Carreira

Instituto Proa, que forma jovens, chega ao Rio e quer atuação nacional

ONG apoiada por um time de peso da Faria Lima e da nova economia tem a meta de formar 400.000 jovens para o mercado de trabalho

Alini Dal'Magro, CEO do Instituto Proa: pesquisa sobre habilidades em falta no mercado de trabalho e que podem servir de diferencial na formação de jovens em início de carreira (Divulgação/Divulgação)

Alini Dal'Magro, CEO do Instituto Proa: pesquisa sobre habilidades em falta no mercado de trabalho e que podem servir de diferencial na formação de jovens em início de carreira (Divulgação/Divulgação)

LB

Leo Branco

Publicado em 9 de agosto de 2021 às 13h15.

Uma das principais ONGs brasileiras dedicadas à preparação de jovens do ensino médio de escolas públicas aos desafios do mercado de trabalho, o Instituto Proa está em vias de ter uma atuação nacional.

Fundada em 2007, a ONG mantém uma plataforma online com testes e orientação profissional para jovens de 17 a 22 anos oriundos de famílias de baixa renda que poderiam não ter outra oportunidade de conhecer a fundo o dia a dia das empresas um ambiente por vezes excludente por si só. 

Entre os ensinamentos estão habilidades cada vez mais exigidas pelos recrutadores das empresas, a exemplo de como se portar numa entrevista de emprego, ou como ter uma bagagem cultural capaz de oferecer caminhos para uma carreira bem-sucedida uma parte importante dos chamados soft skills tão desejados atualmente nas empresas. 

Toda a atividade é patrocinada por um time de peso da Faria Lima, que incluem os bancos BTG (do mesmo grupo controlador da EXAME), Itaú, J.P.Morgan, Credit Suisse e a gestora Constellation, além de empresas da nova economia como iFood e WeWork, multinacionais como a P&G, e as fundações de dois dos principais filantropos brasileiros: Jorge Paulo Lemann (3G) e Elie Horn (Cyrela).

Nos últimos anos a atuação do Instituto Proa esteve limitada ao estado de São Paulo. Antes da pandemia, a ONG mantinha cursos presenciais no contraturno escolar para um grupo de cerca de 300 alunos por semestre. Além disso, fazia parceria com escolas da rede estadual paulista para uma consultoria personalizada para a vocação dos estudantes.

Agora, boa parte dos conteúdos antes transmitidos presencialmente foi para uma plataforma online. Por ali, os alunos Proa têm acesso a conteúdos sobre planejamento de carreira, raciocínio lógico, comunicação, além de uma trilha de conteúdos sobre análise de dados uma habilidade em falta nas carreiras de TI e técnicas de varejo.

Por meio da plataforma, os planos do Proa são de chegar a pelo menos três estados até o fim de 2021, conta Alini Dal’Magro, que assumiu a cadeira de principal executiva da ONG em outubro do ano passado, após uma trajetória bem-sucedida na iniciativa privada, com passagens pela Somos Educação e Livraria Saraiva. 

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Sala de estudos de alunos do Instituto Proa antes da pandemia: ONG tem meta de formar 400.000 jovens (Guto Garrote/Divulgação)

Para ampliar o escopo de atuação, a ONG está em busca de parceiros para financiar as atividades. E, em paralelo, fazer um trabalho de análise do mercado de trabalho local para mapear as vocações econômicas e, de quebra, as qualificações em falta para a mão de obra local.  

No primeiro passo da expansão nacional, no mês passado o Proa começou a formar 6.000 jovens do Rio de Janeiro, numa parceria da ONG com a P&G e o governo fluminense. “Entrevistamos mais de 70 empresas com o objetivo de entender as reais demandas, assim como as competências necessárias para os jovens estarem preparados para o início de carreira”, diz Alini Dal’Magro. A meta é chegar a 400.000 jovens formados nos cursos do Proa.

A expansão nacional do Proa vem num momento a calhar. Nunca o desemprego foi tão alto entre jovens no país. Segundo dados divulgados recentemente pelo IBGE, o desemprego entre os jovens de 18 a 24 anos ficou em 31,4% no 3º trimestre de 2020. 

A falta de experiência e oportunidades de estudos, aliado ao cenário da pandemia faz com que os jovens sofram mais com o desemprego. “Por isso, todo esforço e dedicação para ajudar esse jovem é válido”, diz Alini Dal’Magro. 

Como fazer parte

Os jovens que concluíram o ensino médio em escolas públicas, e que buscam seu primeiro emprego, têm acesso gratuito à plataforma on-line que oferece 100 horas de aulas com orientação e apoio de tutores em encontros semanais ao vivo. 

Ao final, os alunos que concluírem estarão aptos para participarem de processos seletivos para vagas de posições de início de carreira e primeiro emprego. Todos recebem certificado de conclusão emitido pelo Proa e têm acesso a vagas de emprego disponíveis no mercado.

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