Pessoas falando ao celular (Spencer Platt/Getty Images)
Talita Abrantes
Publicado em 27 de maio de 2012 às 08h00.
São Paulo – Se você ainda não foi abordado por um recrutador para fazer uma entrevista de emprego – mesmo sem ter enviado seu currículo - prepare- se: com a ebulição do mercado de trabalho, esta prática está virando estratégia comum nas principais consultorias de recrutamento do país.
Mas como agir diante deste tipo de abordagem? Que tipo de perguntas devem ser feitas e quais estão fora de cogitação?
O que realmente importa ... para você?
Como tirar o máximo de proveito deste primeiro contato com o processo de seleção? “O básico é perguntar o que é fundamental para ele mudar de emprego”, afirma Alexandre Fantozzi, da Fantozzi & Associates.
“A vida das pessoas está agitada tanto recrutadores quanto profissionais querem poupar tempo. Assim só vai para entrevista presencial só se tiver perfil adequado”, explica Jaqueline Resch, da Resch Recursos Humanos.
Em outros termos, quanto mais você investigar sobre a posição neste primeiro contato, mais chances terá tanto de se preparar para a entrevista em questão quanto apenas seguirá para processos de seleção que realmente valem a pena segundo seus planos profissionais.
Por isso, antes mesmo da primeira abordagem, investigue quais fatores seriam determinantes para fazer você mudar de emprego. É com foco nestes itens que você deve direcionar suas perguntas e, até, decisão.
Salário não é tabu
Mas também não deve ser o ponto mais importante – se esse assunto não for tão decisivo assim para você. “Idealmente, não se pergunta isso logo numa primeira ligação. Mas se este ponto é o único fator que faria você mudar de emprego, esclareça”, diz Fantozzi.
O cargo e suas atribuições
Entender quais as responsabilidades do cargo em questão pode ser fundamental para passar para uma segunda etapa. Neste caso, vale, segundo Jaqueline, pedir que o recrutador envie por e-mail uma descrição do trabalho para o qual ele está convocando você para a entrevista.
Segredos de estado
Em alguns casos, contudo, o headhunter não pode revelar todas as informações sobre empresa e cargo para o potencial candidato. Neste caso, a dica é apostar em perguntas mais gerais.
"Se ele não pode falar o nome da companhia, é fundamental saber qual é a origem da empresa, tamanho e segmento. Essas três informações oferecem um bom panorama, sem revelar qual é o nome", diz Fantozzi.
Agora, se a dúvida em questão é salarial a dica é revelar qual é seu salário atual ou o valor mínimo que você aceitaria mudar de empresa. "Se a faixa salarial do profissional é de 10 mil reais e a oportunidade oferece 13 mil reais, então é atrativo. Agora, se o salário oferecido for de 8 mil reais, o recrutador avisará que a remuneração oferecida está fora das expectativas dele", afirma Jaqueline.
Networking
Por outro lado, é preciso cuidado para não queimar possíveis boas oportunidades. De acordo com Fantozzi, se você for abordado diretamente por uma empresa, seja bastante objetivo. "Dificilmente, a companhia terá mais vagas do que aquela que está oferecendo", diz.
Com consultorias de recrutamento, a história é diferente. Segundo o especialista, muitas vezes, o profissional pode não ser coerente para a oportunidade em questão, mas pode ser lembrado para vagas futuras. Por isso, é importante adotar uma postura generalista neste primeiro contato. Afinal, a vaga atual pode até não render um emprego. Mas nunca se sabe se, no futuro, outras melhores surgirão.
"Se você está sendo abordado tem direito de fazer perguntas. Mas é uma conversa de adulto. O recrutador pode ou não responder", afirma Jaqueline.