Curte e compartilha: "as empresas entendem que todo mundo tem uma posição" (Justin Sullivan/Getty Images)
Luísa Granato
Publicado em 19 de setembro de 2018 às 15h00.
Última atualização em 19 de setembro de 2018 às 15h00.
São Paulo - Com menos de um mês para o primeiro turno das eleições, as redes sociais estão bombando com notícias, fake news e polêmicas sobre os candidatos.
Os usuários estão trocando suas fotos em apoio (ou em repúdio) aos políticos, publicando longos textos com suas opiniões, compartilhando memes sobre os debates e entrando em discussões com estranhos nas redes sociais.
Ao mesmo tempo, a vida normal não parou e muito jovens universitários e recém-formados agora se preparam para se inscrever e concorrer nos maiores programa de estágio e trainee do país.
Será que é preciso separar as preocupações com seu futuro profissional e o futuro do país e se tornar isento nas redes sociais?
Uma coisa é certa, os recrutadores estão de olho nas redes sociais dos jovens candidatos. A boa notícia é que eles apenas buscam conhecê-los melhor. A visualização do perfil online não é uma etapa formal do processo e nem é eliminatória.
“Hoje em dia, não tem como desvincular a presença online da pessoa offline. As redes são uma forma de expressão das opiniões, como uma extensão do comportamento das pessoas”, explica Carla Biasi, gerente da Page Talent.
E o posicionamento ideológico e político dos jovens é aceito pelas empresas. Segundo a especialista, demonstra sua opinião política ou declarar o voto nas redes não é visto como negativo para as empresas e recrutadores se a comunicação desses for feita de forma positiva.
Assim, declarar seu apoio a figuras polêmicas do jogo eleitoral brasileiro, como o deputado Jair Bolsonaro (PSL) ou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que substituiu seu nome na corrida pelo de Fernando Haddad, não é um fator excludente na seleção.
“Hoje, as empresas entendem que todo mundo tem uma posição. A questão é como a pessoa faz a defesa dela, se faz sem agredir nenhum pessoa ou grupo, sem infringir regras ou a lei. O candidato a vaga deve ser íntegro do começo ao fim, sem desrespeito. Se ela se manifesta de maneira positiva, não tem por que ser visto de forma negativa”, fala a gerente.
Ao expor suas opiniões nas redes, é necessário seguir critério de qualidade e boa convivência, considerando que o público para elas vai muito além dos seus seguidores e pode afetar a forma como você é percebido pelo mercado de trabalho.
Para ajudar na curadoria de conteúdo, a Page Talent preparou um guia para separar os conteúdos em critérios. Confira:
Não tem problema curtir o conteúdo que exponha sua verdadeira opinião e posicionamento, como páginas de figuras públicas, campanhas e causas sociais ou até publicações com críticas e denúncias. Também é tranquilo curtir e acompanhar marcas e empresas que admira, mesmo que esteja atrás da vaga em outra empresa.
“Esses posicionamentos mostram quem você é. Para compartilhar, pense no conteúdo que será informativo e esteja alinhado com sua ideologia, independente de qual seja. Conteúdos que ajudem na formação dos seus seguidores também são bons, como aviso de eventos, cursos, vagas ou esclarecimentos sobre fatos falsos e acontecimentos atuais”, explica.
“Nós podemos mudar, evoluir e mudar de opinião. Ainda bem!”, comenta a gerente.
Embora o compartilhamento de conteúdo pessoal seja constante na internet, a especialista recomenda manter o material atualizado. Conteúdos que não representam mais suas opiniões ou que podem conter discriminação e ofensas a outros grupos, como negros, LGBT e gêneros, devem ser apagados.
Respeito é o critério chave para manter sua marca nas redes. Páginas que ofendem religiões, praticam fake news, incentivam a violência ou mesmo brincadeiras que ofendem minorias devem ser bloqueadas, independente da crença ou ideologia pessoal.