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Faça da inflação sua aliada na hora de investir

Ela pode ajudar a engordar o seu dinheiro bem acima de outras aplicações. Mas é preciso saber quais os melhores títulos para seu bolso

Dragão (Breno Ferreira/EXAME.com)

Dragão (Breno Ferreira/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 4 de março de 2013 às 20h00.

São Paulo - Você pode não acreditar, mas sabe o que pode ajudar você a engordar a sua conta bancária? A inflação. Ela, que foi a vilã da economia até o começo da década de 1990, agora pode ser sua aliada na hora de ganhar dinheiro. Como? É simples.

Existem alguns títulos financeiros que pagam juros atrelados aos diversos índices que medem a inflação. Além de repor as perdas da alta dos preços, esses papéis pagam uma taxa, chamada de prêmio. É ela, na verdade, que vai garantir seu ganho real e está elevando a rentabilidade desses investimentos bem acima de outros em renda fixa e variável.

Na ponta do lápis, se você colocar 10 000 reais nessas aplicações, por exemplo, significa que terá a capacidade de comprar mais do que compraria hoje daqui a um, dez ou 20 anos. “Esses títulos são emitidos pelos setores público e privado e a remuneração deles anda bem atraente”, afirma Marcia Dessen, professora de finanças e sócia da consultoria BMI Brasil. 

Há duas maneiras de comprar esses papéis: dos próprios bancos ou diretamente do governo federal, por meio do Tesouro Direto. No primeiro caso, há, entre outros títulos, os Certificados de Depósito Bancário (CDBs) e as debêntures. Os CDBs são pré ou pós-fixados e o prazo varia de acordo com cada banco. As debêntures são vendidas por empresas que precisam de capital de giro ou dinheiro para rolar uma dívida. 

Rende muito mais

O fato é que tem muito título de inflação bombando e batendo em ganhos outros vários tipos de investimento. Entre os públicos, dois deles são indexados à inflação: as Notas do Tesouro Nacional série B (NTN-B) e as Notas do Tesouro Nacional série C (NTN-C).

Segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais, as NTN-B renderam entre janeiro e setembro deste ano 19%, e em um ano (de setembro de 2011 a setembro de 2012), 24%.

Já o segundo modelo valorizou cerca de 29% este ano e 32% em 12 meses. Para se ter uma ideia, o Ibovespa, que mede o desempenho médio de cerca de 60 das 500 ações listadas na bolsa de valores, rendeu entre janeiro e setembro deste ano 4%. 

Já a caderneta de poupança, 4,89% no mesmo período. “O momento atual, com juros em queda e inflação em alta, é perfeito para investir em títulos atrelados à inflação”, afirma Leandro Martins, sócio do site seu.consultorfinanceiro.com.br e economista da Walpires Corretora.

Expectativa de inflação continua alta

Normalmente, os consultores financeiros não gostam de cravar uma opinião sobre o que vai acontecer no mundo das finanças. Mas, no caso dos títulos atrelados à inflação, é o contrário. “Eles valem a pena, principalmente quando há expectativa de alta da inflação, como tem acontecido. Nessa linha, os títulos públicos são bem interessantes”, afirma Angela Nunes, planejadora financeira e sócia da consultoria MoneyPlan.

A tendência é de que esses papéis continuem se valorizando em 2013. Tudo porque a inflação ainda está acima do que o governo esperava. E, pela previsão dos analistas, ela deve continuar assim por mais tempo. É o que aponta o relatório Focus, do Banco Central, com mais de 100 especialistas de mercado, que prevê inflação para o ano que vem em torno de 5,42% — similar à de hoje. 

E qual é o risco? Para André Massaro, da MoneyFit, os títulos públicos têm o aval do Tesouro Nacional. Já os emitidos por bancos, como CDBs, têm o lastro do fundo garantidor de crédito — se o banco quebrar, cada pessoa recebe até 70 000 reais. “Eles são um pouco mais voláteis para quem precisa vender antes do vencimento e podem ser afetados em cenários de inflação mais baixa”, afirma André.

Na hora de investir, estude os títulos atrelados à inflação e veja qual se adequa melhor a seus objetivos, prazo e expectativas.

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