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Fundação Lemann quer preparar você de graça para pós-graduação nos EUA

O programa vai orientar 20 pessoas para prestar mestrado e doutorado nos EUA. As inscrições estão abertas até dia 10 de fevereiro

 (Ryan McVay/Getty Images)

(Ryan McVay/Getty Images)

Luísa Granato

Luísa Granato

Publicado em 29 de janeiro de 2019 às 06h00.

Última atualização em 30 de janeiro de 2019 às 16h37.

São Paulo — O sonho de Deborah Lourenço quando era adolescente não era estudar fora do Brasil. Para ela, a possibilidade nem havia sido considerada. “Seria como perguntar: quer um dia ir para a Lua? Não, nada contra pegar um foguete, mas é muito fora da realidade”, conta ela.

Nascida na zona norte do Rio de Janeiro, ela estudou no Colégio Pedro II, instituto público federal. Depois de passar na Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio) pelo ProUni, ela entrou em contato com a EducationUSA, organização que ajuda e prepara brasileiros para estudar em universidades americanas.

Mal sabia ela que já estava construindo seu foguete aos 10 anos de idade, quando seu tio patrocinou seu curso de inglês. Após sua morte, ela estudou sozinha até os 14 anos, quando começou a trabalhar como jovem aprendiz e a pagar parte das aulas de língua inglesa com seu salário, pulando direto ao nível avançado.

Do bairro Quintino, no Rio, ela foi para Northampton, Massachusetts, estudar na Smith College com a ajuda da orientação que recebeu na EducationUSA em 2006. Anos depois, em 2015, conseguiu a bolsa da Lemann Fellowship para realizar seu mestrado em Educação Comparada e Internacional na Universidade de Stanford.

Segundo ela, a falta de conhecimento é uma das principais barreiras para que mais brasileiros de históricos diversos consigam estudar nas melhores universidades do mundo.

Buscando preencher essa lacuna, a Fundação Lemann lança a iniciativa Ponte de Talentos, programa inédito para orientar as candidaturas de até 20 pessoas que desejam cursar mestrado ou doutorado nos Estados Unidos nas áreas de educação, saúde, gestão e políticas públicas em universidades como Harvard, Columbia, Stanford, MIT e Illinois at Urbana-Champaign (UIUC).

Além de oferecer 10 meses de curso de inglês e a orientação educacional, a fundação vai arcar com os custos do processo de candidatura, incluindo materiais de estudo, provas e testes de proficiência, taxas de inscrição e taxas para envio de documentos.

No final do programa, os estudantes selecionados por instituições parceiras da Lemann Fellowship vão poder concorrer às bolsas de estudo.

Segundo Felipe Proto, gerente de projetos da Fundação Lemann, o país possui pessoas talentosas e com vontade de mudança, mas que não conseguem atingir seu potencial por causa de barreiras econômicas.

“Se a pessoa pensar em estudar em Harvard, ela vai gastar de 1 a 3 mil dólares apenas na aplicação, sem falar das provas, e depois da moradia, da mensalidade do curso, do material de estudo. É uma barreira e, infelizmente, faz com que muitos acreditem que não podem estudar lá fora”, comenta Proto.

Para diminuir desigualdades e promover a inclusão, a seleção vai priorizar candidatos negros, indígenas e de baixa renda. As inscrições acontecem até dia 10 de fevereiro pelo site do Ponte de Talentos.

Para participar, os candidatos precisam ter concluído graduação em qualquer curso. No caso do doutorado, os interessados devem ter concluído o mestrado até dezembro de 2018. É necessário ter pelo menos o nível intermediário de inglês.

Também é necessário trabalhar com impacto social ou estudar temas relacionados à educação, saúde, economia, arquitetura e urbanismo, jornalismo, gestão e políticas públicas.

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