Carreira

Inspirado por Warren Buffett, Bill Gates quer seguir trabalhando por mais 30 anos

O empresário de 68 anos diz que ainda há muito a ser feito em suas iniciativas de combate à pobreza, doenças e mudanças climáticas

Bill Gates quer seguir ativo por mais 30 anos e atacar os principais problemas do mundo. (LEON NEAL/POOL/AFP/Getty Images)

Bill Gates quer seguir ativo por mais 30 anos e atacar os principais problemas do mundo. (LEON NEAL/POOL/AFP/Getty Images)

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 9 de setembro de 2024 às 13h08.

Para Bill Gates, a aposentadoria ainda está longe de ser uma realidade. Aos 68 anos, o cofundador da Microsoft revela que pretende seguir os passos de seu amigo e mentor Warren Buffett, que aos 94 anos continua na liderança da Berkshire Hathaway. Gates quer continuar sua jornada de trabalho por mais 20 a 30 anos, caso sua saúde permita. "Meu amigo Warren ainda vai para o escritório seis dias por semana", diz Gates para a CNBC.

Apesar de já ter uma fortuna estimada em US$ 128 bilhões (cerca de R$ 716 bilhões), Gates não vê sentido em desacelerar. Ele mantém o cargo de conselheiro de tecnologia na Microsoft e dedica grande parte de seu tempo e recursos à Fundação Bill & Melinda Gates, que ele administra junto com sua ex-esposa. A fundação, que completará 25 anos em 2025, tem como missão enfrentar alguns dos problemas mais urgentes do mundo, incluindo a erradicação de doenças como a poliomielite e a malária, além da redução da mortalidade infantil. Um de seus maiores objetivos é cortar pela metade as mortes de crianças menores de cinco anos, passando de 5 milhões para 2,5 milhões de óbitos anuais.

Comprometimento com o futuro

O próximo grande projeto de Gates será a série documental “What’s Next? The Future With Bill Gates”, que será lançada na Netflix em 18 de setembro. O documentário de cinco episódios abordará os desafios globais que Gates está determinado a enfrentar, como as mudanças climáticas, a pobreza e o acesso universal à saúde e educação.

Para Gates, o desejo de continuar trabalhando não se resume apenas à filantropia. Ele afirma que ainda tem muito a contribuir no campo da tecnologia. "Ainda temos muito a fazer, especialmente no campo da saúde e na mitigação das mudanças climáticas", ressalta o empresário, que busca continuamente soluções para melhorar o futuro da humanidade.

A evolução da visão de trabalho

Apesar de seu desejo de trabalhar por mais décadas, Gates admite que seu ritmo de trabalho é bem diferente do que era em seus primeiros anos à frente da Microsoft. Quando estava lançando a empresa, ele trabalhava incansavelmente, sem tirar férias ou folgas. “Eu não acreditava em fins de semana ou feriados”, recorda. Além disso, esperava o mesmo comprometimento de seus funcionários, chegando a memorizar as placas dos carros deles para monitorar os horários de chegada e saída.

Com o tempo, no entanto, Gates aprendeu que esse estilo de trabalho não era sustentável e que era importante encontrar um equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Ele credita essa mudança de mentalidade a Warren Buffett, que o aconselhou a não preencher cada minuto de sua agenda com compromissos, destacando que o mais importante é controlar seu tempo.

Hoje, Gates desfruta de atividades de lazer, como jogar tênis e ler livros. Ele se permite tirar férias e afirma que o tempo livre é essencial para recarregar as energias e manter-se atualizado com as últimas inovações tecnológicas, como a inteligência artificial, que exige dele constante dedicação.

Mesmo com um ritmo menos intenso, Gates se mantém comprometido com seu trabalho e os projetos da fundação, deixando claro que, enquanto tiver saúde, continuará a perseguir suas metas para melhorar a vida de milhões de pessoas ao redor do mundo.

Acompanhe tudo sobre:Bill Gateswarren-buffettNetflixMicrosoft

Mais de Carreira

De geopolítica a autoajuda: os livros preferidos dos CEOs em 2024

Desenvolvimento de jovens talentos: 5 estratégias para preparar a geração do momento

Estas são as principais barreiras geracionais enfrentadas pelos jovens no trabalho

Ela criou o “LinkedIn da Favela” e já ajudou mais de 30 mil pessoas na busca de um trabalho