Finanças: e se você tem a habilidade, como demonstrá-la ao recrutador? (AaronAmat/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 5 de setembro de 2019 às 15h00.
Última atualização em 9 de setembro de 2019 às 13h55.
Não é novidade que as habilidades sociais são importantes. “São a forma com que nos manifestamos, de como nos relacionamos”, afirma Maria Carolina Gomes, gerente executiva de pessoas da Ultrapar.
São elas que fazem com que nós sejamos melhores profissionais, afetando diretamente capacidade de entregar resultados, trabalhar em equipe, fazer alinhamentos, entender o cenário, se aproximar de outros e se relacionar, segundo ela.
Por isso, a falta dessas competências ligadas à convivência e relacionamento no ambiente de trabalho pode ser uma questão, ou até desacelerar a carreira de um profissional.
No setor de finanças especificamente, é comum que uma dessas competências, por exemplo, seja menos trabalhada pelos profissionais. Não só ela faz toda a diferença no dia a dia, como pode ser um ponto diferencial do perfil.
A velocidade da comunicação hoje – que, muitas vezes, é feita de forma eletrônica – não privilegia a contextualização na hora de passar mensagem. Além disso, algumas particularidades dos profissionais dessa área contribui para trocas mais focadas nos resultados do que em motivações e cenários, por exemplo.
“No financeiro [os profissionais] são muito rápidos, mas por causa de fatos e dados que têm na mão, muitas vezes o número se ‘autoexplica'”, destaca a gerente da Ultrapar.
“Tenho percebido isso há muitos anos”, conta. “Hoje em dia nesse mundo muito rápido que estamos vivendo, as pessoas acham que podem resumir e muitas vezes são mal interpretadas porque não conseguem transmitir o que precisa ser dito.”
Em muitas ocasiões, essa falta de contextualização é a raiz dos problemas, por provocar uma interpretação desarmônica entre os lados, por isso esse deve ser um cuidado do profissional.
“Envolve várias habilidades: desde saber enxergar as coisas de forma mais clara, ter leitura do cenário, saber ter uma boa comunicação, até ser sucinto, porque muitas vezes você tem pouco tempo para dar tal explicação.”
O primeiro ponto é entender em que nível que se está. Então, Maria Carolina indica procurar cursos e atividades em geral em que seja necessário se expor, explicar as coisas e fugir da sua zona de conforto. Se possível, uma em que o profissional também tenha feedback para potencializar e direcionar seu desenvolvimento.
Outra recomendação de Maria Carolina é guiar sua comunicação de forma a também responder algumas perguntas, como:
“Em processos em que há dinâmica de grupo, quando a pessoa tem facilidade de contextualizar e traduzir, é perceptível”, conta a head da Ultrapar. “Isso normalmente se dá pela forma com que a pessoa se comunica e como ela está percebendo o início, meio e fim de determinada ‘tarefa'”, conclui.
Nas fases de entrevistas, por sua vez, sua recomendação é avaliar como que se conta suas experiências, sejam profissionais ou pessoais. Na prática, deixar claro o que havia por “trás”, como significado da atividade, finalidade, como entregou e resultados, por exemplo.
Um bom método para usar nesse momento é o STAR – em que se conta uma história (e conquistas) pensando a partir das seguintes etapas: situação (S), tarefa (T), ações (A) e resultados (R).
Este artigo foi originalmente publicado pelo site Na Prática, portal da Fundação Estudar