São Paulo – Se a sua meta de carreira é a cadeira de direção de uma grande empresa é melhor você encontrar uma válvula de escape para o estresse.
Pesquisa realizada pela consultoria Talenses mostra que 39% de 115 diretores estão, assumidamente, estressados. Mas este percentual pode ser maior, porque muitas vezes o executivo não se dá conta de que está se sacrificando pelo trabalho.
“A questão é a sensação que o executivo tem em relação ao estresse. Por estar tão envolvido com o trabalho, muitas vezes não se dá conta de que isso acontece com ele”, diz Rodrigo Vianna, diretor executivo da Talenses.
No ano passado, a filial do Brasil da International Stress Management Association (ISMA) estimou que 70% da população economicamente ativa do país já tenham apresentado sintomas (físicos e emocionais) de estresse, tendo no trabalho o seu grande gatilho.
E a pesquisa com os diretores confirma o trabalho como o vilão da história. É que todos os motivos citados como causas do estresse estão relacionados ao expediente. Veja quais são:
1. Pressão na tomada de decisão
“O executivo brasileiro está sob pressão. O mercado hoje está sob pressão”, diz Vianna. Segundo ele, este é o principal fator estressante na rotina dos executivos do topo da hierarquia na empresa.
Dentre os entrevistados, 78% alegaram que se sentem expostos a situações de pressão na tomada de decisão. “À medida que um profissional cresce a sua tomada de decisão não diz mais respeito só ao negócio. Envolve uma série de outros fatores, como a equipe e cenário econômico”, explica.
2. Horas extras no escritório
As longas jornadas no escritório também apareceram na pesquisa. Passar do horário frequentemente ou sempre foi fator pontuado por 62% dos executivos.
“Tem uma questão que é o estilo do brasileiro de trabalhar, sempre em contato com as pessoas, conversando, tem a pausa para o café. Isso tudo faz com que no fim do dia ele fique no escritório uma carga horária maior”, diz Vianna.
3. Realizar tarefas fora do escopo
Com estruturas mais enxutas, o acúmulo de funções virou rotina nas empresas. “Não tem como fugir, a ordem é fazer mais com menos”, diz o diretor da Talenses.Na pesquisa, 58% citaram este fator, quando frequentem como gatilho do estresse.
4. Deixar a família para resolver problemas do trabalho
Segundo o estudo, 30% alegaram que se acionado e ter deixar a família para solucionar questões e problemas do trabalho influencia nesse estado. “Essa é uma questão que está ligada à maneira como o executivo faz a gestão do tempo”, diz Vianna.
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1. Onde é mais fácil ter um "ataque de nervos"
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1/15 (Getty Images)
São Paulo – O que torna um emprego mais propenso ao
stress? Segundo lista da
Business Insider divulgada hoje, a resposta está na combinação de quantas situações estressantes o profissional poderá viver por expediente (o que eles chamam de tolerância ao stress), os efeitos de cada erro para o trabalho e a pressão do tempo.
O resultado desta equação fez com que, entre 747
profissões, os detetives e supervisores policiais dos
Estados Unidos são os que têm mais risco de sofrerem de sintomas de stress nos Estados Unidos. No levantamento, estes três fatores foram medidos em uma escala de 0 a 100 - quanto maior o valor, pior o quadro.
Embora os dados sejam do contexto americano, a realidade de boa parte destas profissões pode facilmente ser comparada ao que milhares, senão milhões, de profissionais vivem todos os dias no Brasil. Confira.
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2. Detetives e supervisores de primeira linha da polícia
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2/15 (©afp.com / Andrew Burton)
Com a missão de coordenar as equipes policiais, os supervisores, ao lado dos detetives, passam o dia sob pressão. Não é para menos: perseguir “foras da lei”, encontrar e ligar fatos que elucidem um caso, além de ter a violência eminente a todo instante.
O resultado? Nos Estados Unidos, estes profissionais pontuaram um índice de tolerância ao stress de 94. No item que mede as consequências de um erro durante o expediente, eles marcaram 71,5. E, em pressão do tempo: 76,3.
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3. Conselheiros de saúde mental
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3/15 (Getty Images)
Passar o dia ouvindo as questões que atormentam a mente e as emoções de outras pessoas, encontrar uma estratégia para atingi-los no fundo do peito com a meta de tornar a vida alheia mais leve. O peso desta responsabilidade rendeu aos conselheiros de saúde mental um índice de tolerância ao stress de 94,2. No item que mede as consequências de um erro durante o expediente, eles marcaram 57,2. E, em pressão do tempo: 70,5.
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4. Gestores educacionais
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4/15 (Stock.Xchange)
Gerir uma escola pode ser mais estressante do que guiar uma equipe de policiais. Pelo menos é o que mostra o levantamento da Business Insider. No índice que mede o risco do cargo ao stress, os gestores de educação pontuaram 94,2 enquanto os supervisores policiais, 94.
Não é para menos: lidar com a indisciplina de crianças, pré-adolescentes e adolescentes, criar um projeto pedagógico realmente relevante, fazer a escola não entrar no buraco financeiro e por aí vai. Tudo isso está na lista de tarefas diárias de um gestor escolar.
