sua capacidade de quitação com informações e documentos bancários”, diz Marcelo.
Foi o caso de Raul Cardoso, de 43 anos, que de 2009 a 2011 realizou seu MBA na Haas School of Business, da Universidade da Califórnia – Berkeley, nos Estados Unidos.
Ele viabilizou seu curso de 95 000 dólares usando 40% de recursos próprios e conquistou uma bolsa de 50% do valor total do MBA e despesas, graças ao bom desempenho e às notas no processo admissional. Os outros 10% foram pagos com o trabalho que desempenhou na própria escola, como assistente de professores.
“Dois anos antes do MBA comecei a economizar. Guardava todo mês parte de meu salário e aplicava em um fundo de renda fixa, de baixo risco”, afirma Raul, que na época trabalhava como gerente de planejamento de mercado em um grande banco de varejo no Brasil. Logo após o curso, tornou-se consultor sênior na consultoria Deloitte em Detroit, nos Estados Unidos.
Com formação de oficial da marinha mercante, Marco Túlio Fumis, de 45 anos, concluiu há três anos seu MBA no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos.
“Tinha o cargo de vice-presidente de uma empresa de seguros americana e faltava uma reciclagem acadêmica. Optei por me desligar da empresa e fui para o exterior fazer um MBA que durou um ano.
Para isso, economizei durante três anos, poupando até os bônus anuais. O curso custou 105 000 dólares e consegui pagar metade com recursos próprios. A outra parte financiei com a escola em 20 anos”, conta o executivo, que hoje é presidente do grupo de saúde Memorial. “Já incorporei o pagamento das mensalidades a meu orçamento fixo e hoje elas não têm um peso grande para mim”, diz Marco Túlio.