Carreira

Já ouviu falar em "Dezembrite"? Isso tem tudo a ver com cada um de nós

Junto com o Natal e o Ano Novo, vem também a chamada “síndrome do fim do ano”. Entenda o que é e saiba como ajudar a sua equipe a encerrar o ciclo de uma forma saudável

Sofia Esteves: Além de confraternização, de troca de presentes e de festividade, o fim de ano também pode simbolizar angústia, ansiedade e tristeza. Isso porque o fim de um ciclo gera uma espécie de inquietação em muitas pessoas (Divulgação: skynesher/Getty Images)

Sofia Esteves: Além de confraternização, de troca de presentes e de festividade, o fim de ano também pode simbolizar angústia, ansiedade e tristeza. Isso porque o fim de um ciclo gera uma espécie de inquietação em muitas pessoas (Divulgação: skynesher/Getty Images)

Sofia Esteves
Sofia Esteves

Fundadora e Presidente do Conselho Cia de Talentos/Bettha.com

Publicado em 23 de dezembro de 2023 às 10h00.

É provável que você tenha visto esse termo curioso circulando pela internet nos últimos dias. Não se trata de uma condição descrita na Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde — mais conhecida como CID. Tampouco é um novo quadro estudado pela Psicologia.

O neologismo se refere, na verdade, a um conjunto de emoções e sintomas comuns a muitas pessoas no fim do ano, como angústia, ansiedade e depressão. Uma "síndrome” de fim de ano que, infelizmente, não é rara.

Prova disso é o estudo do International Stress Management Association no Brasil (ISMA-BR) que mostra que o estresse em dezembro, se comparado aos outros meses do ano, aumenta em média 75%. Também cresce a ansiedade (70%) e os problemas para dormir (38%)

Outro dado preocupante é um do Centro de Valorização da Vida (CVV), que recebe 20% a mais de ligação nesta época.

Destaco essas informações porque, na correria do dia a dia — e principalmente na agitação do fim de ano —, é comum o tema da saúde mental e emocional ser deixado de lado. Aliás, há quem só trabalhe essa pauta nos “meses oficiais”, como no Setembro Amarelo, quando, na verdade, ela deveria estar na agenda de forma recorrente. Inclusive, no mês de dezembro.

Tempo de festa, mas também de ansiedade

Além de confraternização, de troca de presentes e de festividade, o fim de ano também pode simbolizar angústia, ansiedade e tristeza. Isso porque o fim de um ciclo gera uma espécie de inquietação em muitas pessoas.

É quando elas pensam sobre o cumprimento das suas resoluções e metas, suas conquistas, suas derrotas e suas perdas. E, com essa introspecção e reflexão, pode ser que venha junto uma carga emocional pesada. Afinal, há quem olhe para trás e sinta apenas frustração diante do ciclo que se encerra.

Por isso, vale prestar atenção nesse quadro e incluir não só celebrações no calendário corporativo de dezembro, mas também conversas sobre como o seu time está encerrando o ano. O intuito é construir um ambiente no qual a revisão do ano e a elaboração das metas do novo período sejam feitas de maneira saudável. Um ambiente no qual as pessoas se sintam amparadas técnica e emocionalmente para lidar com os desafios que estão por vir.

Por esse e outros motivos, a edição deste ano da pesquisa Carreira dos Sonhos, feita pela Cia de Talentos, apontou o desenvolvimento do letramento emocional como uma tendência importante. Trata-se da habilidade de reconhecer, compreender e expressar emoções de forma saudável e construtiva — algo valioso para qualquer empresa.

Ao contar com talentos capacitados para lidar com o caos do mundo e o turbilhão de emoções que a transformação intensa gera, as organizações conseguem evitar determinados problemas e lidar de forma equilibrada com as adversidades. Porém, esse resultado só é alcançado quando há um comprometimento sério em relação à pauta da saúde mental. Um compromisso que vai de janeiro a dezembro, ano após ano.

Acompanhe tudo sobre:Festa de fim de anoAmbiente de trabalhoDicas de carreira

Mais de Carreira

De geopolítica a autoajuda: os livros preferidos dos CEOs em 2024

Desenvolvimento de jovens talentos: 5 estratégias para preparar a geração do momento

Estas são as principais barreiras geracionais enfrentadas pelos jovens no trabalho

Ela criou o “LinkedIn da Favela” e já ajudou mais de 30 mil pessoas na busca de um trabalho