São Paulo - Ao contrário do que você talvez imagine, um excelente desempenho técnico não é o fator mais considerado pelos empregadores na hora de conceder um aumento salarial - pelo menos no Brasil.
É o que mostra uma pesquisa da consultoria Robert Half, que apurou os fatores que mais justificam incrementos na remuneração de um funcionário segundo diretores de RH em todo o mundo.
No caso brasileiro, uma boa conduta comportamental é a razão mais comum para dar um aumento. Para 43% dos entrevistados, profissionais com perfil colaborativo e capacidade de trabalhar em equipe são os que mais merecem a recompensa.
Competências técnicas, capazes de trazer resultados mensuráveis, são mencionadas por 36% e ficam em segundo lugar na lista dos empregadores brasileiros.
De todos os países incluídos no estudo, o nosso é o que mais atribui importância ao comportamento. No resto do mundo, a performance técnica costuma pesar mais do que a postura pessoal.
Segundo Caio Arnaes, gerente sênior da Robert Half, essa diferença tem raízes culturais. "Aqui, o relacionamento interpessoal é muito importante no trabalho", explica. "Naturalmente, a qualidade de um profissional está muito associada ao seu comportamento e à sua capacidade de colaborar em grupo".
A lealdade à empresa também é mais valorizada por aqui do que no exterior: 30% dos brasileiros mencionaram esse quesito, contra uma média global de 24%.
Para Arnaes, o número deve servir como alerta para a geração Y, conhecida por trocar de emprego com frequência. "A estabilidade ainda é um valor muito forte para os empregadores brasileiros, até porque a maioria deles pertence a gerações anteriores", afirma.
A pesquisa foi feita em novembro de 2014 e contou com 1672 diretores de RH em 12 países, dos quais 100 eram brasileiros. Veja abaixo a tabela completa com os resultados:
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1. A influência da personalidade no seu holerite
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São Paulo - A sua personalidade define o seu destino profissional? Esta é a pergunta que dá nome a um
estudo publicado pela empresa Truity Psychometrics realizado com mais de 25 mil pessoas. E a conclusão é que há, sim, relação entre perfil psicológico e caminhos de
carreira, o que, consequentemente, também tem reflexo no
salário.
Como foi feita a pesquisa
Na primeira etapa da pesquisa, os participantes foram enquadrados nos 16 tipos de personalidade, definidos pela classificação MBTI (Myers-Briggs Type Indicator), que é baseada nos tipos psicológicos descritos pelo psiquiatra suíço Carl Jung. Cada tipo definido leva quatro letras: extroversão (E) ou introversão (I), sensação (S) ou intuição (N), pensamento (T) ou sentimento (F), julgamento (J) ou percepção (P). Cada letra está ligada à preferência de cada um. É uma pessoa mais ligada ao mundo exterior (extroversão) ou é mais focada no interior (introversão)? A sua atenção é mais voltada à informação que vem de fora (sensação) ou à interpretação subjetiva (intuição)? São indivíduos mais lógicos (pensamento) ou o aspecto humano prepondera (sentimento). São mais categóricos na tomada de decisões (julgamento) ou checam todas as opções antes de decidir (percepção). Depois de classificados em relação aos tipos de personalidade, os participantes da pesquisa responderam a perguntas relacionadas a salário, situação atual na carreira (empregados, empreendedores, desempregados, etc) satisfação profissional (em uma escala de 0 a 5) e número de pessoas lideradas por eles. Como amostra final, foram 7,5 mil pessoas, já que nem todos os participantes responderam a todas as perguntas. Os dados empíricos confirmaram a teoria. Tipos considerados mais ambiciosos inclinados à
liderança (ENTJ e ESTJ, por exemplo) realmente estavam gerindo equipes maiores de pessoas e recebendo os maiores salários. Já as pessoas com os perfis INFP e ISFP, por outro lado, estão no grupo em que os menores salários foram verificados. Uma das conclusões da pesquisa é que extrovertidos (E), intuitivos (I), focados em pensamento (T) e adeptos de julgamento (J) são aqueles em que foi verificada a tendência para gestão de equipes maiores. Em relação à satisfação profissional, aqueles que ganham mais se mostraram mais satisfeitos. Mas uma exceção foi verificada: pessoas que trazem sentimento no perfil (letra F) são mais satisfeitas. A equipe da Truity Psychometrics afirma que a tendência que estas pessoas têm de escolher atividades profissionais que façam sentido para elas e que sejam alinhadas aos seus valores pessoais tem peso no índice de satisfação profissional. Confira, nas fotos, os 16 tipos de personalidade ranqueados pela média salarial anual e veja também as características de cada um deles:
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2. 1º ESTJ, os chamados "supervisores": o salário mais alto
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3. 2º ENTJ, os chamados "marechais"
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4. 3º ISTJ, os chamados "inspetores"
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5. 4º ESFJ, os chamados "provedores"
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6. 5º ESTP, os chamados "empreendedores"
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7. 6º ENTP, os chamados "inventores"
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8. 7º ENFJ, os chamados "professores"
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9. 8º INTJ, os chamados "mentes brilhantes"
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10. 9º ENFP, os chamados "campeões"
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11. 10º ISFJ, os chamados protetores
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12. 11º INFJ, os chamados "conselheiros"
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13. 12º INTP, os chamados "engenheiros"
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14. 13º ESFP, os chamados "performáticos"
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15. 14º ISFP, os chamados "compositores"
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16. 15º INFP, os chamados "curadores"
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17. 16º ISTP, os chamados "perfeccionistas": o salário mais baixo
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18. Agora, veja quais as profissões mais indicadas para cada um dos 16 perfis
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