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Estados Unidos continuam entre os favoritos para intercâmbio, mas estudar lá vai custar mais

Com a Visa Integrity Fee, que custará US$ 250 a partir de outubro, especialistas dão dicas de como manter o plano de estudar no exterior sem comprometer o bolso — e a carreira

Estados Unidos é o segundo país mais buscado por brasileiros para intercâmbio, segundo pesquisa da Belta  (REUTERS/Lucas Jackson)

Estados Unidos é o segundo país mais buscado por brasileiros para intercâmbio, segundo pesquisa da Belta (REUTERS/Lucas Jackson)

Publicado em 5 de agosto de 2025 às 16h38.

Última atualização em 5 de agosto de 2025 às 16h51.

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Algumas taxas chamam a atenção para quem busca fazer intercâmbio nos próximos meses – inclusive nos Estados Unidos – o segundo país mais buscado por brasileiros para intercâmbio e o que promete mais uma nova taxa este ano para estudantes internacionais.

Além da preocupação com o câmbio, a partir de outubro de 2025, estudantes que desejarem ir para os Estados Unidos terão de pagar pela Visa Integrity Fee, uma taxa de US$ 250 para qualquer visto de não imigrante, ou seja, inclusive para estudantes.

Diogo Aguilar, fundador e diretor-executivo da Fluencypass, edtech brasileira de ensino em inglês, também reforça que os prazos para obtenção do documento também estão mais longos e sujeitos a instabilidades no sistema.

“O ideal é começar o processo com pelo menos seis meses de antecedência e contar com apoio de especialistas para evitar contratempos”, afirma.

O que é a Integrity Fee?

A Visa Integrity Fee é uma nova taxa aplicada por visto emitido pelos Estados Unidos dentro de qualquer categoria não imigrante (como F‑1, J‑1, H‑1B, B‑1/B‑2 etc.)

A taxa foi instituída pela lei “One Big Beautiful Bill Act” (H.R. 1), assinada em 4 de julho de 2025. Ela será cobrada no momento da emissão do visto e se somará à taxa consular já existente.

“O valor inicial será de US$ 250, mas poderá ser reajustado anualmente conforme a inflação. A cobrança será obrigatória e não haverá exceções”, afirma Talitha Krenk, advogada especialista em imigração nos Estados Unidos.

Além de gerar receita, para Miguel Negeliskii Risch, advogado e sócio do Risch Law Firm, a taxa reforça um compromisso de responsabilidade do visitante com as leis migratórias. “Não se trata de uma barreira de entrada, mas de um instrumento de regulação e controle”, afirma.

Quem terá de pagar?

Todos os estrangeiros que receberem um visto não imigrante por meio da emissão do selo de visto (stamp) nos consulados dos EUA fora do país — incluindo:

  • Estudantes (F‑1, M‑1)
  • Participantes de intercâmbio (J‑1)
  • Vistos de trabalho temporário (H‑1B, L‑1, O‑1, R‑1, etc.)
  • Turistas ou visitantes de negócios (B‑1/B‑2)
  • Cônjuges e dependentes (F‑2, J‑2, H‑4 etc.)

Importante: a Visa Integrity Fee é solicitada apenas no momento da emissão do visto. Se o visto for negado, a taxa não será cobrada.

“Se forem estudar nos EUA com visto F‑1, por exemplo, terão que pagar a taxa nos consulados. Estudantes que mudam de status dentro dos EUA, por exemplo, de F‑1 para H‑1B, não pagam a taxa, mas se fizerem viagem internacional que requeira novo carimbo, a taxa é devida”, afirma Aguilar.

Estados Unidos: um dos países mais buscados

Apesar das taxas, os Estados Unidos permanecem entre os destinos mais procurados pelos brasileiros. Em 2024, o país voltou à segunda colocação do ranking da Belta, divulgado em abril deste ano, perdendo apenas para o Canadá, líder absoluto há oito anos.

Veja abaixo a lista de destinos mais buscados para intercâmbio, segundo a Belta:

1- Canadá

2- Estados Unidos

3- Irlanda

4- Reino Unido

5- Austrália

6- Malta

7- Nova Zelândia

8- França

9- Alemanha

10- Espanha

“Podemos ser impactados no futuro pelo lado econômico por causa das taxas, mas até agora os destinos continuam os mesmos dos últimos anos, inclusive temos muitos pedidos para os Estados Unidos”, afirma Celso Garcia, sócio-diretor da CI Intercâmbio.

Que tal uma mudança de rota?

Para quem busca alternativas mais econômicas, diversificar os destinos – para além dos Estados Unidos - pode ser um bom caminho. Países como África do Sul, Malta, Irlanda, Austrália e Canadá oferecem programas de estudo com custo-benefício mais vantajoso e menor burocracia.

“Esses países facilitam o processo de obtenção de permissão de viagem e mantêm o foco na qualidade do ensino”, afirma Aguilar.

Segundo Garcia, sócio da CI, os destinos mais procurados na agência continuam sendo Canadá, Inglaterra, Estados Unidos, Irlanda, Malta e Dubai, com o inglês representando 92% da demanda dos intercambistas.

Perfil dos brasileiros que fazem intercâmbio

O levantamento da Belta também mostra o perfil dos brasileiros que embarcaram em programas de intercâmbio em 2024:

Regiões com mais estudantes:

  • Sudeste: 58%
  • Nordeste: 17%
  • Sul: 14%
  • Centro-Oeste: 6%
  • Norte: 5%

Faixa etária dos intercambistas:

  • 18 a 24 anos (maioria)
  • 25 a 30 anos
  • 31 a 40 anos
  • Até 17 anos
  • Acima de 40 anos

Intercâmbio continua sendo um investimento de carreira

Mesmo com os novos desafios, os especialistas reforçam que o intercâmbio continua sendo uma das experiências mais transformadoras na trajetória profissional.

“O mundo não se fechou, mas está mais seletivo e exigente”, afirma Aguilar. “Quem deseja viver uma vida extraordinária precisa fazer escolhas — e estudar fora segue sendo uma das mais impactantes.”

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