São Paulo - Consolidado na Europa e Estados Unidos, o mercado de trabalho temporário ainda enfrenta preconceito no Brasil. Considerado por muitos o reino do quebra-galho, o setor parece ganhar holofotes apenas no fim do ano, época de maior quantidade de contratações de temporários.
Não deveria, já que, segundo levantamento da Page Interim, este mercado concentra, o ano inteiro, boas oportunidades, salários atraentes e possibilidade de efetivação para profissionais de perfis específicos: boa qualificação, pós-graduação e, de preferência, domínio de segundo idioma.
A maior parte das vagas, segundo Fernanda Baldívia, gerente da Page Interim, é para multinacionais, mas oportunidades também podem surgir em pequenas e médias empresas.
E na crise, enquanto as contratações tradicionais minguam e demissões sobram, contratos temporários ganham espaço. “ As filiais não estão conseguindo a autorização de suas matrizes para contratação de funcionários e acabam recrutando temporários”, diz.
Desde o início da operação da Page Interim, em 2008, mais de 4 mil profissionais – entre temporários e terceirizados – já foram contratados. O custo-benefício deste tipo de contrato é uma das vantagens para as empresas, assim como a possibilidade de solução de problemas em curto prazo.
Para os profissionais, entre os benefícios da contratação temporária, Fernanda destaca a chance de conhecer uma nova cultura corporativa, ampliar a rede de contatos, desenvolver habilidades e, claro, conquistar uma oportunidade de trabalho em tempos de crise no mercado.
Confira, a seguir, quais são os profissionais temporários mais procurados agora, os salários médios e os perfis procurados:
1. Secretárias executivas
Normalmente são recrutadas para cobrir férias ou licença-maternidade de funcionárias. A exigência de qualificação é alta, experiência prévia é mandatória para o cargo. Salário chega a 12 mil reais.
2. Vendedores de lojas de varejo de luxo
Boa capacidade de relacionamento interpessoal, domínio de inglês, extensa bagagem cultural e habilidade para trabalhar com produtos de alto valor agregado são os principais requisitos para os candidatos, de acordo com a gerente executiva. “São procurados profissionais com formação superior que investiram na carreira no mercado de luxo e já têm experiência”, diz Fernanda. Salário fixo médio chega a 3,5 mil reais, mas a remuneração variável pode puxar os rendimentos para até 5 mil reais.
3. Analistas de finanças
São procurados em períodos de grandes movimentações fiscais e contábeis, geralmente em momentos que antecedem a consolidação dos balanços financeiros. “São profissionais de nível sênior, com formação em faculdade de primeira linha, capazes de fazer a preparação e acompanhamento do orçamento para o próximo ano fiscal”, diz Fernanda. Salários variam entre 7 mil reais e 10 mil reais.
4. Analistas da área comercial
Geralmente são contratados para fazer a interação com clientes no pós-venda. “Cuidam da parte burocrática, de fechamento de contratos”, diz Fernanda. Pode haver necessidade de domínio de segundo e até terceiro idioma – sobretudo inglês e espanhol. Há empresas que exigem formação em faculdade de primeira linha e até vivência internacional, segundo a gerente da Page Interim. Salários variam de acordo com os requisitos do cargo: de 3 mil reais a 5 mil reais.
5. Analistas de Recursos Humanos
São procurados em dois momentos específicos: quando empresas adotam planos de demissão voluntária (PDV) ou em fim de ano. No primeiro caso, sua atuação é ligada ao grande número de rescisões de contratos de trabalho e homologações de demissões. No segundo, são chamados a reforçar equipes de RH sobrecarregadas com o volume de pagamentos de bônus, 13º salários e participações em lucros e resultados (PLR). Por serem atividades mais operacionais, os salários são mais baixos: entre 2,5 mil reais e 3,5 mil reais.
Interessados em mais informações e na busca de vagas devem acessar o site da Page Personnel.
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1. Os 8 cargos que estão surpreendendo na crise
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São Paulo – Com vagas em baixa e processos de
contratação mais demorados ou mesmo postergados por conta do mau momento da economia brasileira, encontrar emprego tem levado mais tempo. Cargos de gerência e diretoria têm sido afetados pela crise, além de posições operacionais. “Profissionais do meio da pirâmide e também da base estão sofrendo mais”, diz Ricardo Ribas, gerente da Page Personnel. Em meio a este cenário desanimador, uma boa notícia: profissionais que têm atuação voltada a corte de custos, ganho de eficiência ou com atuação generalista são aqueles em que a recolocação no mercado é mais rápida. As informações partem de levantamento realizado pela Page Personnel, especializada em
recrutamento de profissionais técnicos e de suporte à gestão. Quem trabalha na área de
marketing digital também sente menos a crise, já que há migração de investimentos de marketing em canais off-line para online. “Além disso, há poucos profissionais com formação e conhecimento na área de marketing digital no Brasil já que nos últimos anos muitas empresas vieram para cá e contrataram grande número de profissionais”, diz Ribas. Confira os cargos que estão surpreendendo e os salários oferecidos.
