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Ex-funcionária processa empresa do Vale do Silício por discriminação de gênero

A executiva Ellen Pao, de 45 anos, está processando a empresa de capital de risco Kleiner Perkins Caufield & Byers por discriminação de gêneros

Ellen Pao (Reprodução)

Ellen Pao (Reprodução)

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Da Redação

Publicado em 25 de fevereiro de 2015 às 07h44.

Uma companhia do Vale do Silício foi acusada por ter cometido discriminação de gênero. Segundo uma matéria publicada no site Inc., a empresa de capital de risco chamada Kleiner Perkins Caufield & Byers está sendo processada por uma ex-funcionária que diz ter sido demitida por ter denunciado a discriminação que sofria no trabalho.

Ellen Pao, de 45 anos, trabalhava como sócia minoritária na companhia e afirma que passou a sofrer discriminação após terminar um relacionamento breve com um colega de trabalho.

Ela diz na ação judicial que era excluída de reuniões importantes, correntes de e-mails e eventos da empresa porque as mulheres “matavam o clima” dessas ocasiões festivas. Ellen também relata que a cultura masculina dominante na firma a impediu de ser promovida e de alcançar posições de chefia.

A companhia demitiu Ellen em 2012, seis meses após ela entrar com a ação judicial, argumentando que dispensou a funcionária pelo baixo desempenho e porque ela não se dava bem com seus colegas de trabalho. Porém, a executiva afirma que teria sido forçada a sair após suas reclamações sobre discriminação.

Ellen é formada pela Universidade de Princeton e tem pós-graduação pela Universidade de Harvard nas áreas de direito e negócios.

Ela trabalhava na Kleiner desde 2005, quando foi chamada para ser chefe de gabinete para o sócio sênior John Doerr, que ajudou nos primeiros investimentos diretos no Google, Amazon e outras empresas de tecnologia bem sucedidas. Em 2010, ela passou a trabalhar como sócia minoritária na companhia.

A ação judicial busca indenização não especificada. Porém, durante uma audiência no tribunal o advogado da companhia disse ao juiz que Ellen está pedindo 16 milhões de dólares pelos salários atrasados e outros ganhos futuros perdidos.

Para limitar a quantia a ser paga em danos, a empresa argumenta que a ex-funcionária é bem remunerada em sua posição atual como CEO interina da popular empresa de mídia social Reddit e que ela não sofreu financeiramente desde sua demissão na Kleiner.

A companhia também nega as acusações de Ellen e se defende exaltando o recorde em suas contratações de mulheres, dizendo que a executiva ganhava mais que muitos de seus colegas homens.

O julgamento começou nessa terça-feira (24) deve durar quatro semanas no Tribunal Superior de São Francisco, na Califórnia. O júri é composto por cinco homens e sete mulheres.

A Kleiner chegou a pedir para o juiz que a resolução do caso fosse feita a portas fechadas com um árbitro. No entanto, a requisição foi negada pelo tribunal.

O caso traz à tona o debate sobre o tratamento de mulheres na área de tecnologia. Segundo um estudo feito pelo Code.org, elas estão deixando o mundo da tecnologia pela discriminação que sofrem em um ambiente dominado por homens.

Segundo uma outra pesquisa divulgada no ano passado pela Babson College em Massachussetts, as mulheres preenchiam apenas 6% dos cargos de parceria em 139 empresas de capital de risco em 2013 – e o mais surpreendente é que essa participação era de 10% em 1999.

Além disso, nos próprios relatórios de diversidade, as gigantes de tecnologia Google e Facebook afirmam ter uma participação mínima de mulheres em seus quadros de funcionários.

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