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Maioria ainda sofre assédio calada, revela pesquisa

Pesquisa com 4,9 mil profissionais mostra que 52% já enfrentaram assédio moral ou sexual no trabalho, mas só minoria denunciou

EXAME.com (EXAME.com)

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Camila Pati

Camila Pati

Publicado em 20 de junho de 2015 às 06h00.

São Paulo – Pelas empresas do Brasil o assédio moral é uma prática recorrente e, pelo que demonstra pesquisa da Vagas.com, impune.

Levantamento realizado pela Vagas.com com 4,9 mil pessoas mostra que 52% já enfrentaram assédio moral ou sexual no trabalho. E 87,5% das vítimas decidiram não denunciar a conduta.

Medo de perder o emprego é a principal razão para “varrer” o assédio para debaixo do tapete: 39,4% alegaram que o receio evitou o ator de denunciar.

A possibilidade de sofrer represálias aparece em seguida, citada por 31,6%. O sentimento de vergonha também aparece como obstáculo para 11% vítimas que não denunciaram o assédio, assim como o medo de a culpa recair sobre o denunciante, apontado por 8,2% das vítimas. O sentimento de culpa também é razão apontada por 3,9% dos entrevistados que já foram alvo de assédio no trabalho.

Dentro do grupo dos profissionais que não denunciaram as condutas abusivas, a maioria (56,3%) continuou trabalhando para a mesma empresa. Outros 20,9% foram demitidos e 22,8% pediram demissão depois do assédio.

Sensação é de impunidade

Quem decide denunciar enfrenta sensação de impunidade, segundo a pesquisa. É que 74,6% dos respondentes que denunciaram disseram que o agressor permaneceu na empresa.

Apenas 12,1% declararam que o agressor foi demitido após a denúncia, 11% não sabem o que aconteceu e 2% disseram que o denunciado acabou pedindo demissão.

Ainda no grupo dos denunciantes, 20% foram demitidos após a iniciativa de denunciar, 17,6% disseram que foram perseguidos. Só 8,6% levaram o caso à Justiça. Para 39,2% nada mudou após a denúncia.

Assédio moral mais frequente

Mulheres são as principais afetadas. Entre as vítimas, elas são 54,4% e eles, 45,6%. O assédio moral é bem mais frequente do que o assédio sexual.

Piadas, chacotas, agressões verbais ou gritos constantes lideram a incidência de casos. Segundo a pesquisa, 47,3% declararam já ter sofrido este tipo de agressão e mais da metade das vítimas são mulheres (51,9%).

Já comportamentos abusivos tais como cantadas, propostas sexuais ou olhares abusivos, que caracterizam assédio sexual, somam 9,7% das respostas. Novamente, mulheres são principal alvo: 79,9%.

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