Ambientes multigeracionais podem criar desafios, mas também são oportunidades para crescimento mútuo. (Uwe Krejci/Getty Images)
Redator na Exame
Publicado em 21 de novembro de 2024 às 08h48.
Última atualização em 21 de novembro de 2024 às 08h52.
Entrar no mercado de trabalho logo após a faculdade é um desafio para muitos jovens profissionais, mas as barreiras podem ser ainda maiores quando as equipes são dominadas por colegas de gerações mais velhas. Foi o que aconteceu com Anna Wenner, que, ao iniciar sua carreira em uma empresa, encontrou dificuldades para conquistar o respeito e a aceitação de colegas mais experientes. A reportagem é da Business Insider.
Em sua primeira equipe, composta majoritariamente por profissionais com idade superior a 40 anos, Anna notou rapidamente que a diferença geracional seria um obstáculo. Muitos de seus colegas tinham filhos adultos da mesma idade que ela e frequentemente compartilhavam histórias que destacavam supostos comportamentos negativos dos jovens.
“Em uma reunião, o assunto se desviou para críticas a pessoas da minha faixa etária. Eles falavam sobre como jovens eram ‘inúteis’ e ‘incapazes’. Isso aconteceu por 20 minutos, até se lembrarem que eu estava na sala”, conta Anna.
Embora seus colegas tentassem justificar as críticas dizendo que não se referiam a ela, mas a “outros da mesma idade”, a situação era desconfortável. Essa postura recorrente dificultava sua participação ativa nos debates e afetava a forma como suas opiniões eram recebidas.
As tentativas de se conectar com os colegas também eram mal interpretadas. “Uma vez, compartilhei uma história sobre minha mãe para criar identificação, mas isso foi visto como uma provocação sobre a idade deles”, lembra.
Apesar das dificuldades, Anna também vivenciou relações positivas em outros momentos. Em uma equipe diferente, ela construiu uma amizade profissional com um colega da geração X, que a tratava como igual e respeitava suas contribuições.
“Ele compartilhou histórias do tempo de faculdade e, por coincidência, descobrimos que estudou na mesma época que minha mãe. Em vez de isso causar desconforto, fortaleceu nossa conexão”, relata Anna.
Esse colega mais velho também se mostrou aberto a ouvir suas perspectivas e chegou a pedir conselhos sobre como lidar com desafios enfrentados por sua filha, que tinha a mesma idade de Anna.
A experiência levou Anna a refletir sobre a importância de promover o respeito entre diferentes gerações no trabalho. Segundo ela, equipes multigeracionais podem ser desafiadoras, mas também oferecem oportunidades valiosas de aprendizado mútuo.
Hoje, Anna busca ambientes de trabalho que valorizem a diversidade de idades e respeitem as habilidades de jovens profissionais. “Diferenças de idade não devem ser um impedimento, mas sim uma oportunidade de unir experiências distintas para criar algo mais forte e colaborativo”, conclui.