Eduardo Henrqiue co-fundador da Movile (Movile/Divulgação)
Camila Pati
Publicado em 13 de fevereiro de 2018 às 05h00.
Última atualização em 20 de janeiro de 2020 às 12h06.
São Paulo – “Sucesso é uma coisa meio relativa”, diz Eduardo Henrique é co-fundador e diretor de desenvolvimento de negócios da Movile, dona do iFood e da Playkids. A missão da empresa, conta, é melhorar a vida de 1 bilhão de pessoas. “Esse é o grande motivador de quem trabalha com a gente. ”
Com 150 milhões de usuários ativos, uma equipe de 1.600 pessoas, 15 escritórios, a empresa tem plataformas de negócios em entregas de comida itens de mercearia, etc. (que ajudam as pessoas a fazer compras de farmácia, pet shops); empresa de tickets; educação e cuidados; e uma área horizontal que tem uma empresa de delivery, marketplace e pagamento chamada Rápido. A mais nova empreitada é uma empresa de conteúdo e mensagem, a Wavy.
“Nós estamos a caminho. Então, não considero que a gente atingiu o sucesso: a hora que a gente tiver o indicador de que um bilhão de pessoas estão muitos felizes usando a nossa tecnologia, aplicativos e marketplaces para melhorar a vida delas, eu respondo essa pergunta do sucesso”, disse respondendo ao Site Exame durante bate-papo com alunos do curso online Nanodegree Startup Founder, da Udacity. Em outubro do ano passado, o iFood passou de 6 milhões de pedidos.
Em uma cultura que incentiva grandes projetos e tomada de risco, diz Henrique, é natural fracassos ocorram quase que diariamente. “Toda semana tem alguma coisa aqui na Movile que dá muito errado — e a gente dá a volta por cima, refaz os planos, continua arriscando e vai refazendo os projetos até encontrarmos uma grande oportunidade”, diz.
É assim que funciona em uma cultura de inovação. “Tomada de risco é condição básica para você ter sucesso. Você precisa aprender a lidar com o fracasso como uma plataforma de aprendizado”, diz ele.
Fácil lidar com leveza quando tudo dá errado? Nem um pouco. “Algumas decepções acabam balançando a autoestima e a motivação, mas aprender a tomar esses golpes e não desistir é fundamental para que a gente consiga seguir a nossa jornada”, garante.
Então, dentro de uma cultura de inovação, onde tomada de risco é condição básica para você ter sucesso, você precisa aprender a lidar com o fracasso como uma plataforma de aprendizado. E eu acho que a gente vem fazendo isso de uma maneira interessante, que ajuda no crescimento da empresa. Não é fácil, algumas decepções acabam balançando a autoestima e a motivação, mas aprender a tomar esses golpes e não desistir é fundamental para que a gente consiga seguir a nossa jornada.
Um dos episódios mais difíceis da sua vida profissional mostrou a força da perseverança na sua trajetória, conta.
“Lá no começo, eu cheguei a quebrar duas vezes: sair de uma situação muito adversa, onde eu tive um episódio em que saí devendo 300 mil reais para funcionários e outras empresas, reverter essa situação foi algo muito complicado e desafiador”, conta.
Frio na barriga ele diz que também sentiu quando abriu a operação da Movile no Vale Silício, nos Estados Unidos em 2012. “A gente não tinha praticamente nada. Nós não conhecíamos muita gente, não tínhamos um produto, a gente era uma empresa de feature phones (celulares dos primórdios do smartphone), com o desafio de desbravar e aprender com o Vale do Silício e dar os passos para a empresa ser mais global”, conta.
Outra situação que ele menciona de aposta em risco ainda que com medo de fracassar foi depois que o app PlayKids decolou. “Como pegar uma ideia que deu certo inicialmente e escalá-la para o resto do mundo”, diz.
A Movile foi uma das primeiras empresas do mundo a lançar serviços de assinatura na Apple Store e a usar os anúncios do Facebook no celular para atrair novos usuários. N”ossa história de sucesso é cheia de grandes desafios — e a gente vai aprendendo nessa jornada”, disse durante o bate-papo.