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Ignore a lei por um mundo melhor – e ganhe US$ 250 mil do MIT

A segunda melhor instituição de ensino do mundo está oferecendo o prêmio para quem peitar as autoridades em nome de uma boa ideia

MIT: como um bom exemplo de coragem “responsável”, a universidade cita a decisão da Apple de não liberar iPhones com tela de bloqueio protegida por senha para o FBI (Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)

MIT: como um bom exemplo de coragem “responsável”, a universidade cita a decisão da Apple de não liberar iPhones com tela de bloqueio protegida por senha para o FBI (Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 17 de março de 2017 às 16h01.

Última atualização em 25 de setembro de 2017 às 16h56.

Você é do tipo que corta o papel higiênico fora do picote? Que morde a Tortuguita inteira em vez de começar pelas patinhas? Que pede um gole de Yakult para o colega de sala?

Então chegou a hora de levar sua desobediência civil e seu desprezo pela moral e pelos bons costumes ao próximo nível.

O Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), a segunda melhor instituição de ensino do mundo, está oferecendo um prêmio de 250 mil dólares para quem peitar as autoridades em nome de uma boa ideia.

Você não precisa dar uma surra no exército romano como Asterix, nem adotar a resistência pacífica de Gandhi e de Martin Luther King.

Como um bom exemplo de coragem “responsável”, a universidade cita a decisão da Apple de não liberar iPhones com tela de bloqueio protegida por senha para o FBI, a polícia federal norte-americana.

Outro caso lembrado foi o de funcionários do Departamento de Energia dos EUA que se negaram a responder a um questionário feito pela equipe de Donald Trump em que seriam forçados a revelar sua participação em conferências de combate a mudanças climáticas.

“Em muitas grandes instituições há só duas maneiras de fazer progresso”, afirmou Ethan Zuckerman, diretor do Centro para Mídia Cívica do MIT, ao The New York Times.

“Uma é quando as pessoas seguem as regras e abrem caminho por meio de processos conhecidos. Outra é quando alguém faz um progresso notável dizendo: ‘olha, esses processos não funcionam mais, eu preciso mudar radicalmente o que eu estou fazendo’.”

Na página de inscrições, a regra é clara: não vale violência, só coragem e criatividade.

Para se candidatar, você precisa ter se colocado em risco de alguma forma em nome de uma ideia (só não vale ter morrido no processo – esse detalhe, por incrível que pareça, está no regulamento).

A lista de perguntas é curta e objetiva: além de informações básicas de contato, que serão mantidas em sigilo por motivos óbvios, você só precisa explicar qual é seu trabalho desobediente e como ele colabora com o mundo.

No começo do hotsite, para inspirar, há uma frase do diretor do Media Lab do MIT, Joi Ito: “Você não muda o mundo obedecendo ordens”.

Falando com a imprensa, Ito é mais diplomático: “se você desafiar as leis sem quebrá-las, é ainda melhor. Leis evoluem conforme o tempo passa, e precisam ser desafiadas para isso”.

As inscrições vão até 1º de maio, e o vencedor será anunciado em 21 de julho – se o anúncio não colocá-lo em risco, claro.

Ativistas, designers, cientistas e engenheiros estão no comitê de avaliação.

O prêmio foi doado por Reid Hoffman, cofundador do LinkedIn.

Este conteúdo foi publicado originalmente no site da Superinteressante.

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