JEFF BEZOS: algum outro sem dúvida teria criado plataformas de varejo on-line comparáveis à Amazon / David Ryder/Getty Images (David Ryder/Getty Images)
Luísa Granato
Publicado em 4 de janeiro de 2020 às 06h00.
Última atualização em 4 de janeiro de 2020 às 07h00.
Anualmente, a Harvard Business Review divulga uma lista com os melhores CEOs (diretor executivo, em português) do mundo. Os profissionais são avaliados com base no desempenho financeiro da companhia que representam, bem como medidas ambientais, sociais e de governança da corporação.
Dentre cem profissionais, Jensen Huang, da empresa de tecnologia NVIDIA, foi considerado o melhor dos melhores CEOs de 2019, pela publicação. Ele ocupa o cargo há 26 anos e, em 2012, seu salário anual foi estimado em 15 milhões de dólares.
Na segunda posição, aparece Marc Benioff, da Salesforce.com. Respectivamente, François-Henri Pinault (Kering), Richard Templeton (Texas Instruments), Ignacio Galán (Iberdrola), Shantanu Narayen (Adobe), Ajay Banga (Mastercard), Johan Thijs (KBC), Satya Nadella (Microsoft) e Bernard Arnaut (LVMH) fecham a classificação dos dez melhores CEOs de 2019. Seis dos dez primeiros colocados representam empresas norte-americanas.
Uma grande surpresa na lista dos melhores CEOs de 2019 foi a ausência de Jeff Bezos, CEO da Amazon, considerada a empresa mais valiosa do mundo. O executivo chegou a ser o primeiro colocado do ranking em 2014 e, por mais de um ano, é apontado como a pessoa mais rica do mundo, com o patrimônio líquido de aproximadamente 108,7 bilhões de dólares. Segundo a publicação, o fato ocorreu por conta de uma mudança na metodologia de avaliação, que passou a dar um peso maior às medidas ambientais, sociais e de governança.
Se o desempenho financeiro ainda fosse o valor com o maior peso, baseando-se apenas nos que se classificaram nesta edição, Ma Huateng da Tencent teria conquistado o primeiro lugar, ao invés do 63º que ocupa. Quem mais se destacaram em governança corporativa e questões socioambientais foram Feike Sijbesma da DSM, atualmente na 42ª posição, e Erik Engstrom da RELX, na 11ª classificação.
Apenas vinte e dois dos cem melhores CEOs de 2019 não são dos Estados Unidos ou de países europeus, sendo doze deles asiáticos. O mexicano Daniel Hajj da América Móvil é o único representante latino da lista, em 97º. Ainda no escopo da América Latina, Paolo Rocca representa uma empresa (semi) latina, a multinacional itálo-argentina Tenaris, apesar de o próprio executivo ser italiano.
Além disso, apenas quatro mulheres se classificaram entre os melhores CEOs de 2019, maior número já registrado pelo ranking. São elas: Nancy McKinstry da Wolters Kluwer (16ª), Lisa Su da Advanced Micro Devices (26ª), Debra Cafaro da Ventas (29ª) e Marillyn Hewson da Lockheed Martin (37ª).
Em média, os CEOs assumiram seus cargos aos 45 anos e trabalhavam na empresa há pelo menos quinze anos. De acordo com os dados, aqueles que apresentam resultados bons o suficiente para sobreviver mais de um década no trabalho tendem a ter um desempenho acima da média posteriormente. Outro ponto interessante é que cerca de 60% dos melhores CEOs de 2019 não possuem MBA e a maioria dos CEOs conquistou o cargo após uma seleção interna da companhia.
Este artigo foi originalmente publicado pelo Na Prática, portal da Fundação Estudar.