Carreira

Investimentos sofisticados

Quem já conhece o mercado financeiro pode optar por operações estruturadas, com rentabilidade maior

Ilustração investimentos fora da bolsa

Ilustração investimentos fora da bolsa

DR

Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.

São Paulo - As pessoas que já estão há algum tempo no mercado financeiro podem começar a diversificar seus investimentos com operações mais elaboradas. A decisão de variar as aplicações até parece ser complicada quando o investidor se depara com nomes como Buy and Hold, Position, Swing e Day Trade. Mas, calma, não é preciso se desesperar diante deles. Os termos representam transações muito parecidas com a de compra de ações, porém, com prazos diferentes. Veja como cada uma delas funciona e escolha a mais indicada para o seu perfil.

Day Trade

É a mais curta das quatro operações. Ela ocorre em um único dia, em que o investidor compra e vende uma determinada ação. O lucro da transação costuma ser pequeno. O cliente faz, por exemplo, dez compras ou vendas diárias e tem ganhos entre 0,5% e 2% em cada uma. "Para compensar, é preciso operar todos os dias", diz Daniel Marques Pereira, analista gráfico da corretora Agora Invest, em São Paulo. 

O problema do Day Trade é que, se algo der errado, você terá apenas alguns minutos para consertar. Para essas transações é preciso dedicação integral. São indicadas para o investidor profissional ou para quem tem tempo de sobra para acompanhar o mercado. A recomendação é se empenhar na análise gráfica e escolher as ações com mais liquidez. Os riscos são altos. Você entra e sai do mercado várias vezes no mesmo dia e as chances de erros são maiores. Não estipule metas, como ganhar 1 milhão de reais num dia. É impossível. Seja realista.

Swing

Consiste em operações com prazos maiores que o Day Trade, geralmente entre três e cinco dias, chegando a uma semana. O que significa que, se um investidor comprar uma ação hoje, daqui a alguns dias ela será vendida. 

Esta transação está baseada na análise gráfica, em que o investidor observa o que já aconteceu no passado com as ações de uma empresa e acredita que a mesma situação pode se repetir. 

O objetivo é conseguir retornos entre 5% e 7%. "No Swing, o investidor tende a operar menos vezes para acertar a hora de entrar e sair do mercado, especialmente se houver uma oscilação", diz Fabiano Guasti Lima, professor do Instituto Assaf, de São Paulo. A pessoa precisa ter experiência em finanças e acompanhar diariamente o mercado.

Position

É uma operação que dura de algumas semanas até três meses. Assim como o Swing, se baseia em análise gráfica. Os investidores, neste caso, buscam retornos maiores, acima de 10%, e podem investir em papéis de liquidez menor que no Day Trade. É menos arriscado se comparado às operações de Day Trade e Swing, e é boa opção para quem tem um perfil mais conservador, mas que não quer esperar tanto tempo como numa operação de Buy and Hold. 


"Quem investe em Position já não é iniciante no mercado financeiro e quer se arriscar um pouco mais", diz Leandro Ruschel, sócio da Leandro & Stormer, de São Paulo, empresa especializada em educação para o mercado financeiro. O investidor, aqui, precisa acompanhar o mercado ao menos uma vez por semana.

Buy and Hold

É a mais longa das quatro operações. O prazo mínimo para ser considerada de fato Buy and Hold é dois anos. Mas não há limite de duração. Todos os meses o investidor compra ações e vai formando sua carteira, semelhante à caderneta de poupança, com a vantagem de o retorno ser maior. 

O risco nesse tipo de operação é baixo, já que a transação é de longo prazo. É a transação mais indicada para quem é conservador, não tem pressa de ter um retorno financeiro e, o mais importante, não poderá se dedicar muito acompanhando o mercado. "No entanto, não dá para aplicar o dinheiro e fechar os olhos só porque é um investimento de longo prazo. Se há 25 semanas, por exemplo, a ação não apresentou nenhum resultado positivo, venda. 

Comece de novo, monte nova estratégia com outra ação", diz Marcelo Coutinho, sócio-presidente da empresa de educação financeira You Trade, em São Paulo. As ações mais escolhidas são as blue chips (termo originário do pôquer, relacionado às fichas azuis, que são as mais valiosas), que são de companhias de grande porte e têm alta liquidez, fáceis de comprar e vender, como Gerdau, Eletrobrás, Usiminas e Petrobras

Em comum

As taxas são as mesmas em todas as operações. Para cada ordem de compra ou venda, o investidor paga a taxa de corretagem. O preço varia, mas, em geral, fica em 15 reais por ordem. Há também a taxa de custódia, com valor entre 6 e 14 reais mensais, paga para a manutenção das ações. 

O investidor também arca com a taxa de liquidação e negociação, paga para a bolsa de valores a cada operação. A dica para quem quer investir nessas transações é montar uma estratégia e determinar quanto quer ganhar e quanto está disposto a perder. Estude o mercado e analise as companhias para saber como andam suas operações. 

O maior risco é não saber onde está colocando seu dinheiro. É comum que investidores se frustrem com o prejuízo e tentem aumentar o prazo da operação. Outra possibilidade é o ganho ser maior que o previsto e a pessoa querer continuar com a operação por mais tempo. "Seja um investidor e não um torcedor. 

Monte sua estratégia e pare quando atingir seu limite, seja positivo, seja negativo. Aja sempre com a razão e aceite o retorno que você estipulou", diz Bruno Di Giorgio, superintendente de marketing da BanifInvest, em São Paulo.

Acompanhe tudo sobre:DiversificaçãoEdição 151ImigraçãoMercado financeiro

Mais de Carreira

Black Friday: EXAME libera maratona de aulas sobre inteligência artificial com 90% de desconto

Redes sociais: conheça 8 dicas para transformar o seu perfil no melhor cartão de visitas

Do esporte para o cacau: a trajetória ousada do CEO da Dengo Chocolates

Perdeu a magia? Coca-cola usa IA para criar propaganda de Natal; assista aqui