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Goldman demite analistas que colaram em testes, dizem fontes

A instituição demitirá cerca de 20 analistas em todo o mundo porque descobriu que eles violaram as regras de testes internos de capacitação, dizem fontes


	Goldman Sachs: banqueiros costumam ajudar uns aos outros nos testes da capacitação básica e de compliance porque consideram que eles consomem tempo e são repetitivos
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Goldman Sachs: banqueiros costumam ajudar uns aos outros nos testes da capacitação básica e de compliance porque consideram que eles consomem tempo e são repetitivos (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 16 de outubro de 2015 às 19h07.

O Goldman Sachs Group Inc. demitirá cerca de 20 analistas em todo o mundo, inclusive nos escritórios de Londres e Nova York, porque descobriu que eles violaram as regras de testes internos de capacitação, disseram pessoas com conhecimento do assunto.

Os funcionários, que vinham trabalhando na divisão de títulos do banco de investimentos, ou já foram despedidos ou estão em processo de demissão do banco, disseram as pessoas, que pediram anonimato porque o assunto é privado.

O título de banqueiro júnior não se refere a analistas de pesquisas que recomendam ações aos investidores.

“Além de ter sido uma clara violação das regras, esse comportamento é absolutamente incondizente com os valores que nutrimos na empresa”, disse Sebastian Howell, porta-voz do Goldman Sachs em Londres, que disse que não faria mais comentários.

Os banqueiros de Wall Street costumam ajudar uns aos outros nos testes da capacitação básica e de compliance porque consideram que eles consomem tempo e são repetitivos, de acordo com outras pessoas com conhecimento do processo.

Nos últimos anos, os bancos de investimento começaram a tomar medidas rigorosas para evitar que isso aconteça, devido à vigilância cada vez maior dos reguladores.

“No contexto atual, qualquer violação que chegar a insinuar algo inapropriado será abordada com extrema seriedade”, disse Simon Hayes, sócio da empresa de recrutamento de executivos Odgers Berndtson, do Reino Unido.

“Não adianta falar sobre mudança de cultura se você não age quando comportamentos inadequados à cultura são comprovados”.

No Reino Unido, por exemplo, advogados trabalhistas disseram que as normas que visam aprimorar a supervisão interna nos bancos poderiam desencadear uma nova onda de acusações de demissão sem justa causa, pois os gerentes, na tentativa de se proteger, demitem preventivamente funcionários que poderiam colocar a empresa em risco.

Condutas suspeitas que antigamente renderiam uma reprimenda agora poderiam ocasionar a demissão, porque os funcionários seniores têm menos tempo para gerenciar o desempenho dos juniores.

Cuidado

As empresas precisam ter cuidado ao escolher e capacitar os funcionários, disse Jay Lorsch, professor da Faculdade de Administração de Harvard que, como consultor do Goldman Sachs na década de 1980, ajudou a desenvolver um programa educacional para os parceiros da firma.

“Eu diria que talvez o cuidado e o desenvolvimento que os jovens estão recebendo não sejam tão fortes quanto era antes”, disse Lorsch.

“Você pode culpar os jovens, os que colaram, ou você poderia responsabilizar as pessoas que estavam capacitando esses jovens”.

O Goldman Sachs é um dos empregadores mais seletivos de Wall Street. No ano passado, o banco contratou apenas 3 por cento dos 267.000 candidatos e o CEO Lloyd C. Blankfein disse que sua empresa é “o empregador preferido do setor”.

A revista Fortune nomeou o Goldman Sachs como uma das 100 melhores companhias para trabalhar, uma menção que a empresa recebeu todos os anos desde que a lista começou, em 1984, de acordo com uma apresentação de Blankfein em fevereiro.

“Eu imagino que esses testes estejam voltados para a qualidade do conhecimento deles sobre o que eles fazem cotidianamente”, disse David Archer, diretor da Circle Square Talent, em Londres, que recruta funcionários juniores para grandes bancos de investimento.

“Tradicionalmente, essa é uma cultura de longas horas de trabalho e há tanta pressão sobre os juniores que acho que eles não consideram que os testes sejam tão cruciais. Talvez eles tenham tido uma atitude ingênua e possivelmente tenham tentado pegar atalhos”.

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