Ilustração de homem idoso em cadeira de rodas e usando capa de heroí: preconceitos em relação à idade atingem jovens e velhos (Denis Novikov/Getty Images)
Repórter de Carreira
Publicado em 25 de fevereiro de 2023 às 10h01.
Os jovens são preguiçosos e não respeitam autoridades, os mais velhos não são inovadores e não sabem lidar com tecnologia... são inúmeros os estereótipos ligados à idade.
O preconceito relacionado à faixa etária é algo tão comum que ganhou até nome: etarismo. E, segundo uma pesquisa da plataforma de vagas Infojobs, ainda é comum enfrentar situações em que os estereótipos falam mais alto.
De acordo com o levantamento, que ouviu de 1222 profissionais, cerca de 57% dos entrevistados passaram por algum episódio de preconceito devido à sua idade. Ao todo, 55% dos participantes do estudo fazem parte da geração X, 36% da geração Y e 9% da geração Z.
E não importa se é jovem ou mais velho para sofrer com o peso dos preconceitos. Segundo a pesquisa, 73% dos profissionais da geração Y (nascidos entre 1980 e 1989) e Z (nascidos entre 1990 e 2010) sentem que são subestimados por serem mais novos.
Por outro lado, 66% dos profissionais da geração X (nascidos entre meados da década de 1960 até 1979) sentem que os mais novos duvidam de seu profissionalismo.
Com várias gerações convivendo dentro das organizações é normal que o conflito entre visão de mundo apareça e, de acordo com o estudo, 76% dos profissionais da geração Y ou Z acreditam que seus colegas da geração X são resistentes a posicionamentos dos mais jovens.
Para 80% dos entrevistados, os conflitos de gerações são normais no mercado de trabalho e 62% já precisaram lidar com situações do gênero.
Entre as causas para os conflitos acontecerem estão os diferentes posicionamentos e posturas no ambiente de trabalho, com 37% das respostas cada, seguido por formas de falar, com 17%.
Mesmo assim, apesar das desavenças, 82% acreditam que conviver com pessoas de diferentes idades permite que os profissionais se desenvolvam, tendo contato com outras visões de mundo.
Grande parte (52%) também não acredita que lidar com o conflito de gerações seja responsabilidade do RH da empresa. Mesmo assim, é papel da área de gestão de pessoas a manutenção do clima organizacional em que todos se sintam ouvidos e valorizados.
“É fundamental combinar as diferenças de forma estratégica para realizar a melhor distribuição de tarefas, pensando inclusive em práticas de mentoria reversa. Isso vai manter os funcionários engajados e a produtividade em dia”, afirma Ana Paula Prado, CEO da Infojobs.
Prado ainda reforça a necessidade de estimular a convivência através de treinamentos coletivos, eventos de capacitação e até momentos de descontração. “Isso promoverá uma troca de conhecimentos, super importante para pessoas de todas as idades”, diz a executiva.