Relatório indica que a inteligência artificial impulsionará a produção, mas não criará novos postos de trabalho em quantidade suficiente (Getty Images). (David Paul Morris/Bloomberg via Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 15 de outubro de 2025 às 12h20.
A inteligência artificial está acelerando o crescimento econômico dos Estados Unidos, mas sem gerar novos empregos — um cenário que o Goldman Sachs chamou de “crescimento sem empregos” em relatório.
Segundo os analistas do banco, a forte expansão do PIB americano, combinada a um aumento modesto na criação de vagas, pode se tornar a nova norma nos próximos anos. A principal força por trás desse fenômeno seria a produtividade impulsionada pela IA, enquanto fatores como o envelhecimento da população e a redução da imigração limitam a oferta de mão de obra.
“O crescimento modesto do emprego, junto com o robusto desempenho do PIB, tende a se repetir nos próximos anos”, escreveu o Goldman.
O relatório destaca que o avanço tecnológico está começando a afetar o mercado de trabalho, especialmente fora do setor de saúde, que ainda gera vagas. Cada vez mais empresas estão adotando IA para cortar custos trabalhistas, um movimento que pode reduzir contratações no longo prazo.
Setores mais expostos à automação, como o de tecnologia, já sentem o impacto. “Nos últimos anos, a IA parece estar prejudicando as perspectivas de emprego dos trabalhadores mais expostos, como os jovens profissionais de tecnologia”, diz o documento.
O banco também alerta que a IA pode aumentar a desigualdade salarial, beneficiando quem domina novas ferramentas tecnológicas e eliminando funções de nível médio — assim como a automação industrial fez com os trabalhadores de fábricas no passado.
O Goldman ainda aponta que o verdadeiro teste virá na próxima recessão. Em crises anteriores, como após o colapso de 2001, a economia americana teve um “pós-crise sem recuperação de empregos”, quando o PIB cresceu, mas as empresas não voltaram a contratar.
“As companhias costumam usar recessões para reestruturar e cortar postos menos produtivos, mantendo a eficiência sem afetar a capacidade de produção”, observaram os analistas.
Apesar dos riscos, o aumento da produtividade traz um efeito positivo: ajuda a conter a inflação. Isso poderia permitir que o Federal Reserve reduza juros mesmo diante de uma taxa de desemprego mais alta, repetindo o que ocorreu nos anos 2000.
O alerta do Goldman Sachs chega em meio à ausência de novos dados oficiais de emprego — consequência da paralisação parcial do governo americano — e a uma queda de 32 mil vagas no setor privado em setembro, segundo a consultoria ADP.
Outras métricas também preocupam: a Revelio Labs registrou uma queda de 17,2% nas ofertas de emprego em relação a 2024, enquanto a Challenger, Gray & Christmas apontou o menor número de novas contratações desde 2009.
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