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Esta é a regra mais importante para se tornar fluente em inglês

É verdade que crianças aprendem línguas mais rápido? A fundadora da Companhia de Idiomas comenta alguns mitos sobre aprendizado

Homem estudando inglês na frente da bandeira do Reino Unido (Deagreez/Getty Images)

Homem estudando inglês na frente da bandeira do Reino Unido (Deagreez/Getty Images)

Luísa Granato

Luísa Granato

Publicado em 26 de março de 2021 às 14h55.

Última atualização em 26 de março de 2021 às 15h03.

Desde que nascemos, ao longo de nossa vida, somos ensinados a fazer o que é certo de acordo com os valores da família, escola, cultura de nossa cidade e país, grupos aos quais pertencemos, empresa onde trabalhamos etc.

Quando começamos a aprender uma língua estrangeira, ainda mais na fase adulta, acionamos esta postura de baixíssima tolerância a erros e intimidamos a nós mesmos. No entanto, a regra mais importante que nos levará à fluência é justamente permitir-se errar. Aceitar que os erros fazem parte da jornada.

Adicionalmente, há o mito de que adultos já passaram da idade de aprender outro idioma e de que crianças e adolescentes aprendem muito mais rápido. O cérebro não nasce pronto e só é “finalizado” a partir dos 20 anos, quando seu processamento e velocidade são muito melhores. Uma das últimas áreas a ser concluída é a frontal, que controla impulsos e molda as perspectivas de futuro. Por isso, as crianças e os adolescentes são destemidos, não têm receio da exposição e, em especial até os 7 anos, seus cérebros apresentam uma grande plasticidade e aceitação para o novo. O fato é que tudo é mesmo novo, estão em constante descoberta!

Até os 5 anos de idade, uma criança é exposta à sua língua nativa por 15.000 horas ou mais. Também sabemos que uma criança de 5 anos está no período de alfabetização, que ela tem um vocabulário restrito e domínio relativo das estruturas gramaticais. São necessários muito mais anos, inclusive na escola, para ter vocabulário vasto, dominar estruturas gramaticais complexas e conseguir ler e se expressar sobre diferentes temas com desenvoltura.

Se um adulto estudar inglês, por exemplo, por cinco anos ininterruptos, realizando duas aulas semanais com professor, isto é, 8 horas mensais, ao final de cinco anos ele terá realizado aproximadamente 480 horas de aulas, sem considerar o estudo autônomo (extraclasse). Além disso, na fase adulta, já temos consolidado nosso banco de dados do português, que combina sons típicos, palavras e estruturas do nosso idioma.

Quando vamos aprender inglês, há vários sons dessa língua que não estão no nosso banco de dados. Não temos referências em nosso hardware, o mesmo acontece com a gramática. A fim de melhorar nossa fluência no inglês, temos de ir além do nosso banco de dados sem medo de cometer erros. Depois de quebrar essa barreira, começaremos a criar um banco de dados para o inglês.

Experiências sensoriais, atividades interativas com imagens e sons contribuem para essa construção. Um exemplo desse tipo de atividade é estudar com flashcards, inclusive virtuais, a palavra ou expressão, sua imagem representativa, pronúncia e um frase para contextualizar.

Também será necessário introduzir o inglês em nossa vida diária. Cada palavra deverá ser conectada a sons, sabores, emoções. Cada estrutura gramatical terá de nos ajudar a contar nossa estória, a expor nossos pensamentos. A automação do idioma se dá quando criamos estórias que fazem sentido.

“If you talk to a man in a language he understands, that goes to his head. If you talk to him in his language, that goes to his heart.”

Nelson Mandela

Lígia Velozo Crispino, fundadora e sócia-diretora da Companhia de Idiomas. Graduada em letras e tradução pela Unibero. Curso de business english em Boston pela ELC e extensões na área de marketing na ESPM, FGV e Insper. Coautora do Guia de Implantação de Programas de Idiomas em empresas e autora do livro de poemas Fora da Linha. Colunista do portal Vagas Profissões. Mobilizadora cultural à frente do Sarau Conversar.

Quer falar comigo? https://www.linkedin.com/in/ligiavelozocrispino/.
Meu e-mail é ligia@companhiadeidiomas.com.br .

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