(Ambev/Divulgação)
Redação Exame
Publicado em 2 de março de 2023 às 09h31.
Última atualização em 2 de março de 2023 às 09h33.
O agronegócio brasileiro já é responsável por 1/4 do PIB. Todos os anos, milhões, bilhões e até mesmo trilhões de dólares circulam no setor que mais cresce no país. No entanto, esse cenário nem sempre foi favorável.
Apesar do clima tropical perfeito e do solo fértil e extenso, se voltarmos apenas 60 anos na história do país, veremos que antes de assumir a posição de potência exportadora mundial, o campo brasileiro operava majoritariamente com trabalho braçal, a soja ainda era uma mera curiosidade para os agricultores e muito pouco se sabia sobre manejo de solo e fertilizantes.
A ineficiência era tanta que o país enfrentava, inclusive, períodos de escassez de alimentos.
Mas a partir da década de 1990, o jogo mudou. Através de um intenso processo de modernização, as cadeias produtivas se tornaram mais eficientes, menos custosas e mais rentáveis para os produtores.
Para se ter uma ideia, entre 1975 e 2017, a produção de grãos, que era de 38 milhões de toneladas, cresceu mais de 6x, atingindo 236 milhões, enquanto a área plantada apenas dobrou. Hoje, o país é TOP 1 e TOP 2 mundiais em produção e exportação das principais commodities e um dos principais exportadores de carne bovina do mundo.
Entre o conjunto de fatores que contribuíram para o crescimento exponencial do setor, um se destaca dos demais: a tecnologia.
Antes de mais nada, é importante entender que o agronegócio não acontece apenas no campo. Apesar de ser um ponto de partida, a cadeia produtiva do agro se estende até o contato do consumidor final com o produto através de processos como: processamento, transporte, embalagem, distribuição etc.
Ou seja, empresas como Ambev (fabricante de bebidas), Souza Cruz (fabricante de cigarros), Suzano (produção de celulose) e Sadia (produtora de alimentos frigoríficos) apesar de não estarem diretamente ligadas com a produção rural, fazem parte do rol de empresas do agronegócio.
No entanto, é justamente no campo que o agro encontra o seu maior gargalo - e é também lá que as tecnologias têm o maior impacto.
A modernização das cadeias produtivas permitiu que o Brasil aumentasse sua produtividade, sem precisar utilizar mais terras para isso, além de diminuir os custos para o produtor e aumentar a previsibilidade da produção. E os avanços tecnológicos seguem em pleno desenvolvimento.
Drones, robôs, telemetria, sensores inteligentes e, até mesmo, inteligência artificial começaram a fazer parte da rotina do campo e novos profissionais passaram a ser extremamente procurados por multinacionais, produtores e startups.
Em grandes fazendas, por exemplo, os gestores em agronegócio digital - profissionais com conhecimento em TI capazes de usar a tecnologia para solucionar problemas do campo - já são indispensáveis; por conta dos custos elevados, para pequenos e médios produtores a contratação de serviço esporádica destes mesmos profissionais se torna mais comum.
Outros profissionais como operadores de drones, designers de máquinas agrícolas e analistas de dados também passaram a encontrar no campo uma oportunidade de crescimento profissional e remunerações generosas.
Não há dúvidas de que todos estão em busca de profissionais com habilidades digitais. No entanto, empresas, produtores e indústria, têm deixado de implantar tecnologias por não encontrar profissionais capacitados.
Para se ter uma ideia, segundo o estudo “Profissões Emergentes na Era Digital”, realizado em 2021 pela Agência Alemã de Cooperação Internacional (GIZ) em parceria com o Senai e com a UFRGS, em dois anos oito carreiras do agronegócio iriam gerar 178,8 mil novas oportunidades de emprego, mas haveria apenas 32,5 mil profissionais disponíveis para preencher essas vagas.
Ou seja, haverá um gap de 82% no mercado de trabalho.
Fernando Reis, agrônomo fundador da Gênica e CEO da Agro Advance, é um dos empresários que vive na prática o gap do mercado agro: “Nas indústrias, tanto na Gênica quanto na Nitro, a hora que a gente ia contratar, montar time [...] na verdade tinha orçamento e um plano de contratar muita gente, só que a gente nunca conseguiu contratar o tanto de vaga que tinha disponível, porque não tinha profissional.”, explica o empresário.
Para Fernando, que vive o agronegócio desde a infância e acumula mais de 20 anos no setor, a agricultura é o mercado que mais gera dados do planeta: “Todo maquinário gera muita informação, mas não tem ninguém para ler ou estudar esses dados”.
Nesse cenário, aqueles que possuem conhecimento e experiência em tecnologia levam vantagem. “Quem vem de tech, tem alguma vantagem, mas o mercado tem o poder de mudar e dar uma guinada na vida de qualquer pessoa. Se a pessoa se dedicar, o agro remunera muito bem.”, ainda completa Fernando Reis.
Separamos uma lista com as principais profissões em alta no agronegócio, confira:
Para que os profissionais interessados possam conhecer melhor o mercado do agronegócio brasileiro e entender quais oportunidades ele oferece, seja no campo, ou na cidade, a EXAME produziu a Série Gratuita Carreira no Agronegócio. Em parceria com a Agro Advance, uma das maiores escolas voltadas para a educação no agronegócio do Brasil, a série gratuita abordará temas como:
A aula será ministrada por Fernando Reis, agrônomo com mais de 20 anos de experiência no setor e diretor executivo da SP Ventures, uma das gestoras de Venture Capital mais tradicionais do país especializada no agronegócio que, desde 2007, investe em startups de tecnologia para o agronegócio.
Com direito a certificado de participação, a série ocorrerá entre os dias 13 e 21 de março e será disponibilizada apenas para aqueles que realizarem a inscrição no site oficial, clicando aqui, ou no botão abaixo: