Formação de gestores públicos e da iniciativa privada no Reino Unido: semana de aprendizados
Editor de Negócios e Carreira
Publicado em 30 de julho de 2025 às 12h24.
Última atualização em 8 de agosto de 2025 às 14h14.
A transformação digital no setor público tem sido uma das prioridades para governos ao redor do mundo.
No Brasil, a Comunitas, organização dedicada à melhoria da gestão pública por meio de parcerias entre os setores público e privado, está levando uma comitiva de líderes públicos e da iniciativa privada para uma formação internacional focada na adoção de novas tecnologias no setor público. A formação acontece entre os dias 28 de julho e 1º de agosto, em parceria com a Universidade de Cambridge, no Reino Unido.
O objetivo do programa é discutir a implementação de soluções digitais nos governos, com destaque para a inteligência artificial (IA) e os impactos da transformação digital nos serviços públicos.
Participam do programa 24 líderes, entre eles figuras proeminentes da política brasileira, como Mendonça Filho e Pedro Paulo, deputados federais, e Mateus Simões, vice-governador de Minas Gerais. Também estão presentes gestores públicos de peso, como Inês Maria dos Santos, procuradora-geral do estado de São Paulo, e Ricardo Augusto Mello, vice-prefeito de São Paulo.
A formação em Cambridge acontece em um momento crucial para a gestão pública brasileira. A transformação digital é vista como uma das principais formas de melhorar a eficiência e a transparência dos serviços públicos.
No entanto, a implementação de tecnologias como IA no setor público enfrenta desafios, como a mudança cultural nas administrações públicas e a necessidade de adaptar soluções globais à realidade local.
A Comunitas, ciente dessas dificuldades, tem promovido encontros de alto nível para que líderes brasileiros tenham acesso a casos de sucesso internacionais e se inspirem em boas práticas para adaptar ao contexto brasileiro.
Regina Esteves, fundadora e presidente da Comunitas, e colunista da EXAME, destaca: “O potencial da transformação digital no setor público é fantástico. O objetivo do programa é promover a troca de experiências que gerem insights e destaquem a relevância da tecnologia na melhoria dos serviços públicos, contribuindo com ações estratégicas e eficientes para a população”.
Durante a semana, os participantes terão a oportunidade de aprender com alguns dos maiores especialistas em inovação governamental. Mark Lazar, fundador do ecossistema de startups de Cambridge, compartilhará as lições do modelo de inovação da cidade. Glenn Y. Bezalel, vice-diretor acadêmico da City of London School e Doutor pela Universidade de Cambridge, abordará o verdadeiro propósito da educação na era digital. Mateus Labrunie, doutor pelo Centre of Development Studies da Universidade de Cambridge, falará sobre política de inovação para o Brasil.
A grade do curso foi estruturada para proporcionar uma imersão nos desafios e oportunidades da transformação digital em diferentes contextos globais, com foco em temas como marketing público, infraestrutura digital e segurança cibernética. Ao final do programa, os participantes terão uma compreensão aprofundada de como a tecnologia pode ser um vetor de mudança para a gestão pública no Brasil.
Regina Esteves, diretora-presidente da Comunitas: "O potencial da transformação digital no setor público é fantástico" (Divulgação/Divulgação)
Um dos maiores obstáculos que os governos enfrentam ao adotar inteligência artificial é a resistência cultural à mudança. A introdução de IA exige uma revisão completa das estruturas operacionais, dos processos administrativos e, principalmente, das mentalidades no setor público.
A transformação digital não se limita a implantar novas tecnologias, mas requer uma mudança profunda na forma como as administrações públicas se relacionam com a sociedade.
“Um dos principais desafios para que haja uma transformação digital, de fato, é a mudança cultural verdadeira. É isso que queremos provocar, pois a adoção de inovação na gestão pública significa serviços de mais qualidade, com otimização de tempo e recursos, o que traz benefícios reais à sociedade”, afirma Regina Esteves.
Para ela, a formação tem um papel fundamental em capacitar os líderes para que possam liderar essa mudança no Brasil.
A formação em Cambridge não é uma ação isolada, mas parte de um movimento contínuo de capacitação e troca de experiências promovido pela Comunitas. Em 2023, a organização levou líderes públicos para Stanford, nos Estados Unidos, para discutir economia verde e sustentabilidade.
Em 2024, o foco foi segurança pública, com uma imersão na Universidade de Colúmbia, em Nova York. O programa deste ano segue o mesmo propósito: fornecer aos gestores brasileiros ferramentas para aprimorar a gestão pública e fazer frente aos desafios impostos pela inovação tecnológica.
O futuro da gestão pública brasileira, segundo Regina Esteves, passa por uma adaptação constante às mudanças globais e à necessidade de integrar tecnologias emergentes aos serviços públicos.
"A transformação digital é uma tendência irreversível. O que estamos fazendo é preparar as lideranças públicas para que possam liderar esse processo de forma estratégica e eficaz", conclui a presidente da Comunitas.
A Comunitas é uma organização da sociedade civil fundada em 2000 que visa melhorar a gestão pública por meio de parcerias entre os setores público e privado.
Criada com a missão de gerar maior impacto nos investimentos sociais, a organização já tem uma longa trajetória de apoio a prefeituras e governos estaduais no Brasil, com projetos em áreas como educação, saúde, desenvolvimento urbano e meio ambiente.
Com o sucesso de suas iniciativas internacionais, como as formações realizadas em Nova York, Stanford e agora em Cambridge, a Comunitas se consolidou como uma das principais impulsionadoras de inovação na gestão pública no Brasil.