Mariana Dias, CEO da Gupy: ideia é que a Gupy passe a ser um verdadeiro hub de empregabilidade e capacitação (Photography Courtesy of Nasdaq, Inc/Divulgação)
Procurar um emprego, em qualquer momento da história, sempre foi uma jornada. Mercados, demandas e habilidades mudam a todo momento e os profissionais e as empresas precisam estar atentos aos novos rumos.
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A tecnologia, porém, inegavelmente facilita esse processo para o contratado e contratante. Integrar tecnologia de ponta, como inteligência artificial, nos processos seletivos e aperfeiçoar filtros de perfis e habilidades já é uma realidade - e um grande mercado, as chamadas empresas de HR Tech.
A Gupy, uma das maiores do setor na América Latina, mostra que o setor está bem aquecido, ao compartilhar que ultrapassou a marca de um milhão de pessoas contratadas através da sua plataforma. Apenas em 2021, foram mais de 430 mil contratações.
Mariana Dias, CEO da Gupy, conta que criou a Gupy por sentir que os processos seletivos precisavam ser mais ágeis e assertivos. Por trabalhar na área de RH, ela pensou que poderia resolver ou facilitar partes complexas e burocráticas de um processo seletivo.
"Sempre vivi de perto com vários problemas no mercado de seleção. A ideia principal era desenvolver uma plataforma inovadora para um mercado com alto desemprego, como o Brasil", explica Mariana em conversa com a EXAME.
A HR Tech, que atualmente possui mais de 3 mil empresas clientes, como Vivo, Itaú, Santander, Ambev, já atingiu mais de 30 milhões de usuários cadastrados em sua plataforma.
Em 2022, a empresa recebeu um aporte de 500 milhões de reais em uma rodada de investimento liderada pelos fundos SoftBank Latin America e Riverwood - o maior investimento em uma plataforma de RH em toda América Latina.
Além da inteligência artificial para filtrar candidatos e selecionar os melhores perfis para as demandas do cliente, a Gupy desenvolveu uma versão própria do sistema Sistema ATS, software que guarda as informações dos processos seletivos e mantém essas informações e resultados dos candidatos para evitar retrabalho em processos futuros.
Embora Mariana explique que a parte de recrutamento e seleção ainda seja o carro chefe da Gupy, a ideia da empresária é que a companhia torne-se um hub completo de empregabilidade e profissionalização, algo que mantenha as empresas atualizadas com os melhores serviços de RH e ofereça uma capacitação profissional para os funcionários que passem pela plataforma.
"Nosso sonho mesmo é impactar a empregabilidade no Brasil de forma geral. Entramos no mundo da educação corporativa porque começamos a pensar em como podemos manter essas as pessoas que já estão das empresas competitivas", explica Mariana.
Além de atuar no processo de recrutamento e análise, a Gupy quer estender sua atuação no jornada desses contratados: mantar esse profissional capacitado, competitivo e, acima de tudo, preparado para as futuras transformações do trabalho em si.
Adquirir a Niduu, startup maranhense de educação corporativa e treinamento de funcionários, foi um primeiro passo em direção a esse objetivo.
Se a atuação no mercado de seleção e recrutamento está estabilizada e em crescimento, ainda mais após a Gupy comprar a sua concorrente Kenoby, e a empresa já começa a atuar no segmento de educação corporativa, o próximo passo da Gupy é em direção à comunicação.
Agora, a Gupy aposta em um novo produto: o CRM de Talentos, um canal direto para que as empresas possam interagir com as demandas dos seus candidatos e consigam trabalhar com a sua marca empregadora de forma mais assertiva.
Através dessa ferramenta, os profissionais de Recursos Humanos das empresas poderão interagir com todas os possíveis candidatos, nomes de bancos de talentos ou profissionais que possuam um perfil demandado pela companhia de forma direta, além de ter acesso às métricas de disparo de e-mails para acompanhar a performance de todas essas comunicações.
A CEO explica que esse produto foi pensado para tentar resolver a escassez de profissionais em áreas especificas, mas também para tentar antecipar novas tendências do trabalho em si, onde as empresas precisam cada vez mais de profissionais que consigam se encaixar perfeitamente com a cultura da companhia e possam se manter competitivos.
"As empresas estão enfrentando hoje uma concorrência global por talentos. Está cada vez mais difícil atrair profissionais de algumas áreas específicas como tecnologia, por exemplo, e para isso é preciso investir em ações de marca empregadora", explica Mariana.
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