Liderança: cultura, estratégia, liderança e governança são apontados como elementos principais por empresas com bons resultados (hamzaturkkol/Getty Images)
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Publicado em 28 de abril de 2023 às 16h23.
Recentemente, a ACE Cortex lançou o Innovation Survey 2023, que traz um panorama sobre como médias e grandes empresas têm trabalhado com o tema inovação. Dentre os ingredientes considerados essenciais para o sucesso da inovação, as empresas participantes da pesquisa apontaram cultura, estratégia, liderança e governança como os principais pontos.
Os problemas envolvendo estratégia de governança e sistema de gestão, que em 2021 foram apontados por 24,8% dos entrevistados como obstáculo à inovação, este ano foram citados por 37,2% dos colaboradores. Por que isso vem acontecendo?
Muito se fala sobre agilidade e falta de produtividade dos times, mas o problema é mais complexo que isso e está relacionado a estratégias obsoletas a à falta de clareza sobre os comportamentos de consumo dos clientes e suas dores.
Em síntese, para construir uma estrutura de governança da inovação que realmente funcione e faça a empresa trabalhar de maneira sistematizada com inovação, é preciso levar em consideração as premissas de heterogeneidade e filosofia da administração e construir as 4 arestas: estratégia, arquitetura, processos e formalização. Dessa forma, além de entender a importância da inovação, a empresa estará preparada para fazê-la acontecer.
A estratégia da inovação, demonstra onde a empresa quer chegar, quais são os territórios, desafios e oportunidades priorizados para a sua trajetória com esse tema. Uma estratégia que busca romper os paradigmas atuais da organização, precisa conseguir identificar e endereçar as tendências que impactam os negócios da empresa. A transformação cultural, os resultados almejados, o balanceamento do portfólio e a articulação com o ecossistema ao qual está inserida.
A arquitetura para inovação representa como a empresa irá alocar pessoas e suas hierarquias para fazer a inovação acontecer internamente, contemplando três estruturas funcionais: decisão, articulação e execução.
O papel de decisão precisa estar com pessoas que tenham autonomia para, de fato, decidirem sobre projetos que serão priorizados e investimentos necessários para tirar os projetos do papel. Normalmente os Comitês de Inovação, Diretores ou até mesmo pelo Conselho de Administração da organização que assume esse papel.
Precisamos destinar o trabalho de articulação às pessoas que consigam influenciar outras pessoas e fazer as movimentações para que a cultura de inovação seja possível. Esse é o papel de organizar a inovação internamente e concatenar esforços para a estratégia anteriormente definida. Normalmente, empresas se utilizam de estruturas como Heads de inovação ou Times de Inovação.
Já o papel de execução, são para as pessoas que irão fazer os projetos acontecerem, podendo ser grupos fixos como os Labs de inovação ou grupos momentâneos, como aqueles criados para programas de intraempreendedorismo.
O mais importante é que esses papéis estejam claros e cada estrutura tenha o seu devido nível de autonomia para realizar suas atividades de maneira ágil.
Adiante, a terceira aresta diz respeito aos processos de inovação, que precisam prever rotinas de testes e experimentações, compartilhamento de informações e critérios e métricas específicos para a tomada de decisão da continuidade ou não do projeto. Como a inovação envolve mais incertezas durante o seu desenvolvimento, o processo precisa garantir que ideias não sejam descartadas cedo demais, mas também que não demorem para serem canceladas no momento em que se prova que a mesma não trará os resultados que a empresa espera. Para isso, normalmente utiliza-se a metodologia intitulada como pipeline ou esteira de inovação.
Por fim, após toda a estrutura de governança da inovação estar sistematizada, é necessário buscar maneiras de formalizá-la e, a melhor maneira de fazer isso é através da política de inovação.
A política de inovação consiste em um documento aprovado junto ao Conselho de Administração que demonstra a estratégia de longo prazo para com a inovação, a arquitetura para inovação, as sistemáticas de incentivos para os colaboradores que se envolvem com projetos inovativos e os processos para que a estrutura toda funcione.
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