A cultura de aprendizagem desponta como um dos tópicos mais relevantes para o RH nos próximos meses (Getty Images/Getty Images)
Jornalista
Publicado em 15 de junho de 2023 às 15h36.
Última atualização em 12 de julho de 2023 às 14h51.
Em meio a transformações profundas e aceleradas no mercado de trabalhado, a atualização do setor de Recursos Humanos é fundamental. Afinal, à medida em que novas pautas (como inteligência artificial, ESG e modelos flexíveis de trabalho) ganham relevância, conhecer e compreender as tendências emergentes é um fator definitivo não apenas para garantir o sucesso organizacional, mas principalmente para manter a competitividade das empresas.
Não bastasse isso, o departamento de RH também deve estar atento às novidades do próprio setor para que consiga cumprir sua missão primordial: atrair, recrutar e reter os melhores talentos dentro das organizações.
Para ajudar nessa missão, listamos abaixo as principais tendências de RH em 2023. Em comum, todas elas apontam para um mesmo caminho: o investimento no desenvolvimento constante de líderes e colaboradores. Confira!
Para acompanhar as transformações e responder com efetividade aos desafios da nova economia, é imprescindível que os profissionais estejam sempre atualizados, tanto técnica quanto teoricamente.
Por isso, incentivar a busca por conhecimento e fomentar os chamados “hábitos de aprendizagem contínua” desponta como uma das principais tendências de RH em 2023..
As organizações entenderão cada vez mais que a aprendizagem contínua é um fator-chave para o crescimento e a inovação. O RH terá um papel vital em identificar as habilidades necessárias para o futuro e criar estratégias de desenvolvimento que permitam aos colaboradores se adaptarem às mudanças tecnológicas e às novas demandas do mercado, promovendo a busca por conhecimento e habilidades em todos os níveis hierárquicos.
As maiores empresas do mundo já são orientadas por dados – e utilizam inteligência de negócios em diversas áreas, incluindo a de recursos humanos. O chamado “RH Data-Driven” é uma abordagem estratégica em que o setor utiliza dados e análises para embasar decisões relacionadas à gestão de pessoas.
As informações são coletadas, organizadas e analisadas, permitindo uma visão mais clara e objetiva sobre as necessidades da empresa e seus colaboradores. Processos de recrutamento, avaliações de desempenho e produtividade, identificação de necessidades individuais, folhas de pagamento, análises de diversidade e inclusão e até o índice de engajamento dos funcionários são alguns apenas alguns exemplos de funções realizadas por profissionais de RH que podem ser otimizadas com uma visão mais orientada por dados.
A cultura organizacional pode ser definida como o conjunto de valores, regras e princípios que regem uma companhia. É ela quem orienta e assegura que as decisões tomadas por seus colaboradores apontem sempre para a mesma direção. Por isso é tão importante que todos os funcionários, do estagiário ao CEO, conheçam seus elementos. E é o RH – construindo rituais e incentivando a colaboração entre áreas – o principal responsável por garantir que isso aconteça.
Reconhecendo que cada colaborador tem necessidades e ritmos de aprendizagem diferentes, as organizações investirão cada vez mais em estratégias de aprendizagem personalizadas. Por meio de tecnologias e metodologias inovadoras, os programas de treinamento serão adaptados às necessidades individuais, maximizando o engajamento e a efetividade da aprendizagem.
“É inaceitável que a experiência de aprendizagem nas empresas seja chata e desinteressante, com aquela cara de intranet corporativa, as pessoas precisam querer aprender, assim como querem assistir a um filme na Netflix. Não é com uma experiência monótona que isso vai acontecer”, afirma Miguel Fernandes, cofundador e CTO da edtech Witseed.
Premiada internacionalmente pela forma inovadora como leva a educação corporativa para dentro das organizações, a empresa utiliza algoritmos avançados de inteligência artificial para produzir treinamentos em vídeo sob demanda, que se adaptam às necessidades específicas de cada organização.
Dado o papel crucial dos líderes no direcionamento e engajamento das equipes, as organizações também tendem a investir mais na formação e no desenvolvimento de habilidades de liderança – especialmente nas chamadas softskills. Cada vez mais, programas de capacitação, coaching e mentoria estão sendo implementados para garantir líderes preparados e eficazes.
“Os líderes também podem ter dificuldades em reconhecer a sua capacidade em liderar equipes e transformar os resultados da organização. É preciso, então, pensar na formação desses profissionais. E estamos falando de ir além da capacitação: apostar em estratégias inovadoras para aprimorar as habilidades desses profissionais”, diz um artigo publicado no site da Gupy, empresa líder em recursos humanos no Brasil.
Mesmo após o fim do período de emergência sanitária e das medidas de distanciamento social que forçaram a implementação do trabalho remoto durante a pandemia, a busca pelo equilíbrio entre as vidas pessoal e profissional proporcionado pelo home office segue crescendo.
Uma pesquisa da consultoria Robert Half, que ouviu 1.161 profissionais no Brasil, revelou que 42% dos recrutadores veem trabalhadores buscarem um novo emprego depois que a companhia opta pelo retorno 100% presencial. Outro levantamento, realizado pelo Google Workspace, indica que 65% das pessoas que ainda estão no presencial trocariam seu emprego para trabalhar de forma híbrida.
Nesse cenário, a flexibilidade também desponta como uma das principais tendências de RH na atualidade.
Além de reduzir o índice de turnover dentro das empresas, diversos estudos sugerem que investir no modelo de trabalho flexível (aquele em que os colaboradores escolhem o formato de trabalho mais adequado às suas necessidades – seja ele remoto, híbrido ou mesmo presencial) resulta em maior satisfação profissional para os colaboradores e, consequentemente, maior produtividade dentro das empresas.
Por falar em flexibilidade...Ela também está no cerne da última tendência dessa lista: a digitalização dos treinamentos corporativos. Ganhando relevância desde 2020, o treinamento online se consolida agora como uma forma mais eficiente, acessível e escalável de capacitação profissional.
“Quando a equipe de Recursos Humanos investe em treinamentos e cursos online — a fim de garantir a capacitação de seu quadro de talentos —, a empresa economiza recursos financeiros, já que esse formato exige muito menos em infraestrutura e, ainda, tem a sua imagem melhorada diante de mercado de trabalho, atraindo profissionais com mentalidade inovadora”, diz a Gupy, no mesmo artigo mencionado acima.
Não à toa, em 2023, a tendência é que as organizações invistam cada vez mais em plataformas de educação corporativa, que podem ser acessadas a qualquer hora e em qualquer lugar.