No item que mede as consequências de um erro durante o expediente, eles marcaram 54. E, em pressão do tempo: 53,8.
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5. Analistas de difusão de notícias
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5/15 (Said Khatib/AFP)
No Brasil, não há um cargo com o nome semelhante, mas a função se assemelha a dos redatores em jornais ou sites de notícias. Geralmente, ocupado por um jornalista, este cargo demanda atenção e agilidade na hora de filtrar as informações que chegam minuto a minuto das agências de notícias. Não por acaso, no item que mede a pressão do tempo, tais profissionais marcaram 96,7 pontos numa escala de 0 a 100. A tolerância ao stress é de 94,7, enquanto o índice que mede os efeitos de um erro é de 47,8.
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6. Enfermeiros anestesistas
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6/15 (Michele Tantussi/Bloomberg)
Em alguns procedimentos cirúrgicos, a anestesia é a etapa mais delicada de todo processo. Aplicá-la, ficar atento aos sinais vitais do paciente e observá-lo durante a recuperação é a função de alguns enfermeiros. Um erro pode custar uma vida. Por isso, a complexidade da situação rendeu para estes profissionais 78,8 no item que mede as consequências de um erro durante o expediente. Em stress, a pontuação foi de 94,7. E, em pressão do tempo: 67.
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7. Flebotomistas
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7/15 (ricaldre/Creative Commons)
Reponsáveis pela coleta de sangue para exames, pesquisas ou doações, os flebotomistas têm um índice de 85,7 no item que mede as consequências de um erro para o trabalho. A taxa de tolerância ao stress é de 95 e a pressão do tempo, 79,8.
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8. Pilotos, co-pilotos e engenheiros de voo
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8/15 (Divulgação)
Colocar um avião no ar não é tarefa fácil. Ter a atenção redobrada mantê-lo por lá, idem. Um erro pode custar a vida das centenas de pessoas que confiaram as próprias vidas à companhia aérea durante o tempo de percurso. Com isso, pilotos, co-pilotos e engenheiros de voo marcaram 76,5 pontos no item que mede a consequência de um erro para o trabalho. Taxa de stress? 95,2 e pressão do tempo, 89,8.
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9. Controladores de tráfego aéreo
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9/15 (Divulgação/FAB)
Com a missão de manter o tráfego de aviões em ordem (e consequentemente prevenir acidentes), os controladores de tráfego aéreo ficam ligados 24 horas por dia, sete dias por semana no que rola nos céus. O cargo demanda raciocínio lógico e tomadas de decisão rápidas o tempo todo.
Resultado? Taxa de 96,2 no índice de tolerância ao stress, 82 pontos no item que mede a consequência dos erros e 76,8 em pressão do tempo.
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10. Ginecologistas e obstetras
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10/15 (Getty Images)
Os ginecologistas e obstetras tem uma taxa de stress de 96,5, marcaram 89,3 no item que mede os impactos do erro no trabalho e 73,8 em pressão do tempo.
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11. Dançarinos
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11/15 (Chris Jackson/Getty Images)
Dançar pode ser estressante. Muito, para ser mais preciso, segundo o levantamento da Business Insider. A pressão do público, o desafio de fazer a performance artística sem pisar em falso (literalmente) e até o mercado de trabalho restrito podem ser algumas das razões para o quadro.
Segundo o levantamento, quem atua nesta profissão tem um índice de tolerância ao stress de 97 e a taxa mais baixa de consequência dos erros entre as profissões mais estressantes : 29,3.
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12. Psquiatras
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12/15 (Matt Cardy/Getty Images)
Atuar no tratamento de pessoas com doenças mentais ou deficiências cognitivas demanda paciência e resiliência. O índice de stress, segundo a Business Insider, para quem atua nesta área nos Estados Unidos é de 98,5. A taxa dos efeitos dos erros no trabalho, 64,5 e a pressão do tempo, 56,5.
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13. Telefonistas de departamentos policiais, bombeiros e emergência
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13/15 (Carlos Chavez/Stock.xchng)
Do lado de lá do 190 estão pessoas que devem ser ágeis e precisas ao coletar e repassar as informações emergências. Por isso, a taxa de stress na área é elevada: 98,5, segundo o levantamento do Business Insider. Os efeitos de erros também, 86 pontos na avaliação. E a pressão do tempo chega a 68,3 pontos.
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14. Ajudantes psiquiátricos
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14/15 (©AFP/Arquivo / Jean-Philippe Ksiazek)
Quem trabalha em hospitais psiquiátricos tem a missão de acompanhar de perto o tratamento de pessoas com doenças mentais ou deficiências cognitivas. A tarefa não é fácil e, muitas, vezes, imprevisível.
Em termos de número de situações estressantes que estes profissionais viverão por dia, a taxa é mais elevada do que o vivido por detetives. Segundo o Business Insider, a taxa deles de tolerância ao stress é de 99,5 – numa escala de 0 a 100.
A taxa de consequência de erro é de 57,5 e pressão do tempo de 46, segundo a Business Insider.
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15. Agora, os passos para evitar uma crise de stress
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15/15 (Creative Commons/Flickr/Evil Erin)