Carreira

Magalu comprova esta grande tendência do mercado de trabalho

Na sexta-feira, o anúncio do Magazine Luiza sobre um programa de trainee abriu uma disputa nas redes sociais

Magalu: iniciativas para promover diversidade e inclusão geraram polêmica nas redes sociais (Germano Lüders/Exame)

Magalu: iniciativas para promover diversidade e inclusão geraram polêmica nas redes sociais (Germano Lüders/Exame)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 22 de setembro de 2020 às 20h26.

Última atualização em 22 de setembro de 2020 às 20h28.

Iniciativas para promover diversidade e inclusão, como a do Magazine Luiza, que gerou polêmica nas redes sociais, vão virar tendência em grandes empresas daqui para frente, segundo especialistas em recursos humanos e executivos.

Nos últimos três meses, período tradicional de abertura de programas de treinamento, outras três empresas - Bayer, Ambev e P&G - também anunciaram inscrições de programas exclusivos para estudantes negros.

Em comum, essas empresas querem ampliar a diversidade dos novos funcionários e, principalmente, prepará-los para que ocupem cargos de direção. Um dos passos para atrair candidatos foi substituir a obrigatoriedade da língua inglesa por cursos que serão fornecidos aos que forem selecionados.

Na sexta-feira, o anúncio do Magalu sobre o programa de trainee abriu uma disputa nas redes sociais entre os que elogiaram a medida e os que acusaram a empresa de "racismo reverso" com brancos, usando a hashtag #MagazineLuizaRacista.

No mesmo dia, a Bayer, empresa da área química e farmacêutica de origem alemã, também abriu inscrições para um programa de trainee similar para 19 vagas e salários de até R$ 6,9 mil. Elisabete Rello, diretora de RH da empresa no Brasil, diz que sabia que haveria questionamentos, embora boa parte deles tenha sido direcionada ao Magalu.

"Quando avaliamos a quantidade e a qualidade dos comentários vimos que tem número maior de apoiadores, e esse apoio nos faz acreditar que estamos no caminho certo", afirma Elisabete, acrescentando que é preciso coragem por parte das empresas para adotar esse tipo de medida.

O grupo tem 6,5 mil funcionários no Brasil, segundo mercado mais importante para a companhia que atua em 87 países. "Só aqui existe esse programa, porque a questão ético racial é diferente nos demais", diz.

O presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH) Paulo Sardinha, acredita que a ação de grandes grupos será "vitrine" para outras empresas seguirem a tendência da diversidade não só em relação aos negros, mas também mulheres, deficientes físicos, analfabetos e homossexuais, assim como da sustentabilidade.

Em julho, a Ambev lançou programa de estágio voltado a pessoas negras, com 80 vagas. Em 2019, ela já havia feito programa piloto nessas condições e contratou dez pessoas. A P&G teve este ano dois programas nessa linha, em fevereiro e neste mês.

Patrícia Beltran, da Vagas.com, empresa de tecnologia que atua na área de RH e tem cerca de 3 mil clientes, afirma que várias empresas estudam ações de inclusão e diversidade há cerca de três anos, muitas com ações internas, e agora começam a focar em programas mais amplos. Segundo ela, empresas como Suzano, Natura Santander, Unilever, Vivo, Coca-cola, BRF destinam pelo menos um porcentual de vagas para diversidade e inclusão.

Em relatório publicado ontem, a analista da XP, Marcella Ungaretti, considerou a ação da Magalu relevante "por enxergar a equidade racial e de gênero como ponte para ambientes empresariais bem-sucedidos e para um país mais igualitário". 

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