Um grande entrave para alguém estudar e se capacitar para o mercado de trabalho muitas vezes é a escassez de recurso financeiro, mas empresas podem ajudar neste cenário e ainda ganhar com isso (z_wei/Getty Images)
Repórter
Publicado em 12 de julho de 2024 às 10h15.
Última atualização em 12 de julho de 2024 às 10h59.
Quem faz uma especialização tem mais chances de ter um salário melhor no mercado. É o que diz um levantamento feito pela Elleve, ed-fintech especializada no impulsionamento e fomento de carreiras, em conjunto com o Boa Vista. O principal destaque do estudo é o aumento de 36% na renda média mensal de quem buscou se qualificar profissionalmente, após 18 meses do curso, comparado a 7% de aumento para o público geral.
“A inflação cresceu menos de 5% e o salário-mínimo apenas 6%. Ou seja, a conta fecha quando a gente estuda e se qualifica profissionalmente? É óbvio que sim. Seis vezes mais do que quem não estuda”, afirma André Dratovsky, fundador e CEO da Elleve.
O levantamento, realizado no final de 2023 no Brasil, contou com uma base de 25 mil estudantes na faixa de 18 a 50 anos, que tiveram o curso financiado na plataforma da Elleve nas áreas de agronegócios, gastronomia, saúde, construção civil, mercado financeiro, estética, mecânica, tecnologia e outros.
A Elleve surgiu na virada de 2020 para 2021 com o propósito de facilitar o acesso à educação profissional. Dratovsky alocou 150 milhões de reais para realizar operações de financiamento com 300 instituições parceiras.
“Entendendo que o grande entrave para alguém estudar e se capacitar para o mercado de trabalho muitas vezes é a escassez de recurso financeiro, viabilizamos o acesso ao crédito estudantil em diversas parcelas, com instituições que oferecem cursos livres, técnicos, profissionalizantes e pós-graduações”.
Até o momento, mais de 50 mil pessoas foram financiadas pela Elleve, sendo que metade participou da pesquisa que mostra como uma especialização pode ajudar na ascensão da carreira.
“Além do acesso ao crédito e condições de taxa de juros mais baixas, oferecemos descontos exclusivos em instituições de ensino que são parceiras”, afirma o CEO.
A evolução de renda média por gênero mostrou que as mulheres que buscaram especialização passaram a ganhar mais (47%) após 18 meses estudando, enquanto os homens - dado Brasil - registraram (27%) a mais. As profissionais pularam de R$ 2.683,00 inicialmente (antes da capacitação) para R$ 3.953,00. Já o gênero oposto, de R$ 2.688,00 para R$ 3.407,00.
Por faixa etária, profissionais com mais de 50 anos tiveram um aumento de (47%) a mais na renda 18 meses após a especialização. Migraram de R$ 4.031,00 para R$ 5.929,00. Já jovens na faixa de 18 a 25 anos um aumento de (18%) saltaram de R$ 1.634,00 para R$ 1.923,00.
Quando mencionada a evolução de renda média por região, o Norte desponta na frente com (42%) a mais de renda, seguida pelo Sudeste com (39%), depois (28%) Centro-oeste, (19%) Nordeste e por fim (16%) a região Sul. Já a base Brasil mostra percentuais de avanço de renda bem abaixo, o Norte aparece com (7%), Sudeste com (7%), seguido pelo Centro-oeste com (5%), Nordeste com (5%) e Sul com (8%).
Por segmento dos cursos, as áreas que mais sobressaíram foram:
Uma solução para ajudar estudantes que precisam de apoio financeiro para estudar, é o apoio das empresas em financiar parte do curso ou dar uma bolsa integral para o funcionário, mas segundo Dratovsky, isso ainda não é muito cultural no Brasil.
“Nos Estados Unidos, a média de investimento na educação dos funcionários é de cerca de 1,3% do faturamento. No Brasil, as empresas investem 0,13%”, diz. “Precisamos perceber que a educação de um funcionário é um investimento na companhia também, além de ser o caminho para um futuro menos desigual e próspero.”
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