Carreira

Executiva usou esta estratégia para crescer fora da zona de conforto: ‘Ajuda a manter o entusiasmo’

Após duas décadas na mesma empresa e diversas mudanças internas, Tina Marcondes decidiu começar de novo – sem apagar o que já tinha vivido. Hoje, no Nubank, ela segue movida pela vontade de aprender

Tina Marcondes: Mudanças planejadas e sede de aprender guiaram sua jornada até o Nubank

Tina Marcondes: Mudanças planejadas e sede de aprender guiaram sua jornada até o Nubank

Guilherme Santiago
Guilherme Santiago

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Publicado em 28 de maio de 2025 às 08h00.

Última atualização em 28 de maio de 2025 às 10h11.

Durante muito tempo, foi comum ouvir que uma boa carreira se constroi com estabilidade: entra-se em uma empresa e, com dedicação, sobe-se degrau por degrau até o topo. Sem mudanças, novas rotas ou ajustes no percurso. No entanto, Tina Marcondes, Head of Legal no Nubank, optou por seguir um caminho diferente.

Advogada formada pela Universidade de São Paulo (USP), ela passou mais de 20 anos em uma grande instituição financeira. O que parecia uma linha reta, na verdade, foi uma jornada cheia de desvios planejados. A cada dois ou três anos, Tina mudava de função, trocava de área, ampliava seu escopo. Não por instabilidade, mas estratégia.

"As experiências me fizeram ter uma visão mais abrangente e fora da caixa. Cada movimento me dava uma capacidade maior de tomar decisões melhores"Tina Marcondes, Head of Legal no Nubank

A curva que move

Para Tina, há um nome para esse movimento: curva de aprendizagem.

De acordo com ela, no início de toda nova experiência vem a insegurança – uma fase de “incompetência razoável”, como ela define. Depois, o entusiasmo. É quando a cabeça ferve de ideias, o momento do banho vira brainstorm e o trabalho se mistura com o prazer de descobrir. Mas, então, chega a zona de conforto. E é aí que, segundo ela, é hora de passar o bastão.

“Se você começa a repetir fórmulas, a inovação enfraquece”, afirma. “A curva de aprendizado ajuda a manter o entusiasmo vivo”, pondera.

Foi assim que, mesmo ficando duas décadas no mesmo banco, Tina nunca ficou parada. Uma hora em societário, depois regulatório, depois compliance contencioso, jurídico, na ouvidoria, em operações. Em cada uma dessas mudanças, não buscava apenas um novo crachá, mas uma nova lente de encarar os negócios.

Recomeço, com leveza

Em 2024, Tina decidiu ir além das transições internas. Mudou de empresa e foi para o Nubank. Uma virada de página em todos os sentidos – cultura, modelo de trabalho, forma de pensar. Mas, para ela, tem sido uma jornada divertidíssima. “Aqui, tudo é questionado. Até coisas que antes pareciam óbvias”, conta.

“Às vezes, o caminho tradicional funciona. É como tomar café todo dia de manhã. É gostoso - mas, em outras vezes, tomar água ao invés do café pode fazer você se sentir melhor. O importante é ter espaço para testar”, resume. A lógica, para ela, é simples: experimentar, ajustar, tentar de novo. “Vários caminhos levam a Roma”, brinca.

O olhar que faltava

Foi esse desejo de enxergar melhor que a levou a um novo passo: o FECC – Finanças Estratégicas para C-Levels e Conselheiros, um programa avançado da EXAME e da Saint Paul, feito para aqueles que desejam potencializar sua atuação em conselhos e comitês.

“Tinha conceitos que eu ouvia e precisava pesquisar depois”, lembra ela. “Comecei a achar que fazia sentido estudar isso com mais profundidade.”

O programa ofereceu mais do que conteúdo: trouxe uma nova comunidade. “Minha maior curiosidade era saber quem estaria na sala. Conheci pessoas que são founders ou controladores, pessoas que participam de conselhos de administração, pessoas de áreas totalmente distintas da minha como construção e agronegócio. Cada um fazia perguntas diferentes para o mesmo tema. Isso abre a cabeça”, revela.

As aulas ajudaram a traduzir o jurídico para o idioma dos negócios. “Hoje, quando dou uma orientação, consigo dizer: se a gente fizer desse jeito, o impacto financeiro será melhor. Posso entrar numa reunião e discutir indicadores com confiança”, explica.

Um motor chamado desafio

Perguntar o que move Tina é perguntar o que a instiga. A resposta vem sem esforço: resolver o que parece sem solução. “Gosto de ter um problema na frente e pensar: e se eu for por aqui? E se tentar por ali?”, explica.

Ela acredita na importância de construir soluções sustentáveis, que façam sentido para o cliente — mesmo que isso exija ir contra manuais prontos. No Nubank, a principal métrica de sucesso é o NPS, a lealdade do cliente. “Nosso principal valor é que os clientes nos amem fanaticamente.”

E talvez seja isso o que define melhor sua trajetória: não uma escada, mas uma trilha com curvas, desvios e boas paisagens. Sempre com o mesmo ponto de chegada — aprender mais para decidir melhor.

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