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O capital-anjo pode ser bom para empreendedor e investidor

Para quem pensa em começar o próprio negócio é bom saber que, em três anos, o investimento-anjo inicial caiu de 500.000 reais para 80.000

Ilustração - Investidor-anjo (Andrea Ebert/EXAME.com)

Ilustração - Investidor-anjo (Andrea Ebert/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 3 de maio de 2013 às 06h32.

São Paulo - Empreender no Brasil não é tarefa das mais fáceis. Para abrir um novo negócio, a pessoa tem de lidar com um cenário de taxas de juro elevadíssimas, competição externa acirrada e inflação historicamente desfavorável.

Apenas os mais corajosos aceitam o desafio. Os que não possuem um grande capital são, na maior parte dos casos, obrigados a tomar empréstimos de bancos mais preocupados com o rendimento que terão com os juros do que em contribuir com a manutenção do projeto. 

O outro lado da moeda, o dos investimentos, também não é tão lucrativo quanto pode parecer. Retorno alto é sinônimo de risco alto, e os mais conservadores acabam perdendo em modalidades menos arriscadas — a poupança, por exemplo, pagou 0,41% em janeiro, ante 0,86% de inflação. 

No geral, o mercado financeiro brasileiro tem trazido baixos ganhos aos investidores, exigindo um risco muito elevado para se conseguir ultrapassar de forma rentável os obstáculos de preços e juros.

Por sorte, nem tudo está perdido. Investidores e empreendedores podem optar por outros tipos de aplicações para seus recursos financeiros e humanos, e dentre elas tem se destacado recentemente uma que preza pelo desenvolvimento de projetos ainda em fase inicial: o capital-anjo.

De três anos para cá, o investimento-anjo inicial passou de 500.000 reais para cerca de 80.000 — graças a essa facilidade, a modalidade tem sido cada vez mais procurada. Nela, o empreendedor conta com apoio financeiro para tirar o protótipo do papel e, muitas vezes, também recebe suporte gerencial de seus “anjos da guarda”. Em troca, o anjo se torna uma espécie de sócio do negócio. 

De forma bem simples, o empreendedor diminui seu ganho quando incorpora um novo sócio. Já o investidor, por assumir o risco alto de um novo negócio, espera um retorno que compense. É aí que a relação de risco e retorno é mantida, com oportunidades para os dois lados.

Para quem está começando a empreender e não tem capital próprio, a proposta é muito boa. Não ter de enfrentar os fantasmas dos juros e seus spreads de quase 200% ao ano faz uma grande diferença na obtenção de retorno.

Para o investidor experiente, que sabe que ficou difícil ganhar acima da inflação no Brasil, arriscar em novos negócios pode trazer ganhos bem maiores do que em outras opções de investimento. Mas, se o negócio der errado, é possível ver todo o capital fazer água.

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