(foto/Thinkstock)
Camila Pati
Publicado em 16 de setembro de 2017 às 17h06.
Última atualização em 16 de setembro de 2017 às 17h06.
São Paulo – Mais uma pesquisa indica que a vida do jovem brasileiro no mercado de trabalho não está nada fácil. De mil pessoas de 18 a 32 anos pesquisadas, 25% estão desempregadas, sendo que mais da metade há mais de um ano.
O levantamento foi feito em julho pelo Centro de Inteligência Padrão (CIP), em parceria com a empresa de pesquisa digital MindMiners e os dados apresentados durante o Conarec 2017.
Nesta semana, estudo do Ipea também mostrou que no grupo dos desempregados com idade entre 18 e 24 anos, só 25% conseguiram uma nova oportunidade no mercado no segundo trimestre deste ano.
Cientes de que o combalido mercado de trabalho se recupera em marcha lenta, e enfrentando grande concorrência nas seleções de emprego, os jovens profissionais estão pouco exigentes em relação às suas condições de trabalho.
As pessoas em busca de emprego ouvidas pelo CIP e MindMiners são até que bastante condescendentes: 68% estão dispostas a aceitar empregos com salários mais baixos, 82% avaliam oportunidades também fora da área de formação. Mais da metade (60%) consideram vagas em outras cidades e 45% topariam trabalhar mais 40 horas por semana.
A pesquisa vai de encontro à fama de que os jovens de hoje são mimados. “Os resultados mostram que eles são muito flexíveis”, diz Danielle Almeida, gerente de marketing da MindMiners.
“Geração Nem Nem”
Ela conta que o objetivo primordial do estudo foi trazer informações sobre a chamada Geração Nem Nem, grupo de jovens que não estudam nem trabalham. Da amostra pesquisada, 34% se encaixam nesse perfil.
Mais do que falta de motivação, é o impacto dos custos educacionais que têm deixado grande parte dos jovens fora das salas de aula.“Ficou claro que há um cenário de desemprego e que para a questão do estudo a decisão depende de pais e familiares, já que não são os jovens que pagam as contas”, diz Danielle.
Os dados registram que 60% dos jovens moram com pais ou familiares. Entre os integrantes do grupo dos “Nem Nem”, o índice sobre para 67%.
Visão negativa das empresas
Flexíveis, porém questionadores: 71% consideram que as empresas não respeitam seus funcionários. De forma geral, a reputação das empresas anda em baixa. Para a grande maioria (76%), elas não atuam de forma ética e 75% consideram não enxergam compromisso das empresas em melhorar a sociedade.
Apesar disso, ainda é alto o número de pessoas que desejam construir carreira em grandes corporações: 37%. Google aparece como empresa dos sonhos para se trabalhar (31%), seguido da Apple e Microsoft (empatados com 3%); Netflix e Facebook (1%).