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2. 1º Executivo de Vendas - Marketing de Perfomance e Mídia Digital
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Área:marketing Setor: multinacionais de tecnologia para segmento de publicidade e marketing digital. O que faz: prospecção e relacionamento com agências de publicidade e empresas. Realiza venda consultiva de ações de publicidade e marketing aliadas a tecnologia que permite a mensuração concreta da assertividade dos resultados. Por que é mais procurado: a divulgação de informações, produtos e serviços é indissociável da tecnologia, que possibilita a mensuração precisa do impacto no público alvo. Mercado ainda é carente de profissionais. Salário: de 5 mil reais e 8 mil reais
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3. 2º Analista de Marketing Digital
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Área: marketing. Setor: empresas de qualquer segmento que tenham uma estratégia online. O que faz: desenvolve, executa e mede resultados da estratégia online. Está em contato com agências de publicidade e é um profissional que conhece ferramentas como Google Adwords, Google analytics, SEO, SEM, CRM, entre outros. Por que é mais procurado: investir na área digital é importante para se aproximar do público alvo “O retorno do marketing digital é maior e de curto prazo para o cliente final. Além disso, investir em mídia digital é mais barato do que investir em televisão e outros canais off-line”, diz Ricardo Ribas, gerente-executivo da Page Personnel. Salário: de 4 mil reais a 6 mil reais.
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4. 3º Analista de Planejamento Financeiro Sênior
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Área: finanças. Setor: empresas de bens de consumo são as que mais estão contratando este profissional. O que faz: elabora e acompanha o orçamento da empresa, consolida resultados no balanço final da empresa. Também pode atuar como parceiro de negócios financeiro em áreas específicas como vendas, marketing, RH em empresas de maior porte. As melhores oportunidades exigem alta capacidade de comunicação e inglês avançado ou fluente. Por que é mais procurado: empresas estão substituindo profissionais e corrigindo erros de contratações realizadas nos anos anteriores e que tiveram impacto negativo nos resultados de 2014/15. Profissional é visto como “coringa” para áreas de planejamento e controladoria e está em contato direto com áreas de custos, vendas, relações com investidores e planejamento estratégico. Por isso, é visto como bom investimento em tempos de crise. Salário: de 6 mil reais a 9 mil reais.
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5. 4º Coordenador de TI* generalista
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Área: tecnologia da informação. Setor: empresas nacionais e multinacionais de grande, médio ou pequeno porte. O que faz: responsável pela área de TI da empresa, faz a gestão de profissionais e projetos. Promove melhorias na estrutura e em alguns casos pode se envolver na operação. Por que é mais procurado: “empresas estão somando cadeiras em uma só, por isso o aspecto generalista é bom para o profissional”, diz Ricardo Ribas, gerente da Page Personnel. Coordenador é valorizado por ser alguém, ao mesmo tempo, capaz de gerir e participar da operação. Salário: de 8 mil a 10 mil reais.
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6. 5º Técnico de manutenção
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Área: engenharia e manufatura. Setor: industrial. O que faz: manutenção preventiva e corretiva de equipamentos e máquinas industriais. Por que é mais procurado: com menos investimentos na aquisição de máquinas e equipamentos, geralmente negociados em dólar, as empresas estão mantendo parques fabris. Com isso, há necessidade de técnicos para manutenção das máquinas em funcionamento. Salário: de 3,5 mil reais a 7 mil reais.
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7. 6º Especialista de Compras
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Área: logística. Setor: indústria, varejo ou serviços. O que faz: compras de materiais diretos ou indiretos ou também pode atuar na contratação de serviços. Por que é mais procurado: a busca de mais eficiência na área de logística valoriza este profissional que já era bastante procurado no mercado de trabalho brasileiro. Salário: de 6 mil reais a 10 mil reais.
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8. 7º Secretário(a) júnior
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Área: secretariado. Setor: corporativo. O que faz: gestão de agenda, organização de reuniões, traduções, reserva de salas, contato com clientes, logística de viagem e assessoria particular. Por que é mais procurado: profissionais mais experientes e com altos salários estão sendo substituídos por pessoas em início de carreira. “É uma questão de custo, profissionais de nível sênior recebiam salários de 15 mil reais a 20 mil reais”, diz Ricardo Ribas, gerente de Page Personnel. Salário: de 3 mil reais e 4 mil reais.
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9. 8º Coordenador/Supervisor de Vendas - B2C
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Área: vendas. Setor: indústrias de bens de consumo. O que faz: coordena equipe de vendas para médias contas do varejo. Por que é mais procurado: mudança no perfil do profissional da área de vendas impulsiona substituições. Sai o “tirador de pedido” e entram em cena profissionais estratégicos consultivos e criativos, com visão de negócio e boa capacidade de negociação. Salário: de 4 mil reais a 6 mil reais.
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10. Confira mais alguns profissionais que não estão sentindo a crise
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